Quero ir pra um lugar longe o suficiente
Onde eu possa ao menos ir comprar pão
Sem precisar ter medo de dar de cara
Com alguém que eu não quero ver...
Desentalar a garganta e seguir em frente
Entender que o vazio também preenche o coração
Que uma despedida feliz é cada vez mais rara
E eu ainda tenho tanto para dizer...
Mas estou ficando pra trás, como um disco antigo
Que, de tanto ouvir, já não faz tanto sentido
Estou deixando pra trás o que me trouxe até aqui
Não está fácil, admito, mas eu sobrevivi.
E essa função de arrumar as malas me dói
Parece que é um futuro que, aos poucos, se destrói
Mas as lembranças seguem viagem comigo
O meu castelo se desmorona por aí...
E ninguém sabe o quanto eu demorei a construir.