quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Aconteceu Com Um Amigo Meu

Larguei a sua mão para me despedir
Enquanto seu ônibus chegava mais perto
E, a cada metro, menos tempo pra existir
Não eu ou ela, mas o nosso amor... discreto.

Recebi dois beijos inesperados
E, ao ver-lhe partir, partiu-me o coração
Veio a imagem de um amor quebrado
E resolvi agir, sem nenhuma razão.

Corri, como nunca antes na minha vida,
E, na parada seguinte, entrei e procurei...
Eu lhe encontrei estancando a ferida,
Que doeu nela também, eu a conheço bem...

Sentei ao seu lado e nada quis dizer
Esperei que ela falasse algo sobre sua dor
De tudo, só uma coisa eu pude entender:
Ao lhe encontrar, reencontrei o amor.

Ela me perguntou:
“Por que fizeste isso?”
E eu consegui responder
De tal maneira, que nem sobrou
Algo para ela dizer:

“Uma vez, me disseram
Que era para eu correr atrás
Do que eu queria de verdade”.

Mas eles, que também erram,
Nunca encontraram a paz
Afogados num mar de saudade.

Só que, agora, quem não quer mais sou eu
E, após tanto vangloriar-se
Por ter um coração de gelo,
O dela derreteu...

E quanto a mim? Já lhe apaguei
Fiz meu coração parar de bater um pouco
Encontrei, passado o sufoco,
O sorriso que foi seu...

No dia do adeus, me disseram
Que era para eu correr atrás
Do que eu queria de verdade.

Mas eles nunca souberam
Navegar, em paz,
Num mar de saudade. 

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