domingo, 30 de dezembro de 2012

Até O Fim

É minha, e tão somente minha,
A dor de nunca ter podido
Ver algum dia amanhecer
Nos braços do meu amor maior
Mas finalmente tudo se acabou.

E eu sei que, quando sozinha,
Ela podia ouvir meu pedido
Ecoando e lhe fazendo ensurdecer
Colocando em sua garganta um nó
Que, desde então, não se desatou.

Bastou eu lhe dar a liberdade
Pra ver que ela não era quem preciso
Não era a minha necessidade
E tão pouco o meu abrigo.

Mas eu tive que lhe avisar:
"Diga o que quiseres dizer
Faça o que achares melhor pra ti
Mas não penses que eu vou te escrever...
Até o fim."

Um dia, tudo vai se renovar
Inclusive pra mim.

Enfim...

Bastou ela conhecer a saudade
Pra ver que quem ela precisa
Perdeu toda aquela vontade
De fazer parte da sua vida....

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Preto E Branco

Eu estava lá e tu me encontraste
Percebi aquele contraste
Entre o que precisava ouvir
E o que tu me falaste.

E queria saber onde colocaste
As lembranças das nossas tardes
Pois não encontrei dentro de ti
Nem, ao menos, a saudade...

Acho que irei desenhar
Em preto e branco
Pra retratar
O meu sufoco.

Acho que irei desenhar
Em preto e branco
Pra mergulhar,
Um pouco...

Num mundo onde eu posso
Transformar a dor em verso
Em desenho ou manifesto...

E pra ti?
Saúde, paz, sucesso...
E todo aquele resto

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Abismo

Quero quando não posso
E não quero quando posso
Este sou eu, prazer.

Perco quando me esforço
E sempre que ganho um negócio
Quero logo me desfazer.

E minha cama, tão pequena,
Está tão grande só pra mim...
E este quarto, tão grande,
Está sufocante sem tua presença aqui.

Na expectativa de nada
Eu encontrei tudo
E tento ver o futuro
Olhando pro meu passado

Foi pra pessoa errada
Que dei o meu mundo
E percebo que ando no escuro
Nestas noites em claro.

E eu, que amo o abismo,
Tive que aprender a voar
Pra longe do teu sorriso
Que é pra ele jamais me segurar.

07h19

E a minha preocupação, desde sempre,
Foi tentar ser alguém diferente
Porque tu me parecias um cara especial
Mas agora, olhando assim,
Vejo que tu és tão igual...
Aos outros.

E aquele velho amor decadente
Vem pra me fazer mais forte e consciente
Que não existe este lance de final,
Mas que tudo é um recomeço pra mim
A gente volta a crescer e tal...
Aos poucos.

As fotos que eu não tirei,
O que eu deixei de te dizer,
Os sorrisos que eu não te dei,
Tudo está gravado dentro de mim.

Todas as vezes que sonhei
Os versos que ousei escrever
E todos os beijos que eu te dei
Tudo está gravado e assim....

Eu vejo; é pra sempre
Enquanto machuca o coração
E se expande em lágrimas, versos
E na melodia que se faz canção.

Deixa

Deixa; eu fico de pé
E nas minhas entranhas
Vejo que estou a caminhar
Sem saber a direção

E percebo que a fé,
Que move até montanhas,
Não conseguiu sensibilizar
O meu coração.

Pode até ser que o céu seja
A minha eternidade
Mas eu acredito fielmente
Que a escuridão é, no fim,
A minha cara metade...

E que aqui ninguém esteja
Questionando minha hombridade
Nem acreditando nela cegamente
A salvação é, pra mim,
Estar de bem com a  verdade...

E tão somente.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Aquele Que Vence

Fui aconselhado a buscar um sentido
Naquilo que eu tinha e no que me restou
E disseram que eu devo correr perigo
Se for por algo que me traga algum...
Sorriso.

E, se for pra eu ser bem sucedido
Fingindo ser o que não sou,
Eu prefiro ser conhecido
Como aquele que é só mais um...
Ser vivo.

Encontrei abrigo neste sonho vão
Mas, na verdade, é o silêncio
Que dá sentido às palavras desta canção
E me faz seguir em frente.

E eu estou necessitando novamente
Beber aquela dose insana de desespero
Pra voltar a acreditar cegamente...
No 'pra sempre'.

Aprendi a ser o melhor possível
Não para superar um outro alguém
Mas para ajudar ao próximo quando necessário
São coisas que engrandecem a gente.

E todos deveriam saber o quanto é incrível
São palavras que servem pra qualquer horário:
Não competindo com ninguém,
Serás aquele que vence...

... qualquer adversário.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Eu Sei

Estava eu, vendo o sol aparecer,
Queimando todos os meus neurônios
Mas era só pra tentar te escrever...

Que tudo aquilo era tão vazio
Parecendo o oposto do meu sonho
Éramos eu, o sol ou a lua e o rio...

Eu estava tão cansado
Que eu sonhei...
E, quando acordei,
Quase recuperado

Lembro que procurei alguém
Que soubesse quando apagar meu cigarro
E quando fumar ao meu lado
Foi então que eu te encontrei...

Apagando o meu passado
E incendiando o outro lado.

Justamente o lado que não queimei:
Quem fuma até o filtro está apaixonado,
Eu sei.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A Tempestade

Nessas noites vazias em que me encontro
A minha solidão me faz chegar num ponto
Onde os trovões transformam-se nos únicos sons
Que conseguem me acalmar e me entender um pouco.

E mesmo sabendo que, ao fim de cada tempestade,
O sol volta a iluminar e trazer luz à cidade
Eu peco por não acreditar que meus sonhos bons
Podem, um dia, se tornar realidade
Talvez me falte coragem...

Eu deixo com o vento, pois ele sabe a hora
De te trazer pra cá ou te levar embora
Eu apenas tento administrar esta maldição
Que é não ter a tua presença agora...

E é por isso que a tempestade vem me alegrar
Não me deixa dormir e, por consequência, sonhar
E, assim, longe desse mar de ilusão, desse sonho vão,
Eu jamais conseguirei te encontrar...
Eu sinto que não és meu ar.

E espero que o vento
Possa me trazer mais adiante
Um outro alguém
Pra me salvar.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Decadente

Mais uma noite e nada mais
Sufocante, errante
Sem paz
Nem sorte.

Mais uma noite igual as iguais
Sem chance, distante
Do que me faz
... forte.

Outra vez teus olhos verdes
Longe de mim
Tão perto...
Teus cabelos negros
Meus, enfim
... incorreto.

Mais uma ressaca, saca?
Dor de cabeça
Cheiro de cigarro
E tão somente.

Outra vida que a vida afasta
Desesperança, desavença
Tratar o comum como raro
... decadente.

Outra vez teu corpo
Longe do meu
Tão perto...
E o sufoco
Do teu adeus
... tão incerto.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

A Gente Nunca Mais Vai Voltar

É muito fácil
Dizer que é muito difícil
E apenas esperar.
É muito fácil
Dizer que é impossível
E morrer sem tentar.

Mas, sinceramente, o que te envolve tanto
Soa-me como um tango sem tristeza
Uma América Latina sem pobreza,
Um tanto de nobreza num pobre coração.

Parece-me um toque de mãos mortas
Uma estrada sem bifurcação e sem voltas
Uma escolha sem outra opção
Um amor sem solidão.

É que fica fácil demais
Envolver-se em coisas banais
Desistir das coisas reais
Por acreditar que só o tempo é capaz...

O tempo consegue quando fazemos por onde
Mas nada nos satisfaz em tudo que temos
Ser capaz, ao menos pra mim, não é o bastante...

Só ama demais quem não tem, no seu mundo,
O que lhe faz ir adiante.

É por isso que eu insisto em dizer:

É muito fácil
Dizer que é muito difícil
E apenas esperar.
É muito fácil
Dizer que é impossível
E morrer sem tentar.

E só uma vez: a gente nunca mais vai voltar.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Lado B

Eu comecei a ouvir
Cantores antigos
Pra tentar te esquecer
Passei a viver de vinis
E o pensamento, preso a ti,
Fez eu pensar em virar o disco
Mas tu também estavas no lado B.

Teu olhar azulado me trouxe a paz
Que foi embora quando ele se fechou
Na última vez que a gente se beijou
E estou te odiando eternamente
Até tu esboçares um sorriso pra mim
Novamente.

'La, la, la, la
La, la, la
La, la
La.'

Se eu não posso fazer o tempo retroceder,
Se eu não tiver que escrever pra te esquecer,
Deixe-me mergulhar fundo nesta dança

Se eu não consigo marcar meu nome no teu,
Se eu não posso amar sem ouvir um adeus,
Ao menos deixe-me alimentar a esperança

De um dia poder cantar:

'La, la, la
La, la
La.'
Sem alguém pra me julgar.

E não espero que os anos
Passem e sejam melhores
Mas que eu possa ser melhor
Com o passar de cada ano.

'La, la, la
La, la
La.'

Tu me julgarás até perceber
Que, quando for tu no meu lugar,
Farás exatamente igual
E acharás isso tão normal.

E me prenderás até entender
Que, se fosse eu no teu lugar,
Faria o possível pra te libertar
Pra que tu pudesses trocar de canal;

De estação
Ou de disco preferido.

E toda vez que eu disse o certo
Foi para a pessoa errada
Talvez o errado seja eu
Talvez de errado não haja nada.

E pra toda construção de concreto
Existem milhões de almas inacabadas
Cada uma sabendo o quanto já sofreu
Mas elas jamais ficam paradas...

A gente ouve uma canção
E encoraja-se pra seguir vivo
E lutando por um amor;
Mesmo que isso não faça sentido.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Duca

E te diria
Eu iria mais além
Eu tiraria
Força de onde
Não tem...

Pra acreditar no amor
Que nasceu da invenção.

Eu te escreveria
Diria que ninguém
Conseguiria
Nem de longe
Fazer tão bem...

Nem apagar a dor
Do meu coração.

E, como o Saci,
Que me fazia rir
Quando criança,
Tu andas por aí

Pulando num pé só
Levando junto a ti
A minha esperança
De ser alguém...

melhor.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Um Rascunho Afogado Em Lágrimas

Eu não quero mentir pra ninguém:
Nunca foi fácil me acostumar sem ter
Tudo aquilo que moveu a minha vida
Mas de alguma forma eu consegui
Levantar a cabeça e seguir minha estrada...

Só que chegam certas datas no calendário
Que eu só consigo lembrar de anos anteriores
E de como aquilo me fazia mais forte
É o preço que eu pago pela intensidade
Que eu ouso sentir em tudo o que faço.

E dezembro é tão especial pra mim
São tantas lembranças e emoções
São tantas datas pra ficar lembrando
Que o entalar da minha garganta
E o embaçar dos meus olhos
Já é algo tão natural...

O que posso afirmar é que eu fui embora
Mas deixei parte de mim naquele lugar
E daquele lugar que eu tive que deixar
Levei um pouco comigo no coração
E onde mais coubesse essa marca
Que eu nunca vou querer apagar.

O que posso afirmar é que eu fui embora
Mas deixei parte de mim naquelas pessoas
E daquelas pessoas que me despedi
Levei comigo apenas as lembranças boas
Pra que elas façam parte de mim
Sempre que eu precisar sorrir.

Aquilo que é superior ao essencial
Nunca será tão real quanto a necessidade
De transformar a solidão em saudade
E também a dor em vontade
Pra, enfim, voltar a caminhar...

Porque o caminho segue,
Independente de onde a gente vai.

domingo, 25 de novembro de 2012

Émile

Se a vida não vale a pena ser vivida,
Tudo vale para desembaraçar-se dela
Nenhuma gota de sangue é em vão
E o adeus é tão frio quanto o que nos sobrou...

Se não há motivos para procurar uma saída,
Procure alguma falsidade sincera
Um fim bonito para o seu coração
Tente conviver com a dor de um não amor...

Faz falta viver
Faz falta sonhar
Queria controlar
A dor de amar
Sem machucar
Ninguém
Mas não sei
Nem me guiar...

E, mesmo assim, sigo a caminhar
Procurando alguém.

Se a noite é tão curta quanto estar contigo,
É porque eu não sei como te fazer ficar
Eu tive um sonho e acordei sangrando
E a alegria logo se transformou em ferida

E quero viver naquele tal de horizonte infinito
Pra, de longe, não poder te ver chorar
Não conseguir observar-te amando
Nem poder te dar uma nova vida

Faz falta estar morto
Quando se está vivo
E a dor que preciso
Não é este sufoco
Impreciso
Cansei de caminhar
Sem ter um lugar...

Sou um andante
Procurando algum sentido.

Eu já tentei me matar,
Já tentei ficar ao lado teu
E, se eu não mais respirar,
Não tente me dizer adeus

Eu estarei melhor ao lado de... ninguém.

(Se a noite é tão curta quanto estar contigo,
O que eu quero mesmo é viver no infinito)

É difícil pisar com meus pés.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Samba Para A Saudade

Deu saudade das nossas caminhadas
Saudade de te encontrar na minha cama
E fica a vontade de voltar naquele tempo
Que dançávamos sem medo de errar o passo

Deu saudade de te descrever nas minhas palavras
Saudade de imaginar isso em uma letra de samba
E eu lembro de quando fazíamos de cada momento
Algo que pudesse fortalecer nossos laços.

E eu sei,
Dessa saudade, eu é que sei
A cor, o som, o cheiro e mais:
Sei do que ela é capaz.

Deu vontade de ligar e pedir a tua atenção
Suplicar pela volta do que nunca vai voltar
Mas lembro que o tempo preenche o vão
Que fica quando alguém deixa de se entregar.

E por alguém
Já amei mais
Já amei demais
E lhes digo:
Jamais ame ninguém.

Mas quem é capaz?

domingo, 18 de novembro de 2012

Se

Nada neste mundo seria tão difícil,
Se, a cada vez que algo desse errado,
Ao invés de procurarmos um culpado,
Procurássemos uma solução
Pra ficar de bem com o passado

Se cada um cuidasse apenas do seu ofício,
Não vivesse sua vida pra julgar a de alguém
E ouvisse um pouco de Cidadão Quem
Tenho certeza que nosso coração...
Ficaria bem.

Sei que ninguém vai aonde eu vou
Sei que ninguém é como eu sou
E, por isso, sempre que dizem que acabou
Eu prefiro insistir um pouco mais
E acabo encontrando a paz
No pouco que me restou.

E ninguém sabe até onde posso viver
Acho que nem eu mesmo poderia dizer
Lembro das vezes que vi o chão tremer
E eu consegui, em todas elas, me equilibrar
Não é agora que algo vai me parar,
Mas hoje eu consigo entender...

Que, se tu merecesses meu amor,
Eu sei que logo te ignoraria
Mas, já que não mereces nem meu rancor,
Eu faço por ti o que ninguém jamais faria.

domingo, 11 de novembro de 2012

Um Maço

Pelo meu time que nunca ganha
E pelo amor que nunca vem
Fumo um maço desse cigarro
Que está me saindo caro
Pra o pouco que ganho por mês.

E fica aqui a minha campanha:
Não ame quem eu já amei
Nem torça pro time de vermelho
Pois a vida se define em desespero
E noites mal dormidas também.

O salário que ganho não condiz
Com o preço que eu paguei
De toda a droga que eu já usei
Só para tentar ser feliz.

Pelas baixas notas que recebi
E pelas amizades que não voltarão
Bebo uma garrafa por dia
Vejo preocupação virar alegria
E, depois da embriaguez, a solidão.

E lhes digo o que um dia ouvi:
"Um cigarro pra cada decepção
E a dose certa pra esquecer tudo
Mandar se foder o resto do mundo
E jamais ouvir a voz do coração"

E o otário, quando vê a cicatriz,
Finge que já aprendeu a lidar
E acho que não custa perguntar:
O que é mesmo ser feliz?

Todos querem ser,
Mas poucos sabem o que é
Deve ser tão difícil
Quanto amar uma mulher.

domingo, 4 de novembro de 2012

Palavras Na Tua Casa

Faz tempo que eu me declarei
Muitas vezes vi tudo mudar
E quantas frases eu criei
Para ao teu lado me calar?

Milhões de vezes me senti rei
Outras tantas vi a solidão me abraçar
E a verdade é que eu não sei
Onde tudo isso vai parar...

Pois em todas as vezes
Que nos perdemos até agora
Nos reencontramos em outra hora
Com ou sem demora
E espero que nada ouse mudar

E sempre que alguém esteve
Querendo ir embora
Pra conhecer o mundo lá fora
Apagou-se uma parte da história
Que eu faço questão de readaptar...

Espero que não seja só eu.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Cidreira

E era tão bom, mês de fevereiro,
A gente esperava um ano inteiro
Pra ter quase vinte dias de paz
Ou, quem sabe, um pouco mais

Lembro do som que esquentava
Quando a noite fria me abraçava
Era a viola do meu avô, baita senhor,
Que saudade, quanto amor...

E será que Cidreira mudou seu jeito?
Ou será que ela continua igual?
Eu nunca esqueço daquele centro
Abarrotado em noites de carnaval

E, nos dias ruins, era a nossa salvação
Fugir para a Praia das Cabras
Ou, às vezes, ir até o Farol da Solidão
Pescar, tirar uns mariscos e voltar...

Sempre com a viola na mão
Às vezes, com muitos quilos de peixe
E, outras, só com histórias pra contar...

Será que ainda existe tudo que eu deixei por lá?

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Necessário

E era tão difícil
Eu nunca me contive
Sempre tentei ter
O que não era meu

E é meu sacrifício
Gostar do que nunca tive
Amar quem só sabe dizer
Adeus

Vai, que faz falta estar longe
Que faz falta morar longe
Que faz falta viver longe
Quando se está perto...

Volta, que faz falta estar perto
Que faz falta morar perto
Que faz falta viver perto
Quando se está longe...

E assim a gente vai
Ou volta, ou segue
Ou faz o que for,
Ou se faz de otário...

Assim, a gente apaga
E incendeia esse amor
Quantas vezes for
Necessário.

domingo, 14 de outubro de 2012

O Preço Que Eu Pago

Não fumo com frequência
Mas preciso de um cigarro
O amor e sua decadência:
Virou em nada o que era raro

Eu tenho a  consciência
Que meus pés são de barro
E agora é consequência,
De quem ama pouco, pagar caro...

E perder tudo o que tinha
E também a oportunidade
De ter o que ainda não tem

Enfim, perder a linha
Viver pela saudade
... de alguém.

Eu tenho a consciência
Perdi o que era raro
E o preço que eu pago
Pela tua ausência...

É caro, é caro, é caro...

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Nada Mais...

Chega de saber apenas caminhar
E não entender porque vai,
Pra onde vai
E tudo mais...

Chega de pedir pro tempo passar
Está na hora de viver o agora,
Sem demora
E nada mais...

Dá a mão pra quem está do lado
E vai!

Acho que eu te entendo,
Após invertermos os papéis
Surgiram tantos anéis
Que os dedos...
Nem tocam mais.

Eu tenho um coração que bate
Por alguém que me surra
Todas as vezes que fica muda
Quando eu peço mais um chance

E, ao meu alcance,
Não existe nada mais...

Queria dar a mão pra quem está do lado
E ir
Mas, por aqui,
Não vejo ninguém mais...

É que, ao meu alcance,
Não existe nada mais...

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

A Voz Que Eu Nunca Ouvi

Eu peço desculpas
Pelas culpas que te coloquei
Não era a minha intenção
Mas virou necessidade

Espero que tu entendas
As lendas que te expliquei
Não foi só o meu coração
Que sofreu por vaidade...

E, se me perguntarem
Onde tu estás
Ou aonde vais,
Direi apenas que vives bem
Mas que não morrerás em paz.

E, onde encontrarem
Um resquício de satanás,
Mentirão nos jornais
Dirão que estou com outrem
Quando, na verdade, jamais...

Eu sou fiel à minha solidão
Eu sou fiel ao meu ninguém
Perceba com a palavra chega ao coração:
É pela voz que nos faz amar alguém...

A voz que eu nunca ouvi;
E achei que pudesse ser a tua, meu bem.

sábado, 6 de outubro de 2012

Impossibilidade

Tu me fizeste mudar
E depois te mudaste pra longe
E eu fiquei, aqui, por amar
A impossibilidade...

E, de tanto errar,
De tanto ouvir Visconde
Eu consegui me salvar...
Da saudade.

Um dia, tu vais sentir falta
De alguém pra sentir tua falta
Eu tenho certeza que vais
Será daqui algum tempo,
Se já não for agora...

Um dia, tu tentarás voltar
Pros braços de quem já quis voltar
Mas vai ser tarde demais
Quererás reprisar grandes momentos,
Mas será tempo jogado fora.

E eu estarei ali, do outro lado,
Fingindo estar muito bem
Fingindo que o passado não machuca
Eu estarei te colocando uma culpa
Que, no fim, é minha também
Mas é tão oculta a dor desse passado...

Que... enfim, eu não tenho certeza,
Mas acho que passei do meu limite
É triste quando, por medo,
A gente, a si próprio, agride.

domingo, 30 de setembro de 2012

Pouca Vogal

Agora; tão tarde, tão depois
Eu posso escrever, rabiscar
E sei o que posso dizer, pois
Ouvi a banda que canta sobre mim

E a saudade, que tão cedo me deixou,
Tão cedo voltou a me atormentar
Eu passei a acreditar no que sobrou...
Aquele show não deveria ter fim.

E aquela banda que tocou
Ali, perto da minha casa,
Disse tudo que eu queria te dizer
Tudo que eu precisava ouvir...
Tudo sobre nós.

Aquela banda, que me encantou,
Mostrou um novo sentido das palavras
E, no fim, eu consegui entender
Que eu devo sentir e ser feliz,
Acompanhado ou só.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Debaixo Do Meu Nariz

Estou um pouco afastado de tudo
E o mundo conhece minhas andanças
O sonho era ir pro espaço, mas faltou luz
E a tua cruz é apenas a minha dança

Querem que eu ouça opiniões, mas sou surdo
E o grito que sai do fundo da minha alma
É apenas a calma que eu não encontro
Em nenhum ponto, em nenhum segundo

Eu quero é dizer que quase tudo
Acontece muito perto de mim...
E a melhor coisa do mundo
Acontece debaixo do meu nariz...

Conheço até a Oceania mais que teu corpo
E era justo o oposto que eu queria
Sonhar a dois e ficar longe do resto
Sem deixar este sentimento honesto pra depois

Descobri o amor no lugar que mais odeio
E ele, assim, veio com uma dose de medo
De não saber guardar segredo, de machucar
Não quem ousa me amar, mas a mim mesmo

Mas eu quero é dizer que quase tudo
Acontece muito próximo de mim,
Sempre estive perto de tudo que aconteceu
Isso inclui a melhor coisa do mundo,
Que ocorre debaixo do meu nariz,
É quando eu beijo os lábios teus.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Desapegar e Desaparecer

Chegou o dia, finalmente,
Pra, sem mais temer,
Desacreditar na gente,
Desapegar e desaparecer.

E a agonia, de repente,
Passou e soube esclarecer:
Até ela queria um corpo quente
E partiu sem mais nada dizer.

Mas ficou algo subentendido
Escrito no sorriso falso que deixou
Foi como encontrar um velho amigo
Que, de tão velho, nada sobrou:

Sempre alguém faz o sacrifício
De ficar com o resquício do que se foi
E, geralmente, desses vícios
A gente se arrepende... depois.

E sempre tem quem esquece tudo
Redescobre o mundo e tudo bem
Esses já sabem o quanto é absurdo
Tentar amar... alguém.

sábado, 22 de setembro de 2012

Seria engraçado, se não fosse trágico...


“É até engraçado...”. Eu queria começar a escrever assim, mas não seria sincero, não seria a realidade, não dá.

Estive procurando a razão da minha vida em um coração sem emoção, em um olhar lindo - porém falso -, em uma pureza impura. E, depois de algum tempo, comecei a perceber que a estrada não era feita para andarmos um ao lado do outro e, pelo contrário, os deuses queriam mesmo que nós fizéssemos caminhos opostos. E assim foi.

Nós até insistimos, tentamos ser mais fortes que o mundo, que sempre conspirou contra, e nada se alterou. Mas sempre fica aquela impressão de que, se déssemos um pouquinho mais, talvez fosse possível. Pena que, de concreto, esse “se” não nos apresenta nada.

E eu, que tinha o coração mais emocionado, o olhar mais escuro – porém verdadeiro – e a impureza mais pura, tive que viver outras histórias, passar por outras vidas, decepcionar e alegrar muita gente para aprender que existiam outras formas de ser feliz.

Até que um dia eu entendi o que os deuses queriam: colocar duas pessoas que se amam em direções opostas, que é para elas se encontrarem, pois, independente de onde partir, se andarmos sempre na mesma direção, voltamos para o mesmo lugar. E foi o que aconteceu.

Mas alguma coisa estava mudada, ou pouca coisa havia não mudado. O coração dela estava com emoção, o seu olhar era só sinceridade e ela estava tão pura. E então veio a pior das tragédias: o coração sem emoção, os olhos sem sinceridade e a falta de pureza, percebi no instante em que lhe toquei os lábios pela última vez, eram características, enfim, do meu corpo.

Eu me tornei gelo; o jogo virou e sabe quem perdeu? Nós dois.

Eu primeiro, ela depois...

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Cais

Hoje; os ventos chegaram mais cedo
Expulsaram, enfim, a chuva e, sim,
A partir de agora, tudo se modifica
Sem nenhuma previsão de volta

Que os ventos arrastem o meu medo
E que distanciem o mau tempo de mim
Os meus sonhos ninguém limita
E meu dever é viver sem sentir falta

Os ventos, esses sem sentido,
Estão me dando a certeza
De que aqui não é o meu lugar
E que digam coisas boas no seu ouvido
Pois a minha maior fraqueza
É o adeus que eu não pude dar

E a vida de cada um é responsabilidade
De quem ousa sustentar o seu corpo,
Sua alma, seu coração, seus pensamentos...
Sem distinção, pois somos todos iguais

E aprender que faz parte ter saudade
Passar por qualquer tipo de sufoco
Mas nada fica imóvel, quando os ventos
Chegam à cidade, a partir dos cais

E que sentido eles poderiam ter
Se não fossem mudar o panorama
Levar algo e trazer outro no lugar?
E, nessa indecisão, se aprender a viver
Com choro, sorriso, tragédia, drama...
E sempre alguém para amar

No fim, os ventos nos levam onde devemos ficar.


segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Cruzada

E agora eu sei
Que antes de pensar
Em um outro alguém
Tenho que lembrar de mim.

E talvez seja só assim
Vivendo por ninguém
Que eu vou me encontrar
Ou me destruir, enfim.

Estou vivendo e já não sei
Se ficou em ti
A marca deste amor
Eterno para mim.

Estou morrendo e não sei
Se tudo que já escrevi
Ainda tem algum valor
... pra ti.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Aconteceu Com Um Amigo Meu

Larguei a sua mão para me despedir
Enquanto seu ônibus chegava mais perto
E, a cada metro, menos tempo pra existir
Não eu ou ela, mas o nosso amor... discreto.

Recebi dois beijos inesperados
E, ao ver-lhe partir, partiu-me o coração
Veio a imagem de um amor quebrado
E resolvi agir, sem nenhuma razão.

Corri, como nunca antes na minha vida,
E, na parada seguinte, entrei e procurei...
Eu lhe encontrei estancando a ferida,
Que doeu nela também, eu a conheço bem...

Sentei ao seu lado e nada quis dizer
Esperei que ela falasse algo sobre sua dor
De tudo, só uma coisa eu pude entender:
Ao lhe encontrar, reencontrei o amor.

Ela me perguntou:
“Por que fizeste isso?”
E eu consegui responder
De tal maneira, que nem sobrou
Algo para ela dizer:

“Uma vez, me disseram
Que era para eu correr atrás
Do que eu queria de verdade”.

Mas eles, que também erram,
Nunca encontraram a paz
Afogados num mar de saudade.

Só que, agora, quem não quer mais sou eu
E, após tanto vangloriar-se
Por ter um coração de gelo,
O dela derreteu...

E quanto a mim? Já lhe apaguei
Fiz meu coração parar de bater um pouco
Encontrei, passado o sufoco,
O sorriso que foi seu...

No dia do adeus, me disseram
Que era para eu correr atrás
Do que eu queria de verdade.

Mas eles nunca souberam
Navegar, em paz,
Num mar de saudade. 

domingo, 9 de setembro de 2012

Canção Para Depois Do Meu Suicídio

Finalmente, cheguei ao meu novo lar
Mas não vejo nada além de escuridão
Os antigos toques na minha mão
Ficaram todos em outro lugar.

Eles diziam, em vida, para eu rezar
Mas eu nunca lhes dei ouvidos
Talvez as coisas façam mais sentido
Agora que não existe luz para guiar.

O castigo é ouvir a voz de quem merecia
Estar exatamente aqui, ao lado meu,
Enganando a outros na terra de Deus
E me trazendo um pouco mais de agonia.

E a bala, que deveria te perfurar,
Está alojada, aqui, no meu coração
Ninguém pode dizer que foi em vão
Pois não há com quem conversar.

Aqui, há a dor e o medo,
Nada mudou
Mas o que sobrou?
Eu mesmo...

E todo o meu amor.

domingo, 2 de setembro de 2012

Canção Para O Meu Suicídio

Lutando contra o frio e a chuva,
Eu finalmente chego em casa
Já percebendo que sobrou nada
E nem sei de quem foi a culpa.

Apenas um prato na mesa
E ninguém para acordar na cama
Parece que, quanto mais se ama,
Menos se tem certeza.

As minhas roupas ainda por lavar
E os cigarros que eu deixei no chão
Assistem quietos a minha solidão
Que não tem hora pra acabar.

Nenhuma cerveja no congelador
Ninguém para me cobrar horários
Apenas uma voz dizendo: "Otário"
Pelo som que sai da minha dor

Palavras, como arma, é o que tenho para usar
E a música mais triste é o meu escudo
Mas eu estou tão no escuro
Que não há ninguém para eu poder atirar.

Apenas eu...
E, de tanto errar,
De tanto amar
Deixo-te somente este adeus...

Como forma de te fazer lembrar.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Página Catorze.

Cuidar não somente das tragédias presentes
Mas também precaver-se das futuras
Que é para poupar a nossa gente
De outros goles de amargura

E, enfim, respeitar as outras vertentes
Como se elas fossem a sua
Para que se possa, de repente,
Aprender tanto em casa quanto na rua

Queimem as bandeiras e os valores
Nós, por sermos mortais, somos todos iguais
Que a cegueira dos olhos não esteja com os senhores

E que em hipótese alguma cometamos o erro
De considerar outros humanos anormais
Por julgá-los a partir de nós mesmos

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Enquanto Existo (A Tempestade das Canções)

Enquanto existo,
Sei o que é vida
Mesmo sendo visto
Como apenas uma saída
Para se esquecer alguém.

Enquanto existo,
Compartilho o que sei
Às vezes até arrisco
Falar de amores que vivenciei
Mas não engano ninguém.

Consegui me fortalecer
Lendo o poeta mais triste
Ouvindo o que de mais melancólico existe
E já sei até como vencer...

O segredo é não amar,
Só me falta começar.

domingo, 5 de agosto de 2012

Versos Pra Uma Princesa


É uma vida nova e nem sei o que posso ensinar
Mas eu já percebi o quanto aprendi
Faz tempo que espero alguém pra amar
E hoje, finalmente, descobri:

Não existe razão para nos guiar
Existe alguém que nos força a ser feliz
Mesmo quando se precisa chorar
O amor, então, reside aí.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Não Desistir Sem Tentar


Às vezes dá saudade, eu sei
Às vezes dá vontade de voltar
Mas, na verdade, quando vejo bem
A realidade mesmo é não tentar

Perdi as contas do quanto sonhei
E nem comecei a contagem do realizar
Perco tanto tempo esperando alguém
Que, nesse tempo, eu poderia procurar

Ah, e se fosse fácil escolher por onde andar
E se nós jamais pudéssemos nos arrepender
Transformaríamos nada em tudo e bastaria

Ah, e quem sabe até na pior das agonias
Poderíamos encontrar algo para aprender
Ou, ao menos, não desistir sem tentar

domingo, 29 de julho de 2012

Será Que Existe Alguém...?


Acordem em outra manhã
Sem saber se haverá uma próxima
E vivam na intensidade máxima
Que isso valha a partir de agora.

É que, pra quem morre amanhã,
A vida se torna muito mais alegre
Quando não existe um até breve
É muito mais difícil ir embora.

Então, por favor, não se vá...
Quero que fiques um pouco aqui
O amanhã não existe mais
E a gente ainda tem que ser feliz

Então, meu amor, vem cá
Faz tempo que eu te peço pra mim
E, ao teu lado, hoje eu quero festejar
Como se o mundo todo tivesse fim...

Amanhã, quem sabe,
Nunca é tarde pra vida te roubar
Ainda existe tempo, na verdade...

Mas será que existe alguém pra me escutar?

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Eu Não Temo Tempo Ruim


Vou, eu não temo tempo ruim,
Sou mais um pra correr
Pra transformar em luz
A escuridão que vai nascer

Vou, não sinta saudade de mim,
Eu nasci pra poder voar
Longe de quem me reduz
Eu vou melhorar...

(Aprender a ser o que ninguém será)

Procuro algo pra te oferecer
E todas as minhas respostas
Não na dificuldade da vida,
Mas nas frases de uma bossa

E, se há tanto assim pra esquecer,
Quem sabe é vivendo um pouco
Posso afirmar: foi a única saída
Pra eu sair de todo esse sufoco...

(Aprender a rechaçar sonhos bobos)

Oh, como eu queria saber
Como é ter alguém pra si
Onde se possa dizer:
“É bom tê-lo pra mim”

Oh, como eu queria saber
Como é te ter pra mim
E talvez poder dizer:
“A gente vai até o fim”

Mas o fim chega e a gente continua
E quando tudo está nas alturas
A gente sobe um pouco mais
É assim a trilha que se faz.

Vou, mas não me peça pra voltar,
Pois é comigo que tu vais
No pensamento e onde mais
Couber um pouco do teu sonhar.

sábado, 21 de julho de 2012

Estar Só

Queria estar em um ponto distante daqui
Sem ter que cruzar contigo
Sem precisar correr o perigo
De encontrar a felicidade só ao teu lado.

Olhar para uma estrela no céu e ir
De encontro ao que ela pode me proporcionar
Achar algo que não me faça voltar
Nem sentir saudade do passado.

Comprar uma passagem sem volta
Para um lugar sem hora pra chegar
Trancafiar todo e qualquer tipo de porta
Que é para, aqui, nunca tentar recomeçar.

Acreditar que existe algo me esperando
Um ideal para que eu possa lutar
Enquanto isso, eu fico apenas sonhando
E lutando para não me entregar.

E tudo o que eu mais queria ouvir:
“Acorda, o sonho dela aconteceu”
Parar de viver por ela e pensar no eu
Realizar algo que parece impossível

Olhar pra trás e apenas sorrir
Saber que o tempo nos faz aprender
Encontrar um caminho pra percorrer
Que, pra outro alguém, seja inacessível.

Comprar uma passagem sem volta
E ir embora sem deixar rastros
Se dos meus versos ninguém sentir falta
Escrever por todo o espaço.

Acreditar que existe algo me esperando
E correr para um lugar bem melhor
Tocar estrelas e viver amando
A oportunidade de estar só.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Superficial


Agora, não sou eu quem vai desistir
Por hora, apenas o meu corpo está igual
Desde a primeira vez que te encontrei

Está te dando adeus o que sobrou de mim
E tudo o que eu escrevo anda tão sem sal
Desde a primeira vez que te falei

Que de toda essa saudade
Eu até já me cansei
Preciso me livrar de um vício
Viver minha vida em paz
Mas será que sou capaz?

Eu só sei que, na verdade,
Eu quase nada sei
E apenas sabendo disso
Eu já sei muito mais
Do que quem pensa saber demais.

Eu sempre quis escrever uns versos pra gente
Dizendo que o amor jamais acabaria
Mas só te escrevo pra dizer que terminou

Sempre me esforcei, vê se me entende,
Eu nunca pensei que a vida faria
Pensar que nada valeu do que a gente sonhou

Até admito ser superficial
Eu não sei me governar
Alguém me disse pra desistir
E eu, com medo de me machucar,
Resolvi me despedir.

Só não me peça pra ser normal
Cada um tem o seu par
Encontro o meu por aí
Se te alegras ao me ver chorar,
Entristeça: estou feliz.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Só Isso.


Da vida deles, eles sabem muito pouco
Mas da minha eles sabem até demais.
Não conseguem sair do próprio sufoco
E ainda tentam também roubar minha paz

E dizem que eu tenho muito a aprender
Mas eles nunca tentaram ensinar
Disseram a eles que bastava sobreviver
E deixaram, aos poucos, de acreditar

A única coisa que eles sabem é comparar
Mas, sinceramente, o que me motiva
Não é ser melhor que os outros
E sim ser melhor do que eu sou

E é por isso que eu quero lembrar:
Não existe outra chance, então viva
Mais paz e menos desgosto
Aproveite o que ainda restou

É só isso.

Não perca tempo com o que não vai voltar.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Ela Não Morreu... Em Mim.


Sabe quando se quer muito falar algo
E nenhuma palavra consegue expressar
Realmente o que se quer dizer?
É pra isso que existem beijos e abraços
Mas estamos tão distantes...

Sabe quando se quer o momento logo
E depois querer voltar atrás
Por vergonha do que se fez?
Depois que cortamos os laços
Nada mais foi como antes...

Eu sonhei que ela morreu
Mas, na vida real, ela sobreviveu.

Páginas: já virei e voltei
Umas mil vezes, talvez,
E olha que eu já tentei
Ir embora de vez...

Mas eu nunca consegui.

Eu sonhei que ela morreu
Mas, na vida real, ela só desapareceu...
De mim.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Nem Tudo É Real


Pra se machucar um coração
Há de se ferir antes olhos e ouvidos
Pra que se encontre na solidão
Alguma coisa que faça sentido.

E que descrevam a morte na condição
De jamais apagar o que foi escrito
Quero as manchas da minha maldição
Espalhadas, sem dó, pelo infinito.

Que os dias vão mudar
Todos nós sabemos
Mas quando é, mesmo,
Que nós mudaremos?

“O tempo vai curar”
Todos nós dissemos
Mas quando é, mesmo,
Que o medo vai nos deixar?

Seguimos com toda pressa do mundo
Para chegar a lugar nenhum no final
Esperando algum momento ou segundo
Que comprove o quanto tudo é real.

Que as pessoas vão sonhar
Todos nós sabemos
Mas quando é, mesmo,
Que elas vão acordar?

Que as pessoas não vão crescer
Todos nós sabemos
Mas até onde iremos
Com arrogância pra dar e vender?

sábado, 16 de junho de 2012

Tengo Muchas Alas

Hoje; resolvi ver a chuva atuar
E ficar até o sol renascer
Ter algo para me inspirar
E, ao mesmo tempo, me sentir vivo.

Escutar um pouco de Maná
Quando o dia começar a escurecer
E ter coragem para te falar
Que, contigo, não corro perigo.

Eu vejo os mortos tão distantes
Impossíveis até de visualizar
Mas, quando penso em não tentar,
Ouço algo que me faz continuar:
“Tengo muchas alas para llegar al cielo
Tengo muchas alas para llegar al sol”

(Tenho muitas asas para voar e lhes encontrar.)

Hoje; preferi ser o melhor pra mim
Sem medo de te ver me esquecer
Aprendi: é mais difícil se achar
Do que simplesmente se perder.

Escrever eternamente que te esqueci
E, depois, ao te ver partir,
Tentar te segurar com minhas palavras
Isso, eu percebi, não vai mudar nada.

E sofrer novamente por ti
Descobrir que tentei mentir pra mim
E que a minha mente sempre falhava
Pois era contigo que eu sempre sonhava....

Eu vejo os deuses tão distantes
Impossíveis até de visualizar
Mas, quando penso em não tentar,
Ouço algo que me faz continuar:
“Tengo muchas alas para llegar al cielo
Tengo muchas alas para llegar al sol”

(Tenho muitas asas para voar e lhes encontrar.)

terça-feira, 12 de junho de 2012

Não Querer, Mas Precisar Mudar

Faz tempo que vejo a vida distante
Dos lugares e pessoas que amei
Ainda estou tentando me contentar
Em viver num lugar tão diferente de mim.

Aqui, onde todos querem ser gigantes,
Eu acho que ainda não me encontrei
E, talvez por não querer mudar,
Avanço a passos largos para o fim.

No mundo dos vivos;
Só os mortos não correm perigo
Do meu amor, fui abduzido
Estou perdido...

E cedo eu tive que aprender
Que não bastaria ser mais um
E que é importante correr atrás
De todas as coisas que fazem bem.

Mas eu nunca pude te dizer
Que eu não guardo rancor nenhum
Guardo até carinho demais
Desse nosso vai e vem.

No mundo dos vivos;
Só os mortos não correm perigo
Do meu amor, fui abduzido
Estou perdido...

Ou será que, finalmente, me encontrei?

domingo, 10 de junho de 2012

Surrealismo

A neve evapora no ar
Trazendo consigo a paz no lugar
Mais gelado, mais sem salvação
O mais perto possível do meu coração.

E há tempos eu quis te avisar
Que o inverno traz milagres bonitos
E que não há nada que possa parar
A esperança de um sonho infinito.

O nosso amor é uma raridade
É como nevar em Porto Alegre
É uma ou duas vezes, que sabe,
É sorte de quem pode lembrar.

O nosso amor é escasso por vaidade
Mas a vida, eu lembro, segue
É lutar para curar a saudade
E sonhar alto, muito alto,

Vá que um dia neve em Porto Alegre...

Pela terceira vez.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Tanto Faz

Vamos fingir que está tudo bem
Que memórias apagam da noite pro dia
E apenas brindar esta noite sem fim
Enquanto o sol ainda demora...

Vamos reclamar da falta de alguém
Do nosso coração sem sintonia
E, quando encontrarmos, enfim
Deixá-lo, sem perceber, ir embora...

Agora; tanto faz
Depois de tudo que fiz
E pra sempre lembrar
Sou eterno aprendiz.

Agora; deixar passar
Já sei como se deve agir
Eu, de tanto acreditar,
Aprendi a mentir.

Vamos erguer as mãos para o céu
E aqui na Terra não fazer nada
Esperar a solidão bater à porta
Para nos fazer uma companhia.

Escrever histórias num pedaço de papel
E atirá-las à beira de uma estrada
Apoiar em algo que nos conforta
Durante as noites mais frias.

Agora; tanto faz
Depois de tudo que fiz
E pra sempre lembrar
Sou eterna cicatriz.

Agora; deixar passar
Já sei como se deve agir
Eu, de tanto amar,
Aprendi a desistir.

sábado, 2 de junho de 2012

Por Aí

Ando por aí procurando um sentido pra viver,
Algo pelo qual valha a pena até morrer
Algo pelo qual valha levantar a cada dia
E jamais desacreditar do que tenho como verdade.

Ando por aí encontrando motivos para escrever
E apenas os dias poderão me dizer
Se vale a pena encarar cada agonia
Na esperança de reviver o que dá saudade.

Ando por aí, que é por aí que se aprende
A respeitar os nossos semelhantes
E se apaixonar pelos diferentes
E quando eu digo que é pra sempre
Nem que sejam só por alguns instantes
É exatamente o que eu vejo na gente.

Ando por aí saldando a morte e a vida
Que experimento em cada nova ferida
A solidão dos dias cheios vai me impedindo
De lutar por coisas que não valem tanto assim.

Ando por aí observando a volta e a ida
E percebendo que em tudo há saída
A escuridão vai e o sol chega sorrindo
Mostrando que a estrada está longe do fim.

Ando por aí por ter um porquê viver
Ou por lutar por um porquê
Dentro do que é possível e real
Ando e, logo, tenho história pra escrever
Eu sei que um novo dia vai nascer
Antes mesmo do fim do temporal.

sábado, 26 de maio de 2012

Não Vá Se Entregar

Eu já tatuei o meu nome no inferno,
Se o inferno for como dizem ser
Esperando por momentos sinceros,
Inventei falsas histórias pra me prender...

E que ninguém diga que eu parti sozinho
Lá, perto da onde eu passarei a viver,
Terei convicção de ter trilhado meu caminho,
Se é que há vida depois de morrer...

E daí que só agora eu resolvi mudar?
Quem é que vai me rotular e me julgar?
Eu pago as minhas contas e de tanto errar
Sobrou-me só um caminho pra trilhar...

E daí que hoje em dia eu não tento me salvar?
Eu nunca fui de deixar os meus planos pra lá
E, quando tiver medo, tentarei me levantar
E acelerar o tempo, como forma de curar...

Eu já troquei meu mundo por outro qualquer
E, no fim de tudo, veja o que aconteceu
Enquanto eu chorava e suplicava por fé
A sombra de um rosto, aos poucos, desapareceu...

E que ninguém diga se mereci ou não
De concreto, há pouco que se possa confiar,
O sol me cativa menos que a escuridão
Eu já escolhi a trilha e não posso mudar...

E é por isso que eu digo: “Não vá se entregar”
A vida e a morte são só trocas de lugar
Eu sei que muitos vivem para tentar se salvar
Mas eu não sou assim, eu quero histórias pra contar.

E é por isso que eu repito: “Não vá se entregar”
A vida e a morte eu já cansei de amargurar
Eu sei que muitos morrem de tentar se salvar
Mas o que é a vida, senão a morte em outro lugar?

segunda-feira, 21 de maio de 2012

(Não) Silenciar

Faz tempo que eu procuro
Um lugar tranquilo pra viver,
Um porto seguro, de qualquer tamanho,
Para desembarcar o meu amor.

Faz tempo que o escuro
É mais bonito que a cor que vês
E os ditos nos muros lembram do castanho
Que eu quero tanto esquecer.

Querer demais tudo que não vale mais...
Por que a gente só anda pra trás?

Há tempos eu tive que silenciar
Sentenciaram minha morte
E, cegamente, resolvi concordar
Mas desistir nunca foi o meu forte.

E hoje, tentando ir pra frente,
Vejo o mau olhado me puxar
Ela me disse que era pra sempre
E nem teve a coragem de começar.

Lutar demais pelo que não mais satisfaz...
Por que a gente perde tanto a paz?

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Não Ficaí... Ficaqui.

Não ficaí parada
Tô esperando por ti
Há muita estrada
E pouca gente pra ir.

Não ficaí quieta
Quero ouvir tua voz
Há a minha coberta
Para aquecer o nós.

Não existem limites,
Desde que tu acredites.

Não ficaí perdida
Quero todo teu amor
O gosto da tua saliva
E afagar tua dor.

Não ficaí triste
Ficaqui comigo
Não esquece o que eu disse:
Sou feliz contigo.

Espero que tu acredites
Pra gente, não existem limites.

domingo, 13 de maio de 2012

Nasci Para Amar Aos Que Não Se Deve

Enquanto eu vejo vocês lutando
Por coisas tão pequenas, por orgulho,
Há alguém que segue amando
E, por necessidade, fazendo barulho...

Nos cantos das casas, no meio do asfalto,
Nos livros mais tristes, na visão mais egoísta
Convivo com a dor de erguer as mãos pro alto
E não encontrar nada em minha vista.

Eu deixo que vocês julguem tudo o que quiserem
Mas não me obriguem a aceitar todas as acusações
Ser o que se é, amar aos que nos vierem
Há de haver paz nos nossos corações.

Eu deixo que vocês mudem o quanto quiserem
Mas não me obriguem a aceitar todas as mudanças
Se eu nasci para amar aos que não se deve
Há, ao menos, de dizer com esperança:

“O mundo faz a justiça no andar do destino
É nas coisas vivas que se deve acreditar
A mudança começa a partir de agora,
Se, a partir de agora, começarmos a mudar.”

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Pouco Tempo Pra Viver; Todo Tempo Para Amar Causas Perdidas

Há algo no teu sorriso que completa o meu
Há algo no infinito que contempla o sonho de nós...
É que eu penso em tanta coisa ao ouvir o som da tua voz.

Há algo na tua mão que diz, quando eu toco,
“Não há outro alguém pra te fazer feliz”
E, então, foco minha mente em algum pensamento bom.

Estou igual a ti, mas por motivos diferentes,
Eu tenho apenas um pé no chão,
É que eu não sei se devo ficar e tentar
Ou apenas voar para outra direção.

Eu sei que tu e o tempo já cansaram de tanto esperar
Que, em algum momento, eu pudesse mudar a história
A minha, a tua, a nossa, a de muita gente.

Mas eu preciso de mais dias para me preparar
É que já faz algum tempo que eu desaprendi a amar
E, pelo pulsar do coração, é contigo que se reaprende.

Estou igual a ti, mas por motivos diferentes,
Eu tenho apenas um pé no chão,
É que eu não sei se devo ficar e tentar
Ou apenas voar para outra direção.

Estou por ti, por tudo que se sente,
Faça-me pisar seguro dois pés no chão
É que eu não pretendo acordar
Apenas para reencontrar a solidão.

sábado, 5 de maio de 2012

O Amor Está No Ar

O nosso amor é como sonhar:
Bom enquanto não se acorda
Só deixará de fazer sentido
Quando houver um novo.

É... nunca haverá.

O nosso amor é como o ar:
Vez em quando falta,
Nos mantém vivos
E nos mata aos poucos.

É... o amor está no ar.

sábado, 28 de abril de 2012

Deixa A Gente Entrar Nos Teus Ouvidos

Segura a minha mão
Só mais uma vez, por favor,
E mostra que o amor
Nunca se acabará.

Mostre a esta multidão
Que há saída, sim,
Que há de morrer em paz, no fim,
E que, até lá, já clareará.

Porque eles seguem entoando
Tantos cantos que eu nunca conheci
Eles seguem gritando pra todos,
Até pra quem não quer ouvir:

“Deixa a gente entrar nos teus ouvidos
Deixa a gente te fazer mais feliz
Deixa a gente mostrar que há sentido
Que há a cura em toda cicatriz.”

Me abraça mais forte
Sobe a escada da vida comigo
Me mostra a trilha,
O caminho mais bonito.

Eu já dei muita sorte
Em ter te conhecido
Mas será completa a minha vida
Só quando eu estiver contigo.

Vamos lá entoar cantos
Que muitos nunca ouviram
A gente segue gritando pra todos,
Até para os que já nos agrediram:

“Deixa a gente entrar nos teus ouvidos
Deixa a paz nos encontrar
Porque não faz mais sentido
Viver uma vida para matar.”

terça-feira, 24 de abril de 2012

Cópia Fielmente Contrária

"Faz parte", foi só o que pode dizer
Quem, a partir de então,
Não faz mais parte
Da minha pequena solidão.

E, na verdade, foi fácil lhe esquecer
Difícil será se, ao acaso,
Eu lembrar dela no canto do quarto
Ou no meio de uma multidão.

Sou uma cópia fielmente contrária
A tudo que um dia sonhei ser
Os dias vazios e as noites solitárias
Estão pertos de me vencer.

Saudade, só isso deu pra sentir,
Quando eu lhe vi sorrir
E o pássaro, que cantarolava,
Me fez ter vontade de voltar a dormir.

Já era tarde para acordar
Não só do sonho, mas na vida real
E eu, que havia esquecido quem amava,
Caí, outra vez, no velho amor normal.

Virei uma cópia fielmente contrária
A tudo que um dia sonhei
Os dias vazios e as noites solitárias
Me mostram tudo o que eu já sei:

Estou perto de ser vencido
Por um amor que já se perdeu
Se, por acaso, ela estiver viva
Queria dizer que o amor não morreu.

Não pra mim.

domingo, 22 de abril de 2012

Entre Tramandaí e Pinhal

Eu não vejo vocês há muito tempo
E o medo que eu sinto
É que houve esquecimento
Das palavras e dos nossos momentos
Tudo que me mantém vivo
E se houvesse compartilhamento...

Quem sabe eu faria uma visita
Entrelaçar as nossas vidas
Para ninguém nos separar
Há tempos eu estanco uma ferida
E, eu sei, só há saída
Se o tempo puder voltar.

Nem que eu pegue o primeiro ônibus pro litoral
E reacenda as memórias, entre Tramandaí e Pinhal,
Dos tempos que ríamos nos blocos de carnaval...

Parece-me tão surreal.

Eu não vejo vocês há muito tempo
E a saudade que eu sinto
Não cabe dentro do peito.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Atenção, Senhores Passageiros: Este É o Último Voo, É a Última Chamada...

Não me diga que o tempo
Tem mesmo o poder de curar
Nos meus piores momentos
Era apenas tu a me salvar.

A água, que por aqui evaporou,
Foi chover em algum outro lugar
E a lágrima, quando aí chorou,
Veio aqui embaçar o meu olhar.

Troque um "adeus" por um "boa tarde"
E, de verdade, já fico contente
Não espero uma boa solução pra gente
Só quero vencer essa saudade.

Porque, antes de te ver comigo,
Eu gosto é de te ver sorrindo
E, se estás feliz com outrem,
Sinto-me alegre também.

Eu só digo que o cadeado quebrou
E não há mais sentido esconder
Algo que a gente nunca deixou
Nunca fizemos questão de acontecer.

E nenhuma vontade me sobrou
De passar madrugadas a escrever
Sobre aquilo que passou,
Acabou e não vai mais nascer.

Troque um "adeus" pelo silêncio
Que daqui eu não te firo mais
Minhas palavras cessaram fogo
O cadeado vai descansar em paz.

E fico chorando a morte do meu peito
Mesmo sem saber do que ele é capaz
Foi um prazer, sem defeitos,
Tirar um pouco da tua paz.

A primeira, a última e algumas outras vezes são inesquecíveis.

domingo, 25 de março de 2012

Um Dia Ideal, Eu Acho

Um dia lindo, como os teus olhos
Como a cor do teu cabelo
Independente do jeito que deixas

Um dia lindo, como as lembranças
São elas que ainda me dão esperança
De voltar a sorrir, enquanto te queixas

Algo, antes, banal, normal...
Hoje, parece surreal.

Um dia ideal para perceberes, eu acho,
Que tudo só acabou para uma pessoa
E essa pessoa não sou eu.

Um dia ideal para dizer, eu acho,
Que só tu me fazes ser mais do que sou,
Ser mais do que sempre sonhei.

E, longe de ti, também não sou eu
Longe de ti, sou ninguém.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Por Enquanto

Se andássemos na velocidade da luz,
Se soubéssemos dar valor aos segundos
Talvez no fundo do poço, do túnel,
Encontrássemos a única luz no mundo.

Se tivéssemos mais uma chance
Para poder fazer diferente
Quem sabe um novo romance
Com um final inexistente.

Mas, por enquanto, ...

Eu não quero que tu penses
Que eu estou indo embora
Eu já fui há muito tempo
Mas eu não fui para sempre.

Eu espero que tu não deixes
Toda a tua memória lá fora
Porque, em algum contratempo,
Podes lembrar da gente.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Sou Como Cigarros Acesos Jogados ao Chão

Trocado por um outro coração
Espancado pela realidade
Eu busco, em outra direção,
Menos fé e mais verdade.

Ter um motivo claro pra viver
E não ficar apenas com a saudade
Queria apenas poder te dizer
Que, vivendo nesta cidade,

Sou como cigarros acesos
Jogados ao chão
Esperando que o tempo
Apague.

É fácil dar uma opinião
Vivendo em outra pele qualquer
Difícil é escutar outra canção
E só pensar na mesma mulher.

Ter outros mil motivos pra escrever
E não tentar nenhum, sequer
É mais fácil calar-se a dizer
O que ninguém escutar quer.

Sou como cigarros acesos
Jogados ao chão
Esperando que o tempo
Apague.

Pena que memórias não são
Fáceis de apagar,
Como cigarros acesos
Jogados ao chão.

É melhor acreditar
Que os ventos podem te fazer lembrar.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Eu Encontrei o Meu Lugar

Eu tenho estado cheio de afazeres
Eu tenho frequentado outras cidades
Eu tenho procurado em alguns prazeres
Tudo o que já esteve ao meu lado.

Eu tenho estudado na faculdade
E às vezes vou ao colégio para te ver
Percebo, toda vez, a realidade:
Tu sabes, melhor que eu, esquecer.

Eu tenho frequentado Porto Alegre
E o teu quarto, que um foi meu, também
Eu tenho te sentido tão longe, meu bem
Que meu coração já bate mais fraco.

E tu me falas que a vida segue
Pra quem segue querendo crescer
Eu cresci e preciso te dizer:
Às vezes, andar pra trás é o melhor passo.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Nem Um Oitavo da Metade

O mundo ensina,
E aprender nunca é tarde,
Que tudo que a gente sabe
Não é nem um oitavo da metade.

O ser humano é um ser
Que usa toda a sua vida
Para, aos poucos, fazer-se
E encontrar suas saídas.

Às vezes, é melhor não ser lido
Do que ser mal interpretado.

Às vezes...

terça-feira, 13 de março de 2012

Dominação ≠ Poder

Não pense que eu estou
Apenas me fortificando, amor
Estou lutando por nós dois
E pelo direito das pessoas.

Dizer que todos são iguais
É ir contra a tradição
De um costume que não vale mais
Pois o importante é a intenção.

Não a cor, o sexo ou a religião.

Os reis serão mais fortes
Que todas as pessoas
Somente até o dia
Que unirem-se todas.

Meus Planos Têm, No Mínimo, Onze Andares

Vida nova, a partir de agora,
Vida nova na velha Porto Alegre
Os tempos de criança vão embora
Vida nova, vida que segue.

Vida nova, que começa solitária
Ou, pensando bem, nada disso
Um velho cusco como companhia
E uma nova Supercombo nos ouvidos.

Na lixeira que vive ao meu lado
Deixei todos os problemas do passado
Disseram-me que é uma vida nova, então
Só me resta aprender com cada ocasião.

Os prédios são grandes por aqui
Talvez estejam na altura dos meus planos
Começa, agora, a aventura mais louca que vivi
E que sejam alegres estes próximos anos.

O acaso já me levou longe demais
Começo a caminhar com minhas próprias pernas
Tenho certeza que eu serei capaz
De passar pela fase da vida mais incerta.

Porto Alegre é o meu destino
Estou ansioso e muito feliz
Agradeço aos meus grandes amigos
Eles nunca morrerão dentro de mim.

sábado, 10 de março de 2012

De Braços Abertos

Eu já quis que fosse pra sempre
Eu já quis nunca ter te conhecido
Eu já quis tentar me afastar
Eu já quis chegar mais perto...

A verdade é que eu já quis tudo, em algum momento,
Mas, em todos os momentos, eu sempre te quis
E, pelo visto, não importará a nossa idade,
Será sempre minha felicidade, se estiveres feliz.

E talvez seja a saudade mais doída
E talvez seja isso que eu queira sentir
E talvez sejas a mais bonita
De todos os amores que eu já vivi.

Eu só quero que saibas: aqui tudo é real,
Nada de Cristo de concreto
Eu te espero de braços abertos
Para te acolher após o temporal.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Domingo de Futebol

Acordo cedo no domingo,
Fila pra comprar ingresso
Ver o jogo com os amigos
Pela divisão de acesso.

Nosso time joga pouco
E perde com um gol roubado
Juizão mete a mão de novo
E quando penso em ficar estressado...

A noite vem,
Pego o ukulele
Agradeço a Deus
Pelo dia que se foi
E pelo que vai nascer.

Tiro o meu chapéu
O céu negro sempre lindo
E, na porta dos sorrisos,
Longe de todo o mal
Somos sempre bem-vindos.

Segunda, a repercussão será grande
O adversário era um time de grife
Comentários do jornal de esporte
Até as nossas rodas de pife.

O treinador está para cair
E eu me pergunto onde tu estás
Dias assim, pra me fazer sorrir,
Só quando vens para trazer a paz.

Perdemos três pontos, eu sei
Bola pra frente, acabou
Domingo que vem
A vitória será certa
Mas era certa hoje também...

sexta-feira, 2 de março de 2012

Às Vezes

Às vezes, acredito ser o culpado
Das coisas ao meu redor não darem certo
Penso, também às vezes, ser amaldiçoado
Por um Deus que, às vezes, duvido existir.

Vivo num mundo injusto para os justos
E solidário aos injustos,
Tenho coração solitário, alma de concreto
Tudo que, quase sempre, não me deixa sorrir.

É que eu costumo acreditar em pouca coisa
E acredito que pouca coisa não me satisfaz
Queria ter, nem que fosse apenas uma ilusão,
Algo para me apegar nas noites mais tristes.

E, das que passam, acredito na história de todas
Mas em todas as histórias tenho um pé atrás
Seria ingenuidade cegar-me por uma paixão
E ingênuo sou por, às vezes, acreditar demais.

Às vezes, acredito ser o culpado
O injustiçado, o acabado, o roubado.

Ou apenas condenado;
Por um Deus que, às vezes, duvido existir.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Palavras Que Saem do Coração

Cada amor que se vai
É uma nova morte ao nosso coração
É um tempo perdido e que não volta mais
É um sonho antigo que não mais se faz.

Então, de onde vem a esperança
Para seguir em frente e tentar ser feliz?
Fazer da insegurança um combustível que nos leva e traz
Em um novo mundo de sonhos que, aos poucos, nos satisfaz.

Só não pense que tudo mudará
As noites frias ainda te machucarão
Mas é igual o remédio para te confortar,
Para desafogar um pouco da tua solidão:

São as palavras que saem do teu coração.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Longe de Ser Um Refrão de Bolero

Eu sei; o destino foi capaz
De mostrar, em pouco tempo,
Que não somos exemplos
Do problema que a distância traz.

Separados por ferros e concretos
Num mundo que sabemos dar valor
E, talvez, só nós mesmo tenhamos
Ideia do quanto vale este amor.

Eu quero dizer que deixei este mundo;
Mas quero ficar pra sempre no teu
Aproveito cada um dos segundos
Que te encontras ao lado meu.

Separados por milhões de planos diferentes,
Tu ainda vives no meu mundo preferido,
Eu quero que, assim como eu, tu aproveites
Para que o nosso mundo jamais seja esquecido.

Quero dizer que o passado está no mesmo lugar
E que, mesmo que o presente não nos ajude,
Tenhas força e coragem para viver e lutar
E, se precisares, terás sempre um amigo que te escute.

Longe de ser um refrão de bolero, eu sei
Mas escrito com a maior sinceridade do mundo.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

O Destino Colocou Frente a Frente Tudo Que Há de Diferente: A Gente

O mundo nos amaldiçoou a conviver
Um com o outro, mesmo de longe
Mesmo que seja pela batida do coração.

O mundo, que nos viu crescer,
Nos deu, é verdade, outras chances
Mas corremos atrás da mesma paixão.

O mundo colocou frente a frente
Tudo o que havia de mais diferente:
A alma com frieza de um ateu
E a alma esperançosa, como crente.

E deixamos passar os nossos dias
Sem saída, refúgio ou vacina
E, se não sabes o que aconteceu,
Eu te escrevo sem melodias.

Não quero deixar para outro dia
Não quero fugir sem a tua presença
Nem apagar a nossa timidez.

Eu quero tu, e apenas tu, guria
E, ao temer o que tu pensas,
Parece que é a primeira vez.

O mundo colocou a minha sinceridade
A nossa, às vezes viva, saudade
E a tua, sem perceber, carência
Como as nossas necessidades.

Deixemos, então, a vida discorrer
Sobre os capítulos que irão ocorrer
Fica, eu sei, na tua consciência
Tudo o que eu ouso escrever.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Só Um Bocado de Tudo de Novo, Por Favor

Eu ando sozinho no mundo de cada pessoa
E, com esperança, espero alguém me notar
Minhas evoluções são como passos de criança,
Devagarzinho, pequeninho, até alguém me libertar
Do medo de crescer que a realidade demonstra.

Os que eu tinha como amigos, ridicularizam meu sonho
E passo a questionar o meu único plano adulto
Sou fraco, mas não sou influenciável
Seria, das frases, o sujeito oculto
Pena que só o crime pequeno é inafiançável.

Não há nada mais triste do que envelhecer
Olhar para trás, ver que tudo era bom demais
E perceber que ali na frente tem muita gente
Que só é feliz quando te tira a paz.

E eu, que acreditava ter apenas doze anos,
Olho no espelho uma outra realidade
Vejo apenas a vontade de voltar no tempo
E poder reviver alguns dos meus momentos
Para, enfim, fechar os olhos eternamente.

Derrotado ou vitorioso, triste ou feliz
Só um bocado de tudo de novo para apagar a cicatriz.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

A Vida de Quem Tem Mais Mentiras Que Verdades

A estrada acabou,
O cansaço nos venceu
E veja aonde a gente chegou...
Lugar nenhum.

O tempo mudou
A saudade cresceu
E a vida não nos mostrou...
Sentimento algum.

Ao menos, obtive ensinamentos:
A maioria das pessoas
Gosta de ti pelo que tu tens
E não por quem tu és.

E, sim, vale muito o teu momento:
Se a hora não é boa,
Todos somem da tua volta
Ninguém mais se importa.

É a vida de quem não tem mais saída.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O Rio

Vou, então, está na hora de acordar,
Sair da cidade da solidão, num dia de verão,
Pessoas felizes com o carnaval
E eu tentando fugir desta selva de concreto.

Pego a estrada, compro algumas flores,
Hoje é dia de fazer felizes os meus amores,
Isso era para ser algo normal,
Se eu fosse um pouco mais correto.

São duas lindas crianças;
Uma delas de olhos verdes e cabelo escuro
Que me faz lembrar do meu grande amor
E de quando a conheci.

Pena que acabou a esperança;
Ela tem, agora, cabelos vermelhos e é duro,
Admito, a ver com outros planos futuros
Que passam longe de mim.

A vida segue, esqueço toda a tristeza,
Vou nadar contra a correnteza
É o que sempre faço, já estou acostumado
Amar a quem é concreto e não natureza.

Eu entro no rio para encontrar a paz
Que Deus nenhum quis me conceder em vida
Um momento de felicidade e nada mais
É o que procuro na simplicidade de cada saída.

É duro, admito, a ver com outros planos futuros
Que não passam, em momento algum, por mim.

Esqueça, minha preferida, as trilogias:
Escreverei pra ti durante toda a minha vida.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Vem Ser Minha, Poeta

Vem ser minha, poeta
Escreva teus versos
No calor da minha pele
Discorra a nossa história
Nestes lençóis imundos
Que a minha casa oferece.

Vem ser minha, poeta
Deixe-me fazer meus versos
Na ferida do teu coração
Reescreverei teus contos
Para que possas ser feliz
O leitor, eu sei, agradece.

Vem ser minha, poeta
Antes que a noite apague
A certeza desta gente incerta.

Vem ser minha, poeta
E que ninguém mais afague
A minha intimista descoberta

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Saudades Eternas

Eu só queria poder voltar no tempo
E congelar a vida nos melhores momentos
Ou deixar pra trás esta saudade
De quando eu era feliz de verdade.

Eu estou implorando por socorro
E ninguém é capaz de me ouvir.

Eu só queria olhar pro céu e acreditar
Que existe um Deus capaz de me curar
Eu suplico por fé, pra eu ser esperança,
Voltar a sorrir como uma criança.

Alguém me tira deste sufoco
Eu quero voltar a ser feliz.

Eu só queria olhar para trás e ver o futuro
Eu só queria viver em paz por um segundo.

Eu só queria poder voltar no tempo
E congelar a vida nos melhores momentos.

Saudades eternas.
Eterno sentimento.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Escola Literária: Lei do Tiro

Do lugar que venho,
A desigualdade é marca registrada
A maldade é sustentada
E a sociedade não faz nada.

Do lugar que venho,
Há dinheiro do povo em gastos privados
Chega o ano novo e os mesmos safados
Peço socorro e não há ninguém ao meu lado.

Do lugar que venho,
Educação fica em segundo plano
Manipulação garante mais quatro anos
E salvação é só na Igreja do fulano.

Do lugar que venho,
Democracia disfarça as diferenças
Economia cresce pelo nosso esforço
E lhes diria que não há recompensa.

Do lugar que venho,
Mal amados destroem o nosso verde
E dão passos largos ao fundo do poço
Vai faltando água e sobrando sede.

Do lugar que venho,
A escola literária é a lei do tiro
Não há onde se refugiar
Talvez só a morte venha nos salvar.

Do lugar que venho,
Sobreviver significa correr riscos
Há muita coisa que a gente precisa falar,
Mas a democracia ousa nos censurar.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Pingos

A chuva que cai do outro lado da minha janela
Vem me lembrar de tudo que nos unia
Estava ficando forte a nossa garoa,
Perdoa, eu não consegui apagar o que sentia.

Eu me sinto preso num passado todo teu
E vejo os ventos conspirando contra o 'eu'
Não conte com a minha presença na tua vida,
Pois eu sei que não pude ser o que querias.

Os raios são os únicos clarões que enxergo
E há todo um sofrimento que soa incerto
Queria te fazer lembrar alguém correto
Porém, pra ti, eu não passo de pingos.

Mas preciso apenas te dizer:

A chuva que cai do outro lado da tua janela
É parte daquilo que eu me tornei
Realmente, não sei por onde andei
Mas peço que, um dia, sejas sincera.

Queria ouvir da voz que sai da tua boca,
Aquela que foi a melhor que eu já beijei,
Tudo o que eu, sinceramente, já sei:
Eu me tornei pingos, não de amor, de dor.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Negro Amor

Eu queria poder voltar a ter só desejo
Apagar as lembranças ruins que ficaram
Sobrou vontade, mas eu não poderia saber
Que aquele era o primeiro e último beijo.

Eu queria entender que te amar já bastava
Aqui em casa, apenas algumas roupas tuas sobraram
Ainda falta coragem para poder te dizer
Antes daquele beijo, eras tudo que eu precisava.

Eu cometo os meus pecados por amor
E por ele também remendo meu coração
Aprendi a curar e a superar a dor
Mesmo no silêncio do meu colchão.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Canal Doze

Eu cheguei a quase ter medo de expressar
Alguns sentimentos que podem soar mal
Mas há momentos na nossa vida real
Que, honestamente, não se pode fugir.

Encontrei neste mundo milhões a me rotular
Dediquei os meus versos a alguém qualquer
Pequei quando jurei amor àquela mulher
Mas, sinceramente, juro que não menti.

Eu escrevo tudo que há de ruim,
Que é para a voz que sai dos versos
Tirar esta angústia que há em mim,
E que aqui se encontra por eu ser sincero.

Vocês, que tentam silenciosamente me arruinar
Provar que meus escritos são feitos sem fé,
Saibam que eu caio, mas logo fico de pé
Cada dose de decepção me deixa mais fortalecido.

Entendam, não há quem possa me fazer parar
Ao menos que, por vingança, eu tome um tiro
E, se é para morrer, assim eu também prefiro
Porque, se eu acordar, recomeça o perigo.

Eu escrevo o que muitos não querem ler,
Que é para ver se alguém consegue enxergar
Além daquilo que mostra o canal doze da TV
Aquilo que, se me deixarem vivo, pretendo escancarar.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Não Deixe A Guerra Começar

Prontos para o contra-ataque nós estamos
Esperamos, ao menos, poder utilizar
A arma que nós tanto sonhamos
E que, finalmente, conseguimos acabar.

Eu sei que o ataque vem muito forte
E, com sorte, saberemos desviar
De todas as mágoas vindas do norte
Talvez um dia poderemos nos orgulhar:

Nós vencemos a guerra.

Porque, para lamentar, já sabemos
Que deixamos a guerra começar.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Guantánamo

Todos têm o direito de se defender
O mundo descobre os malefícios de saber
Que amanhã o amante é o amor
E o amor se tornará traição.

O ônibus mágico perdeu o encanto
A direção não é mais para oeste
Eu cansei das minhas preces
Quero alguém para poder recordar.

Viagens, desgastes e mudanças
Amor, paz e esperanças
Eu não quero nada disso
Eu não quero nada além da verdade.

Pecado é pecar com consciência
Escrever pela vontade de iludir
Eu não quero depender de Cristo
Eu quero ser a voz da minha saudade.

Então, me diga onde começa o amor
Porque eu já sei como ele acaba
Tenho muito a percorrer nessa jornada
E tu não estarás ao meu lado.

E me avise quando acabares comigo
Que eu quero também poder me acabar
Tu falas que tens grandes amigos para confiar
Mas eu posso dependo apenas de mim mesmo.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Porto Alegre É Surreal

Porto Alegre é cidade da solidão
Um copo de água, uma cuia de chimarrão
Transformando tudo em saudade,
Na verdade, é só apelação.

Porto Alegre é cidade de almas mortas
Levada aos fins por maldição
Pessoas satisfazendo necessidades
Em uma típica tarde de Redenção.

Mas é só durante o dia
Depois que o sol afunda,
Nas águas do Rio Guaíba
Até a vítima fatal muda
Começa, então, outra vida.

Porto Alegre é cidade sem definição
É descobrimento, alucinação
Aprender a viver um novo lugar,
Pelo menos durante a escuridão.

Porto Alegre é apaixonante
É uma cidade sem salvação
Fazer acontecer sem pensar
Transformar a dor em tesão.

Mas é só durante a noite
Depois a vida segue normal
É trabalhar para viver
E também para reviver
As noites da capital.

Porto Alegre é surreal.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

A Solidão

Um dia eu encontrarei meu lugar;
Escondido, talvez pequeno,
Mas um lugar só meu.
Onde eu possa, enfim, comemorar,
Bebendo talvez veneno,
A solidão.

Eu penso em ir embora;
E lembro que não há despedidas
Não sei o porquê desta demora,
Se ninguém sentirá falta
Do meu coração.

Deixo, no chão, apenas meu corpo;
Embriagado por dentro,
Machucado por inteiro,
E um rascunho do que seria
Uma canção.

Aprendi sozinho a me defender;
Talvez por não ter alguém
Passei a ser mais racional,
Deixo de lado o bem e o mal
Paro na bifurcação.

Penso:
Eu era esperança, sou solidão.
Eu nunca contei histórias boas,
Pois ninguém estava a me ouvir.

Agradeço:
Ninguém maltrata o meu coração.
O bom de não confiar em pessoas
É saber que ninguém vai te ferir.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Já Passou

...porque, se dependermos do tempo,
O tempo só esvazia sentimento.

Ó, Cristo, quanta inocência,
Não adianta um concreto
De braços abertos;
Somos vistos como país da incoerência
Trilhando sempre o caminho do incerto.

Solidão que mata,
A imensidão da mata
Pode exemplificar
O tamanho da minha.

Porque, se depender de mim,
O momento já passou.

Mas só tenho coragem de escrever.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Ponto Final

Queria, uma vez que outra, saber lidar
Com as diferenças e com os problemas
Que a vida, sem dó ou piedade, nos dá
Para resolver, como se pudéssemos.

A vida é muito mais do que infeliz,
É um caminho cheio de buracos e solidão
Milhões de pessoas para te ferir
E pouquíssimas para te dar a mão.

Eu sei que é tarde para falar
E que é cedo para me desesperar
Mas a falta que o passado me faz
Vai me matando cada vez mais.

Eu vejo que todos seguem vivos
E apenas eu, aqui, sem abrigo
Quanto mais o meu tempo passa
Mais a vida perde a graça.

Esqueci o nome da minha melhor amiga
Assim como esqueço de comprar um pão
Aprendi que existe apenas uma saída
É quando pára o nosso coração.

E desfaço todo aquele otimismo inicial
Dos dias, eu só levo comigo a saudade
Aprendi que tudo na vida tem ponto final
Daquelas tristes e falsas amizades.

Eu sei que é tarde para falar
E que é cedo para me desesperar
Mas quanto mais o tempo passa
Mais a vida perde a graça.

Eu vejo que todos seguem vivos
E apenas eu, aqui, sem sorrisos
A falta que o passado me faz
Me mata cada dia um pouco mais.

Esse é o ponto final pra mim.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

'Olá, estou com problemas'

Então é isto mesmo? Tu me buscaste de um lugar distante e, poucas semanas depois, não me queres mais. Eu já entendi, estou tomando providência. Saiba, desde já, que a tua ausência me fará pensar muita bobagem, muita coisa ruim. Mas não me julgue por isso, sou ser humano. Daqui a pouco eu guardo só o melhor dos nossos dias: o teu sorriso lindo, as tuas covinhas, os teus olhos castanho-escuros. Saiba, o presente, às vezes, suja toda uma história linda. Mas, meu bem, é por pouco tempo. Eu prometo. Quero que alguém seja para a tua pessoa o que eu sempre sonhei ser. Só preciso que, de vez em quando, tu apareças na minha casa para dizer: - ‘Olá, estou com problemas, me ajuda?’. E assim a gente reconstrói uma amizade, e assim a gente afaga o que era dor, e assim a gente reorganiza o nosso destino, e assim a gente – por que não? – faz renascer o amor.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Me Procurar

Queria poder revolucionar
Sem ter armas na mão
Queria poder comemorar
Vitórias sem destruição.

Quem é capaz de mudar
Sempre está na oposição.

Eu não vejo um futuro
Tenho outras prioridades
Eu vivo sem um rumo
Priorizando só a verdade.

Eu rabisco nos muros:
“Estou com saudade.”

Mas tu és capaz de olhar?
Tu és capaz de me procurar?

sábado, 21 de janeiro de 2012

Aos Que Dizem Que Sou Poeta

Não tenho tempo a perder
Mas perco tanto tempo
Pensando em momentos
Que não vão acontecer

Eu aprendi no meu viver
Que correr contra o vento
E forçar um esquecimento
É nunca conseguir aprender

Que sou só metido a escritor
Que faz suas juras de amor

Cansei de ficar gastando
Um dinheiro que é teu
Deixei de roubar aquilo
Que nunca deixou de ser meu

Aos que dizem que sou poeta,
Isso eu acredito que não
Queria ver o mundo de cima
Mas nunca tentei sair do chão

Seria poeta quem quebra um coração?
Não!

Então sou apenas metido a escritor
Que faz suas juras de amor
Mentirosas, eu sei
Mas eu tentei.

Aos que dizem que sou poeta,
Isso eu acredito que não
Não sei se haverá vida
Após esta estação.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Que Venham As Novas Batalhas

Eu sempre soube que um dia tu irias embora
Pois tenho consciência de que nada é eterno
Viverei no ostracismo e próximo ao inferno
Mas com a convicção de que tudo tem sua hora.

Aprendi contigo a ser o mais envolvido
Da tua voz fraca saíram minhas maiores lições
Sei que tu alegraste milhões de corações
Que por décadas viveram partidos.

Eu, com lágrima nos olhos, me despeço
Não sei o que farão do meu futuro
Te perder foi um golpe muito duro.

Mas eu te desejo todo o sucesso,
Tu mereces tudo de bom na nova jornada
Que seja tão alegre como a nossa caminhada.

Foi um prazer te ter nos meus campos de batalha.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Saudade Compartilhada

Que a amizade de sempre permaneça
A amizade de ontem cresça
E que alguma futura aconteça.

Ando num clima de nostalgia
Longe da minha normal teimosia
Aprendi a ver a vida com alegria.

Eu já sei o que é sentir a dor
Estou deixando de lado o meu rancor
Ofuscando problemas e enxergando amor.

Sei que existirão derrotas e vitórias
E sei que contarão diversas histórias
Falando em vergonha ou em glória.

Foda-se.

Eu, agora, sei do que sou capaz
Quando consigo o que não acreditam mais
Eu mostro que o segredo é viver em paz.

Tenho fé nas minhas amizades
A moda pode até ser fazer maldade
Mas quem aqui é feliz de verdade?

Eu, é claro
Tenho o que é raro
Uma compartilhada saudade.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Vitória 2.0

Vitória,
Me diz porque tu foste embora,
E como fica a nossa história
Que ainda nem começou?

Memórias
De um tempo que não passou
Queria, um dia, te encontrar
E demonstrar o meu amor.

Eu te encontro atrás de livros
E de motivos impessoais
Queria logo os teus sorrisos:
Meu abrigo pra viver em paz.
Tu te encontras na minha alma
E, com calma, eu quero escutar
A voz que sai do teu olhar.

Vitória,
É o seu nome que está em mim
E não sai da minha memória
Queria uma longa história...

(Só eu, tu e mais ninguém.)

Guria,
Tu me trouxeste alegria,
Mal sabes que os meus dias
Eles andam muito bem...

É porque te encontro em livros
E em motivos tão banais
Queria logo os teus sorrisos:
Paraíso que me deixa em paz.

E, se teu nome nunca mais soar,
Se o teu toque eu nunca sentir,
Queria que, talvez um dia,
Tu lembrasses de mim.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

No Que Acreditar?

Deixei de ser sempre o mais correto
E voltei a percorrer o caminho do incerto
Usufruo dos meus exageros fúteis
Sem medo de que os outros me julguem.

Onde está o caminho que foge da escuridão?
Uns dizem que a morte é a salvação.

Até tenho uma cicatriz gigante
Tormento dos que puseram seus olhos grandes
E sob um céu de orações inúteis,
Uno sentimentos que ficaram pra trás
Sem medo de que os outros me julguem.

Na cidade, no campo ou em qualquer lugar
O homem segue errante, sem sinal de melhoras.

Quero uma demonstração de solidariedade
Uma sensação, enfim, de liberdade
E um coração com menos saudade.

Até a alma dos que já faleceram
Corre perigo, pois o mundo é injusto,
Resgata, nos vivos, as lembranças
E fica para o tempo a missão de curar.
Deixa que as pessoas mudem de lugar
Ilusões e feridas que apenas seguem
Transformando a mente do indivíduo:
A armadilha do seu próprio medo,
Rogando para alguém que nem sabe se existiu.
?

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Vitória

O nome dela parece ser Vitória
Com olhos de escuridão profunda
Ela atravessa todo o corredor
Enquanto homens nojento a seguem.

Sua pele grita "In for the kill"
Perto de uma das janelas da prisão
Tropeça nos seus pequenos pés
Parece fazer questão de me mostrar.

Acaba sempre por chamar minha atenção.

Se há quem inventa história,
Se há quem inventa alguma moda,
Há quem inventa, assim como eu,
Uma companhia para o coração.

O nome dela é mesmo Vitória
E ela é a pauta da minha reunião.

Entre opções certas e erradas,
Eu digo com os meus olhos
Aquilo que a voz não é capaz.

Aquilo que, daqui a pouco,
Eu também vou deixar para trás.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Ponto Fraco, Valentim

Quando cê volta
Mim abre as porta
Quer te ver aqui.
E bate todas foto
Muda todos foco
Pra ver cê sorrir.

Eu podia tá guerreando
Ou nomeando culpados
Tou aqui semeando algo bom
Aprendi com o passado.

Quero juntar meus cacos.

É guerra todo dia
Por dose d'alegria
Ou, por vez, tequila
Tapo os ouvido do filho
Pra não ouvir tiro
Mas ele vê a correria.

Eu podia tá matando
Mas ando escutando cê
Que me diz pra crescer
E seguir cantando

Espantando meu ponto fraco.

sábado, 7 de janeiro de 2012

O Prédio De Matemática

Já está na nossa frente
O que sempre foi distante
Nestes dias, é com a gente
Dar um passo a diante.

É mato junto com prédio
Num lugar que não tem fim
Dias de angústia e tédio, adeus,
Agora eu mesmo corro por mim.

Durante estes poucos dias,
O prédio de matemática
Será a minha segunda casa.

Deixo tristezas e alegrias
Troco a teoria pela prática
E não penso em mais nada.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Finalmente, Amor

Se ainda não conseguiste
Encontrar o amor,
Fecha teus olhos e ouça
A primeira voz que ecoa
Dentro da tua alma.

Se ainda existe
Um pouco de rancor,
Abra os horizontes, moça,
Saiba que a mágoa é à-toa
Isso, juro, acalma.

Um dia tudo volta
Para a mesma porta
Que te fecharam.
E, se não te importas,
Escrever em linhas tortas
É muito agradável.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Trilha das Lágrimas

Nós fomos massacrados
Como se não tivéssemos valor
Nós fomos humilhados
Estamos mergulhados na dor.

Saímos corridos da Geórgia,
Lugar que sempre cultivamos,
Como se fossemos criminosos
Afastaram-nos da terra que amamos.

Achei que, agora, estaríamos em paz
Mesmo perdendo toda a família
Mesmo estando do outro lado
Mesmo vivendo da mesma agonia

Não aconteceu.

O nosso martírio não acabou
Esta nova terra, em Oklahoma,
É tão infértil, tão pequena,
Que eu sei que não valeu a pena

Esta trilha das lágrimas.

Achei que estaríamos em paz
Mas nos colocaram longe,
Nos colocaram onde
Todo mundo torna-se incapaz.

E os livros de história
Serão escritos com tinta de sangue:

Sangue para Oeste.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Vocês Vão Ficar Parados?

O trabalho virou mercadoria
O salário segue uma agonia
Não há tempo para mais nada
E sabe como tudo começou?

"Carvão, ferro e vapor"

Se vão dois turnos de cada dia
Visando acelerar a economia
Eu quero voltar para casa
Descansar, amanhã tem mais.

E o dia nasce outra vez,
Renasce a esperança
Vocês vão ficar parados?
Eu não entendo este meu lado.

A tecnologia conseguiu avançar
Mas o bom-senso, onde está?
Às vezes, nem vejo o céu azul
E, sabe, a revolução transformou:

"Petróleo, aço e eletricidade"

Luz, mesmo, só vejo da cidade
Que ilumina a cabeça de ninguém
Contentar-se em ser mais um
É estar de acordo com a lei.

E o dia nasce outra vez,
Renasce a esperança
Vocês vão ficar parados?
Eu não entendo este meu lado.

E temos muito a conhecer
Temos muito que provar
Das novas tecnologias
Das novas agonias
De uma vida para trabalhar:

"Microeletrônica, Biotecnologia e Química Fina"

É a ordem mundial do momento.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Feliz Tu Novo

Eu estou cansado,
Mas me sinto pronto
Para percorrer e vencer
A trilha de cada amanhecer.

Deixo no passado
Todos os meus contos
Quero novas formas de rimar
E diferentes formas de amar.

Desejo mais fé
E também mais coração
Pelo amor de cada mãe
E o chorinho das crianças.

Desejo mais fé
Em cada nova oração
Que eu saiba cair de pé
Pelo restinho de esperança.

Então,
Feliz pensamentos novos
Feliz amigos novos
Feliz, enfim, tu novo.

Para, assim, teres um feliz ano novo.