quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

A Morte

A morte soa forte,
Mas é maior fraqueza
Da nossa gente.
Ela apaga os toques,
Desfaz as gentilezas
A gente não aprende.

Não há um tempo
Para transformar a morte
Em aprendizado.
Não há um momento,
Não há azar ou sorte,
Existe apenas o passado.

Fica só na memória
De quem segue vivo
Por tempo sem definição.
Não existe glória,
Muito menos abrigo,
Não existe coração.

Eu me preocupo, sim,
Sou pessimista e fraco
Coleciono feridas.
É mais ou menos assim,
Apanho e também bato
Aproximo a morte da vida.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Sem Querer Voltar

Se antes eu me sentia preso ao teu lado,
Hoje estou preso a um passado
Que o tempo não nos deixou completar.

Para te esquecer, uso de soluções não saudáveis
E abuso de pessoas não agradáveis
Mas isso, mesmo assim, só me faz lembrar.

Eu só aprendi a dar valor depois que perdi
Eu só aprendi a viver depois que eu morri.

Queria uma chance para recomeçar
Ou aprender, enfim, a me despedir
Sem querer voltar
Sem precisar fugir.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Desapego

Eu quero dar um soco no meu patrão
E, enfim, deixar de ser escravo.

Ele me fala: "Trabalho é dinheiro"
Mas sou eu que trabalho
E não vejo nem a cor da nota.

Ele me fala: "Sofra primeiro"
Mas sempre sou eu que ralo
E a grana aqui nunca brota.

Eu quero assassinar o meu patrão
E, enfim, deixar este emprego
Consegui acostumar o coração
Com o meu sincero desapego.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Eu Lhe Apresento Todo o Nosso Império.

Esconda com sorrisos aquilo que foi precipitado
E que as boas intenções estejam ao teu lado
Ninguém pode julgar alguém pelos seus atos
Pois todos nós temos pés de barro.

A responsabilidade trará o que falta do amadurecimento
E, de tijolo em tijolo, formarás o teu castelo
Com o maior tipo de amor que existe no planeta:
O amor que vem de mãe para filho.

Muitos apontarão o dedo na tua cara, tu sabes bem,
Mas não dê bola, a hora chega para todos
O mundo dá voltas, mas não dê bola:
Quem tu precisas, vai estar sempre contigo.

No Natal do ano que vem estará outro alguém
Que terá o mesmo amor que a tua mãe te deu
E não importa se foi muito cedo, ou o que aconteceu,
Importante é que vocês consigam viver bem.

Serão tempos de agonia e preocupação
Com o futuro que as vidas tomarão
Se o orgulho não falar mais alto que o coração,
Terás, com certeza, uma linda história para contar.

Mas, se alguma vez o dia escurecer,
Se um dia a chuva cair pesada,
Saiba que sempre há alguém a te guiar
Há sempre alguém para te iluminar.

Saiba que nada nesta vida é em vão.

E, se precisares de uma ajuda,
Eu lhe apresento todo o nosso império.

sábado, 24 de dezembro de 2011

24 de Dezembro

Foi numa destas vésperas de Natal,
Aqui no pátio da minha casa,
Que eu comecei esta história
De desabafar sobre o que me faz mal.

Eu era guri, tinha meus 15 anos,
De lá pra cá, mudei todos os planos
Inclusive o de aquela letra
Ser a única que eu escreveria.

Eu amava muitas outras pessoas
E não conhecia muita gente
Que hoje parece ser insubstituível
Nesta minha pequena e bela vida.

Mas, com o tempo, recebi o aprendizado
Das experiências que a vida me trouxe
Amei e fui amado, odiei e fui odiado,
Orgulho-me da vida que estou vivendo.

Não sei onde esta história vai parar
Vou deixar que os dias tragam a certeza
Que cada momento vai ser eternizado
Para que possamos comemorar sempre.

Eu ainda sou guri, tenho meus 17 anos,
Daqui pro futuro, tenho meus planos
Mas não tenho medo de mudá-los
Agradeço a quem corre ao meu lado.

Foi numa destas vésperas de Natal,
Aqui no pátio da minha casa,
Que eu aprendi a importância das palavras.

Elas não servem só para desabafar sobre o que me faz mal.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A Manchete

Já são mais de dezessete anos
Convivendo, neste planeta injusto,
Junto aos imperfeitos e incompletos,
Todos iguais a mim, lutando
Por uma vida menos sacrificante.

E nós vivemos errantes
E viveremos até a nossa hora chegar
Agradeço aos que venceram comigo
E aprendi a ser um homem mais forte
Em cada uma das minhas derrotas.

Não tenho mais saída,
Não tenho nem solução.

Posso andar distraído nas ruas,
Posso abrigar-me nos jornais,
A manchete sempre será a mesma
Em qualquer uma das capitais.

Não tenho mais feridas,
Não tenho nem coração.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Alucinação

Não sei se vales o que penso,
Não sei se vales o que comes
Mas eu nem ligo para o preço
Eu só quero, antes do começo,
Saber qual é o teu nome.

Não sei se valho o que digo
Não sei se o que digo é verdade
Pro pensamento alheio não ligo
Eu já andei correndo perigo
Nadando num mar de saudade.

Mas amanhã é segunda-feira
E a rotina segue igual
Seja com trabalho,
Ou recesso para o carnaval
E eu passo a noite inteira
Ganhando o meu dinheiro
Jogando, com meu baralho,
Nas regras que só eu conheço.

Não sei se vives como penso,
Não sei se pensas como viver
Querias não estar suspensa
Num mundo que te deixa tensa
Onde só trabalhas pra sobreviver.

Não sei se eu sou um herói
Não sei se sou um vilão
Aprendi que, o que se constrói,
Se não cuidar, corrói
E muda toda a situação.

Mas chega desta alucinação
Para a pouca droga que temos
Aprenda a se conformar
Com o mundo e seus erros
Tira a tua própria conclusão
Do futuro que deixa de acontecer
Quando tu olhas para trás
E, em vão, tenta esquecer.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Mil Mulheres

Deixei todo o meu orgulho de lado
Cicatrizei, precocemente, as feridas
Contando os dias para estar aqui.

Eu, que cuspi todo o meu passado,
Queimei na fogueira as traições da vida
Estou contando os dias para fugir.

(Eu sempre sonhei com um pouco mais)

Eu só espero, de coração, meu bem,
Que a tua ficha caia sem demora
Para que tu não sofras, como eu sofro agora.

Depois, reza pra qualquer santo do além,
Enfraqueça, chore o quanto quiseres
Te trocarei por outras mil mulheres.

(E tua lembrança não tirará minha paz.)

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A Tua Cicatriz

Conheço muito crente que
Nunca colocou o joelho no chão
Conheço muita gente que
Vive feliz sem ter religião.

E assim a gente aprende
Que, se há algo bom no coração,
Não importa a nossa crença
E sim a nossa intenção.

Vocês, que levam pra doença
Quem viveu na maldição,
Aprenderão que a fé
Não significa a salvação.

Eu posso andar a pé
E sem sapatos até a bifurcação
Vou com quem pensa em todos
Não quem ora, mas quem pede perdão.

Me apedrejarão e me tacarão fogo
Mas já tenho a minha mente salva
Eu sou a fé das palavras que profiro
E o resto, pra mim, não faz falta.

Podem me matar, assassinar minha emoção,
Podem ocultar o que há no meu coração
Podem manipular todos com a globalização.

Mas nunca deixe de cantar para os mortos
Nunca deixe de respeitar os opostos
Nunca reze sem fé ou paixão,
Nunca despreze o que te faz feliz.

Sou o que sou e me contento
Nasci para estar no coração dos outros
Mas nunca tive a intenção
De ser a tua cicatriz.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Depois de Nascer

Peço desculpas pelas culpas que te coloquei
Conheci um mundo diferente do que encontrei
Pois, depois de nascer, comecei a caminhar com ajuda
E hoje eu sinto que o tempo traz a independência.

(Precocemente, no meu caso.)

Eu passei por barreiras que não quis passar
E levei muito tempo para conseguir me adaptar
Percebo que, muitas vezes, a gente muda
Mas o importante é valorizar a nossa essência.

(Aquilo que nos faz acreditar)

Bom, enxugo as lágrimas para esta nova estação
Abro as portas para um novo e promissor verão
Gosto de todos os meus defeitos e qualidades
Eu pretendo deixar a cidade, morar no campo

(Mas visitar meus amigos urbanos)

Eu tenho duas almas no mesmo coração
Milhões de sentimentos e duas pessoas dentro de mim
Escrevo versos como um estrangeiro emotivo
Mas também como um gaúcho persuasivo.

(¡Hola!, Aguirre; olá, Marcel)

Eu aprendi que realmente bonito é aquilo
Que enxergamos não com os olhos, mas com o coração.

Tenho dois amores dentro de mim
(Aguirre ama o amor de Donatella)
Não sei a quem satisfazer
(Marcel ama o amor de Cinderela)

Parênteses são, geralmente, complemento de informação
Aqui, talvez, seja a minha preocupação
Eu nasci para sorrir e para sonhar
E, de certa forma, alço os voos do pensamento

(Mantendo os meus pés no chão.)

Peço a Sua Colaboração

Erga as mãos para o céu
É a nossa salvação, Deus,
É a paz na terra da solidão
E o caos em cada coração.

Erga as mãos para o céu
É a nossa bifurcação, ateus,
O fim desta escravização
Que o nome do senhor traz.

É que eu peco mais que acerto
E eu confesso toda a vez
Para o meu espelho quebrado,
Só eu e a minha insensatez.

Erga as mãos para o céu
O acaso chega e dá adeus,
Eu prego a paz no coração
E ando armando confusão.

Erga as mãos para o céu,
Veja que o mundo não é teu
Acredito na nossa salvação
E peço a Deus, crentes e ateus...

Proteção

Essa é a palavra dos nossos dias
Salvar almas em agonia
Crentes ou não
De bom ou mau coração.

Deus, crentes e ateus,
Peço salvação.

Quero um mundo sem rótulos
Sem hipócritas e sem saudade
Quero um pouco mais de verdade
E com menos desgraça.

Deus, crentes e ateus,
Peço salvação.

Por um mundo mais verde
Com menos guerra e confusão
Com menos fome e menos sede
E um pouco mais de afeição...

Deus, crentes e ateus, adeus...
Peço a ressurreição.
Peço a união.

Peço a sua colaboração.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Meu Apartamento

Moro em um apartamento pequeno
Comprado com muito suor,
Parcelado pelo antigo dono
Com dó de quem tem pouco dinheiro.

Mas por aqui eu fiquei sabendo
Que iremos viver algo melhor
Aprendi a descartar meus erros
E a fazer alegria em gestos pequenos.

O meu apartamento, maltratado pelo tempo,
Fica bonito em um só momento:
Quando tu vens aqui para dentro.

E me mostra que o que é feito de cimento
Não vale nada em qualquer momento,
Se compararmos com o que há no peito.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Crescente Decrescente - Retrato da Gente

Amor e dor.

Verde, sede e rede.

Boné, fé e cafuné, né?

Atitude, juventude, altitude e saúde.

Sabedoria, alegria, simpatia e trilogia.

Inteligente, acidente, crescente e presente.

Chão, algodão, saudação, emoção e coração.

Um passo, dois laços, mil abraços e teus traços.

Coração, emoção, saudação, algodão e chão.

Presente, decrescente, acidente, inteligente.

Trilogia, simpatia, alegria e sabedoria.

Saúde, altitude, juventude e atitude.

Né, cafuné, fé e boné?

Rede, sede e verde.

Dor e amor.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Redenção

É tempo que vemos passar rápido demais
Sob um céu que castiga e alivia
Que nos vê pecar, mas também sonhar
É a vida: simples e objetiva.

Eu tracei muitas metas nestes anos
Frustrei e orgulhei muitas pessoas
Sou uma mistura de sorte e azar
Que jamais deixará de lutar.

Eu já vi desafinarem vozes
E mal condutores de violões
Mas nunca vi, em lugar algum,
Sinceridade absoluta em canções.

Vivo como se fosse pela janela
Cercado por paredes e grades
Que não deixam o pensamento voar
E muito menos a alma respirar.

É tempo que deixamos de aproveitar
Sentimentos que negamos em vão
Somos o que aprendemos no nosso lar
Uns com mais sorte, outro com mais azar.

Só que a vida pode deixar de existir
Em qualquer dia sem algum proveito
Ponho um sorriso no rosto, sim,
É só um esboço, mas é de verdade.

Eu já desafinei a minha voz
E nunca soube conduzir um violão
Mas nunca vi, nas partes do coração,
Sentimento maior que a amizade.

Vivo como se fosse pela porta
Que eu insisto em deixar fechada
A chance chega aos preparados
Os maus momentos ficam no passado.

Chegou a hora de recomeçar.

Ela

Eu não queria ter que me esconder
Nem deixar de estar contigo
Apenas por algo normal,
Que não faz mais sentido.

É que, meu amor, não existe passado
Não existe qualquer argumento
Que me faça aprovar a ideia
De te perder por qualquer momento.

Mas talvez não saibas
Que eu trocaria o meu nome,
O meu endereço e a minha vida,
Apenas pelo teu amor.

Apenas para estar contigo,
Nos bons ou maus momentos
Para, sempre que eu precisar,
Me abrigar nos teus sorrisos.

Eu, que deixei de acreditar
Que o destino pudesse nos juntar,
Quero dizer que, apesar de tudo,
Eu sempre te quero um pouco mais.

Vejo o céu, aqui da minha janela
Queria rimar o teu nome neste verso
Mas, infelizmente, eu não posso
Vou te citar apenas como "ela"

E talvez ela não saiba
Que eu trocaria o meu nome,
Daria minha saúde e juventude,
Apenas para tê-la por perto.

Eu, que nunca fui muito correto,
Encontro nela um aprendizado
A cura para o meu passado
Acho, mesmo, que eu a amo.

Acho, mesmo, que te amo.

Cinderela.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Vão Na Fé

Vão lá, meus queridos,
Com seus movimentos separatistas
Com os seus gestos egoístas
Sejam felizes.

Vão lá, meus amigos,
Com suas novas tecnologias
Pessoas que te dão alegrias
Eu curo minhas cicatrizes.

Eu tenho a quem pedir ajuda.

Quando não precisamos mais
Eu sei que a gente muda
Vocês mudaram.

E nem lhes ponho a culpa
Sempre será assim
Mas deixo com vocês.

A tal da melhor parte de mim.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

A Guerra Sempre Continua

A gente só se valoriza quando vê
Alguém pior que a gente ao lado
Quando vemos alguém numa roubada maior.

Aí eu me pergunto, senhores:
Qual seria a graça de uma sociedade justa?

Se todo mundo vivesse igual,
Ninguém seria vencedor ou perdedor,
Não haveria guerra nem alegria.

Aí eu me pergunto, senhores:
Qual seria a graça de uma sociedade justa?

A gente já fez duas guerras mundiais,
Estamos loucos por uma terceira,
E todas as lutas são pela "busca da paz"

Quando a paz, enfim, chegar
Não saia de casa, perderá a graça
Pois não teremos a quem se comparar.

Aí vocês saberão, meus senhores,
Que não adianta viver numa sociedade justa

(A guerra sempre continua)

Eu só tenho saudade dos bons momentos
Que eu tive com quem, hoje, me faz mal
E, se consideram algo anormal, lhes pergunto:

Qual seria a graça, se meu coração fosse justo?

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Junto Das Almas Mortas

Falta luz na minha cidade,
Falta luz em todo o lugar
Falta luz dentro dos corações
E não há alguém para iluminar.

Chego em casa arrebentado
Da surra que levei do passado
Que não me deixa continuar
Que não me deixa respirar.

Os trocados caem do meu bolso
E nem me esforço para pegá-los
As máscaras também caíram nesta noite
A solidão é melhor que a má companhia.

Dos antigos sorrisos há só o esboço
E nenhuma palavra a declarar
As novas faces das mesmas pessoas
Tiram minha paz, me trazem agonia.

Eu não conheço a salvação
E mal sinto o coração pulsar
As ruas seguem obscuras
Por onde eu preciso passar

E me agarro a qualquer promessa
A qualquer demônio que me traga amor
É que eu sempre amei o pecado
E não há, na verdade, algo errado.

(Eu só quero fazer-te sentir minha dor)

Falta luz em casa,
Falta luz na cidade,
Também falta no planeta,
Falta luz no coração.

Eu não escondo os problemas
Através de uma religião
Eu quero é sangue nos olhos
Eu quero gritos e escuridão.

Eu, que suguei teu sangue venenoso,
Me encontrei, junto das almas mortas,
De novo.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Nós Somos Idiotas

Conheci o meu amor no verão
E, por força do destino,
Na mesma estação o reencontrei.

Passei um ano vivendo em vão
Amando e me despedindo,
Estou aqui outra vez, mas não sei

O quanto de verdade tem nesta mentira.

Os minutos passam como horas
E eu tenho milhares de memórias
Que atravessam a linha sonho/realidade.

Eu queria saber como fazer agora
Pois, de casa, estou indo embora
Só para matar um pouco da nossa saudade.

O quanto de seriedade existe nas tuas ironias?

sábado, 10 de dezembro de 2011

Boa Sorte

Eu te vejo de longe
E só às vezes me encorajo
De falar contigo.
Eu digo: "Boa sorte"

Mas eu quero ser a tua sorte.

E quando me solto
Pelo menos um pouquinho
Tu vais embora.
E eu digo: "Te cuida"

Mas eu quero te cuidar.

E fico imaginando
Se também pensas em mim
Quando deito na cama.
Eu digo: "Ilumina o caminho dela"

Mas eu quero iluminar o teu caminho.

E acordo em outro dia
Pensando se tens a mesma alegria
Que a minha ao te ver...

E, caindo numa rotina,
Te vejo de longe e, às vezes,
Vou falar contigo.
Eu digo: "Boa sorte"

Mas eu quero ter a sorte de ser a tua sorte.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Chinelo - Canto Gravataiense

Não me perguntes onde fica Gravatão
Pra não correr o risco de vir pra cá
A cidade que cheira à confusão
Da prefeitura à classe popular.

Pra quem vem da Alvorada escoltado
Ou quem vem da Cachoeirinha de busão
Tem certeza que pegou o lado errado
Ao ver o Cerâmica no Vieirão.

Ouça os gritos que ecoam lá do snk
Da galera que só pensa no acordar
Abraçados a cervejas e a beck's
Esperando a segunda-feira chegar.

E na hora derradeira que apareça
A guarda municipal pra revistar
Logo digo que eu estudei no Gensa
E eles vão pegar alguém do Barbosa

E nos olhos vou levar o encantamento
De quem viu o Carrefour se levantar
E no Mc, que chegou há pouco tempo,
Faço aqueces para outro Mistura

Ouça os gritos que ecoam lá do snk
Da galera que só pensa no acordar
Abraçados a cervejas e a beck's
Esperando a segunda-feira chegar.

Aguirre e Romeo.

Um Passo

Nossa história já teve intervalos de mais
E nós percorremos caminhos diferentes
Mas chegamos aqui, no mesmo lugar,
Temos a chance de mudar o que passou.

Eu já enterrei e ressuscitei a minha paz
Tantas vezes, que só deixo saliente
A minha voz, pra que possas me reencontrar
E, finalmente, acabar o que nem começou.

Deixarei de lado as promessas,
Pois meus olhos me entregam ao te ver.

Quero o teu sorriso mais bonito,
Uma cama bem pequena
E tu, ao meu lado, para me socorrer.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Nós Podemos Costurar

Eu posso, meu amor, costurar
Qualquer que seja o tecido
E quero enxergar, outra vez,
A cura nos teus sorrisos.

Voltar a acreditar no amor,
Que tanto me fez crescer,
Que mudou a minha vida.

Não há tempo que volte
Nem história que se repita
Mas julgo-te a única capaz
De reorganizar a minha vida.

Voltar a acreditar no amor,
Que tanto me fez crescer

Já prometemos: não cumprimos
Quero teu cheiro de novo
E também teus olhos claros

Voltar a acreditar no amor

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Sinceridade

A quem ficou eu agradeço
E quem me deixou não esqueço
Vivo assim, sem rancor,
Apreciando os novos dias.

Para cada nova decepção
Um amigo de bom coração
Vivo assim, paz e amor,
Dando e recebendo alegrias.

Que o futuro seja tão generoso quanto o presente.

Amigo, já são dezessete anos
E algumas centenas de planos
Muitas dúvidas e só uma certeza:
Tenho tudo o que eu preciso.

Sigo sempre com grandes ideias
Como um recém formado sociólogo
Estou estudando as matérias
Que tragam-me a sabedoria logo.

Que o futuro seja tão generoso quanto o presente.

Deixo para quem amo
O meu sorriso mais bonito
A minha dança mais louca
E o meu abraço mais apertado.

A mentira até te toma um tempo
Mas é a verdade que move a vida
Um dia as máscaras caem
E descobrimos onde há saída.

Que o futuro seja tão generoso quanto o presente.

Acredito que eu tenha descoberto
As pessoas que me fazer acreditar
Em um mundo cada vez melhor.
Mas sigo de coração aberto,
Mesmo sendo difícil acreditar
Que há tanto espaço para um coração só.

Deixo pra vocês o meu sorriso mais bonito,
A minha dança mais louca
E o meu abraço mais apertado.
Deixo pra vocês toda a minha sinceridade
Toda a minha saudade do tempo que ficou
Mas que sempre será lembrado.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Pra Vocês 2.0

Não há dinheiro que compre
Nem palavras que possam dizer
Toda a felicidade que sinto
Quando estou com vocês

Meus dias não são completos
Longe daquilo que é minha essência
Daquilo que mais me faz feliz:
Vocês.

Vocês são a razão da minha vida
São a minha única saída
Pra quando acontece algo ruim.
Vocês, que não nasceram da mesma barriga,
Tornaram-se meus irmãos
E quero levá-los pro resto da vida.

Não há sorriso que mostre
Todo o meu sentimento por vocês
Nem alguma coisa para explicar
O amor a gente não entende, só sente.

Só peço pra que fiquem comigo
Para quando eu precisar de abrigo
Só peço pra que vivam comigo
Para sermos, sempre, grandes amigos.

Vocês são a razão da minha vida
São a minha única saída
Pra quando acontece algo ruim.
Vocês, que não nasceram da mesma barriga,
Tornaram-se meus irmãos
E quero levá-los pro resto da vida.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Outro Sinal?

O sol já aparece tímido no céu
E eu estou chegando à minha casa
Com bebidas além da conta
E uma sede de curiosidade.

Os pássaros começam a cantar
E se assustam com meus passos
Me perdi, hoje, em mil abraços
Mas não consegui te encontrar.

Recebi uma flor
Que não demonstra algo,
Mas que me faz acreditar
Um pouco mais no amor.

Me prendi, senhor,
Estando ao teu lado
Posso até estar acordado
Mas minha alma quer descansar.

O barulho dos automóveis chega
A cidade está acordando
Para um domingo comum,
Ou não tão comum assim.

E percebo a morte ultrapassando
O limite entre o bem e o mal
Talvez seja o nosso fim
Ou apenas outro sinal.

Adquiri outra dor
Nos sorrisos que encontrei
E outra pessoa vai embora
Sem que haja despedida.

E nasci para sofrer
Sabendo ou não o que eu sei
Estou pensando, meu bem,
Em parar de escrever.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Exatidão

"De quem tu gostas?"

"Da Fulana."

"E, então, por que não chegas nela?"

"Pelo mesmo motivo que a mãe não alimenta o filho que nasce morto."

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Palavras Erradas

Sou alguém procurando afirmação
Num mundo onde não me acostumei
Destinado a costurar meu coração
Das feridas por onde passei.

Preciso, logo, de uma bifurcação
Que não vi nas milhas que andei
Estou perdido, sem fé ou paixão
Mas aceitei, enfim, que não sou rei.

Eu tenho uma porção de sonhos
E pequenas oportunidades
Que eu deixo de aproveitar.
Sou como palavras erradas:
Alguns apagam, outros não entendem
E muitos nem percebem.

Sigo uma reta sem saber a direção
Longe da terra em que me criei
Não aprendi a segurar a emoção
E, quando olhei para trás, chorei.

Já conheço as regras e faz um tempão
Que deitei no chão e descansei
Quando, na vida, tu encontras a canção
Essa se torna teu lema, tua lei.

Eu tenho uma porção de sonhos
E pequenas oportunidades
Que eu deixo de aproveitar.
Sou como palavras erradas:
Alguns apagam, outros não entendem
E muitos nem percebem.

Primeiro de Dezembro

"Porque sim, obrigada por tudo"

E eu, infelizmente,
Não pude entender.

A partir de hoje,
Primeiro de dezembro,
Eu apenas lembro.

A vida real chegou
Só o tempo poderá falar
Sobre a minha adaptação.

Eu só queria saber o porquê
De ser comigo.

Eu que nada fui pra ela,
Que nada sou para ninguém,
Eu que apenas a amo,
Que nem me encorajo de agir.

Por que eu,
Se apenas te escrevo,
Se apenas te quero bem?
Eu não sou o suficiente.

Por que, ó Deus,
Ela é tudo pra mim?
Se nunca conversamos
Poucas vezes nos olhamos...

A partir de hoje,
Primeiro de dezembro,
Começa outra vida.

Com muitos obstáculos,
Muita escuridão
E nenhuma saída.

Que o amor cicatrize as feridas.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Te Fiz Uns Versos, Melissa

Doce Mel,
Garota dos olhos claros
Sorrisos tímidos e algo raro
Que eu tento descobrir.

É como o céu,
Que mesmo longe de mim,
Chovendo ou fazendo sol,
Consegue me deixar feliz.

Mas, pequena Mel, chora não.

Apesar de amar dias de chuva
Quero que na tua alma
Nasçam apenas dias de verão.

Pego um pincel
E rabisco um mundo bom pra ti
É que teu sorriso me cativa
É o que minha alma precisa.

Olho, então, pela janela
E vejo que o sol está por vir
Será que seu sorriso também?
Eu espero que sim.

Então, pequena Mel, chora não.
Apesar de amar dias de chuva
Quero que na tua alma
Nasçam apenas dias de verão.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Viva

Tenha uma boa sorte
Faça alguém feliz
Mira a tua estrada
E siga em frente.

Seja sempre forte
Esqueça a cicatriz
Chama a gurizada
Comemora com a gente.

Junta os teus cacos
E siga sempre com fé
Em quem te ajuda
A ficar de pé.

Faça de cada passo
Um grande aprendizado
Te espelha em quem luta
Com sorriso na cara.

Aprenda com os erros
Supere as adversidades
Mude de cidade
Mas nunca de caráter.

Não confie no primeiro
Entenda a saudade
Valorize a amizade
Que as portas se abrem.

Pega o teu conhecimento
E age como manda o coração
Sinta o pensamento flutuar
Sem precisar sair do chão.

E viva cada momento
Sabendo que ele não volta
Que terminem os ciclos
Mas deixe abertas as portas.

É o que eu tento seguir,
Mesmo às vezes tendo que fugir.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Castanhos

Estou aqui, com meus pertences,
Buscando outra direção
Atrás de novos sonhos e ideias,
Quem sabe de um novo coração.

Peço desculpas a quem briguei
Mas até disso sentirei saudade
É imensa a vontade de voltar
No tempo que tanto me fez feliz.

Mas estou aqui, onde tudo é estranho,
Onde não vejo teus olhos castanhos
Muito menos o teu sorriso.
Estou aqui, para qualquer coisa,
Qualquer conversa à toa,
Estou para te dar abrigo.

Peço para escutar minha voz à noite,
E para me trazer bons pensamentos
Eu levo comigo as emoções de cada momento
Para não caírem no esquecimento.

Implorei para não precisar ir
Mas não existe outra saída
É voltar a sorrir após cada ferida
Estou, confesso, cansado
De tudo que ainda está por vir
É que eu não me vejo longe daqui.

Longe dos teus olhos castanhos
Onde percebo que tudo é estranho.

domingo, 27 de novembro de 2011

Pra Vocês

Hoje não foi um dia para chorar
E também não de me despedir
Eu resolvi deixar tudo pra lá
Deixar o tempo se encarregar
De fazer com que tudo aconteça
Naturalmente.

Hoje eu resolvi acreditar
Que os dias são presentes sagrados
E que não aproveitá-los
É um erro que não podemos cometer
Hoje, enfim, eu acordei
Felizmente.

Eu deixo o amanhã para amanhã
E esqueço tudo de ruim
Que passou pela minha vida
Faço das lembranças
Uma biblioteca de boas histórias
Pra sempre.

Eu conheci muita gente que virou essencial
Que fez deste ano o meu melhor
Eu cresci como pessoa
Batalhei, chorei, sofri, perdi
Mas o mais importante:
Sempre tive a quem pedir ajuda.

Pode até ser que amanhã seja triste
E que a dor chegue ao meu coração
Mas aos que viveram comigo
Indiferente de qualquer problema,
Só existem dois sentimentos:
Amor e gratidão.

Que o futuro sempre seja um pouco melhor
E o passado sempre um pouco pior
Posso até estar enganado,
Mas acho que encontrei pessoas
Daquelas para sempre
Espero que seja verdade.

Não é pedir demais,
Mas se vier saudade
Eu espero olhar pra trás
E ver na minha biblioteca
As lembranças dos dias difíceis ou alegres
Enfim, de guerra ou paz.

Mas sempre com vocês.
E essa é pra vocês.

sábado, 26 de novembro de 2011

Não Ouça Conselhos

Eu quero
Tu amor
Ele solta
Nós fortes
Vós que ouço
Eles que cantam.

Não deixe de cantar
Para os mortos.
Meu nome é marcado
Na porta e no telhado.
Não deixe de amar
Os rótulos.
Teu nome é passado
Teu sangue é pecado.

Não deixo de escrever
Para que morreu pra mim.
Meu nome é amado
Pelos meus pais e só.
E aprendo a viver
Da minha forma, sim.
Teu nome é escutado
Em cada garganta do meu nó.

Se correr,
Correremos juntos.
Se crescer,
Cresceremos juntos.
Se morrer,
Morreremos juntos.
E, se chover,
Bom, choveremos juntos.

Assim:
Quando há vida,
Há também saída.
Enfim:
Se queres um conselho,
Não ouça conselho.

É como se dizia
Lá pelas bandas
Da América Latina:

"Soy yerbatero!"

Mas não confie de cara
Para não quebrar a cara
Eu até compraria, cara
Se a roupa não fosse tão cara.

Enfim:
Se queres um conselho,
Não ouça conselho.

Tóis

Eu já acabei o meu almoço
E nem pudeste aparecer
Ainda disseste "Meu bom moço,
Tenho muita coisa a fazer"

Sei que lembras da minha massa
Também gostas do meu feijão
Te divertes com minhas graças
Que te fazem sair do chão.

E, mesmo em um passado distante,
Eu sei que todos os instantes
Te trazem a mesma alegria
Eu vou usar o meu montante
Que é pra cuidar da nossa vida
E proteger as nossas feridas.

A tele-entrega do jantar chegou
E o meu telefone nem tocou
Parece que comerei sozinho
Enquanto fazes o teu caminho.

Mas na hora de cair na cama
Eu te peço para voltar pra mim
E quase que no mesmo momento
Ouço gritos no meu portão

Estás voltando de outra estação.

É que, mesmo numa galáxia distante,
Sem precisar de auto-falantes,
Sei que vais me escutar
Podes até me deixar no almoço
E não comparecer no jantar
Pois na minha mente sempre vais estar.

Eu aprendi que errar
É nunca ter tentado
Enfim, isso já é passado.
Vamos comemorar!

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Um "N" Pra Me Completar

Durante dois anos, eu fiquei
Deixando pra semana que vem
Pois eu tinha medo de tentar,
E ouvir um doloroso "Não"

E, nesse tempo, eu carreguei
Aquela esperança que todos têm
Mas eu tive medo de arriscar
E quebrar, outra vez, meu coração.

É que na semana que vem
Eu estarei te dando "Adeus"
Sem nunca ter dito "Olá"
E tudo acabará perdendo a razão.

É que depois da semana que vem
Não poderei ver os olhos teus
E mesmo que eu queira dizer "Olá"
Estarei longe do teu coração.

E tudo, então, perde a razão.

É que eu aprendi a voar contigo,
Mas sem a tua presença, minha Amada,
Eu nunca pude sair do chão.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Quem São Vocês?

Eu me pergunto: Quem são vocês?
Por que querem julgar?
Não sabem das histórias,
Não sofreram nos desastres
Nem sorriram nas glórias,
E ainda querem controlar?

Eu me pergunto: Quem são vocês?
Que perderam a razão
Que sabem só parte da Bíblia
E que acreditam serem Deuses
Mas que, na verdade, não têm saída
Vocês não têm nem coração.

É que, se eu sentisse
Metade do que eu escrevo,
Talvez eu estivesse morto
Talvez eu estivesse vivo.

Eu me pergunto: Quem são vocês?
Para fazer justiça com as mãos
Sem saber o que há em outro coração
Eu só queria saber o porquê do preconceito
Dessa gente suja e sem respeito
Que se definem como melhores.

Eu só queria saber
Quem és pra dizer o que sou
Eu só queria saber
O que fazes para me julgar
Eu só queria saber
Se já tiveras uma dor
Eu só queria saber, se és tão Deus,
Como podes me curar.

É que, se eu escrevesse
Metade do que eu omito,
Talvez eu estivesse morto
Talvez eu estivesse vivo.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Dois

Eu sentia que precisaria te ver voltar
Pois sonhava com os teus sorrisos
Mas vejo, enfim, que não faz diferença
Eras apenas mais um dos meus vícios

Às vezes, até sonhava em te encontrar
Para poder dizer tudo que sentia
Mas vejo, enfim, que não faz diferença
Mesmo que minha alma esteja vazia.

Eu bem que poderia esquecer o que passou
Partir para uma nova, mudar de rota
Mas eu só me conheci, de verdade,
Quando eu te perdi, quando tu mudaste.

Eu bem que poderia esquecer o que acabou
Mudar a minha vida, driblar a rotina,
Mas parece que tudo o que sobrou
Ainda deixa marcas tuas dentro de mim.

Porém, mesmo que eu sinta a tua falta,
Vejo a solidão quando tu estás perto
Parece que, em todas as vezes que voltas,
Me deixas com o coração aberto.

Eu sempre precisei da tua ajuda,
Mas sei o quão sustentável eu sou
Em todas as vezes que tu mudas,
Vai um pouco mais do meu amor.

Um dia, talvez, ele cruze com outro alguém.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

"N"

Ele nunca foi capaz
De ter uma garota só dele
E, ao olhar pra trás,
Sentiu a dor na própria pele.

Mas viveu em paz
Até conhecer uma com "N"
Que transformou a sua vida
Que, até então, era leve.

Vou provar
Que me arrisquei
Eu sou da tua tribo
Eu te dou abrigo
E sigo a tua lei

Vou mostrar
O quanto eu sei
Se corres perigo
Venha comigo,
Eu corro também.

Eu nunca fui capaz
De ter uma garota só pra mim
E, ao olhar pra trás,
Sinto que a dor ficou aqui.

Mas eu vivi em paz
Até conhecer uma com "N"
Que transformou minha vida
E reabriu a ferida.

Assim, amamos
A mesma pessoa
E perdemos a guerra
Para um terceiro
Maior guerreiro da terra.

Quero te mostrar,
O quanto podemos
Se não somos ou não temos
Peço perdão por tentar
Somos novos neste lugar.

domingo, 20 de novembro de 2011

Rasgou

Será estranho te ver passar
Com um novo corte de cabelo
Com outra nova pessoa
Falando sobre o mesmo sentimento.

Não neste, nem em qualquer próximo verão.

Já prometeste.
Acreditei, chorei.
Nada mudou.

Ontem, ao saber dos teus beijos,
Lembrei de quando a promessa foi feita.

E, enfim, o pesadelo voltou.

Rasgou.
Sabes bem.
Melhor que eu, talvez.

sábado, 19 de novembro de 2011

Quatro Estações

Estou aqui, outra vez,
Para tentar reconciliar
Ou, pelo menos, desabafar
Sobre tudo que aconteceu.

A tortura de cada mês,
Não me deixa seguir em paz
Eu finjo que tanto faz
Mas eu queria notícias tuas.

É que já se passaram
Tantos invernos e tantos verões,
Tantas noites congelantes
E dias de completo calor
E eu sigo, em todos essas datas,
Te declarando, em versos, o meu amor.

Meu coração pulsa mais forte
Quando te encontro na rua
Mesmo que eu não tenha mais
As mesmas ideias tuas.

Se um dia dei sorte, foi bom
Mas acabou, quero agora é descansar
Eu sei, cada pessoa, uma hora, tem
O amor que, bem ou mal, pode dar.

É que já se passaram
Tantos outonos e tantas primaveras,
Tantas folhas caíram
E outras tantas surgiram
E eu sigo, sem saber o porquê,
Aquela máxima: quem ama, se preocupa.

A menina dos cabelos dourados
Não pode fazer parte, apenas, do meu passado:

É que já se passaram
Vários meses e alguns anos
E tanta gente segue mentindo
E todo mundo segue errando
Que hoje, finalmente, percebi
Que te amar nunca foi um engano.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Eu Vivo do Lado de Cá

Eu gosto mesmo é da noite
E da saudade que eu sinto
Do meu passado escuro
E dos meus sonhos ocultos.

Eu gosto mesmo é do sangue
Que toca o fio da navalha.

É que eu aparento ser bom moço
Mas sou só um esboço de pessoa
Tenho o coração enterrado
E o espírito amaldiçoado.

Eu vou amar mesmo a minha morte
Que não tardará a me encontrar
Desejo, desde já, muita sorte
Para aqueles que vão continuar.

Eu amo mesmo é o meu sangue
Que toca o fio da navalha.

É que eu aparento ser bom moço
Mas sou só um esboço de pessoa
Tenho o coração enterrado
E o espírito amaldiçoado.

É que eu aparento estar muito bem
Mas eu nem tenho onde ficar
Se tenho estes pensamentos,
É porque eu já tentei mudar.

É o triste fim de alguém que vive do lado de cá.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Aroma

Quem tem boca
Não vai à Roma
Quem tem boca, entenda,
Vaia Roma!

E quem tiver que vaiar.

Quem tem boca, apenas,
Vai a nenhum lugar
Mas sem a boca,
Não há história pra contar.

E haja história!

Quem tem sangue
Não morre em vão
Quem tem sangue, aprenda,
Vive para ser feliz.

E não para chorar.

Quem tem sobrenome,
Tem tradições a defender
Quem tem sobrenome,
Há de lutar pelo nome dos mortos.

Que estão a enxergar.

Só não peça a paz
Os deuses não querem mais
O que poderia estar escrito
Naquele rosto ficou para trás.

Eu sinto o coração pulsar
Quando olho para a minha Ramona
Eu sempre a vejo acordar
E meu dia começa com um doce aroma.

Adiante, à Roma!

Com essa força,
Não há o que não dê para conquistar.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

A Guerra

A guerra segue na cidade
Acorda todas as manhãs
Matando gente atrás de gente
Ensinando o que ninguém aprende.

E os leves toques na mão
Deixam de ter o seu valor
A guerra continua em casa
E às vezes nem pára na madrugada.

As armas são sempre novas
A tecnologia de ontem é ultrapassada
A guerra deixa cicatrizes
Em pessoas com alma envenenada.

Qual é o teu lado?
Da onde vem o teu sangue?
É nobre, como diamante
Ou pobre, como teu coração?

A cidade segue no processo
De montagem dos seus robôs
Eu não vejo a vida real
Eu só vejo atriz e ator.

A cidade segue em guerra
Por novos lotes de nossa terra
Eu só vejo humanos competindo
Palavras apenas agredindo.

E jovens sem perspectivas
Lutando, apenas, nesta vida
Pois a guerra há de continuar
Vence aquele que não precisa lutar.

Qual é o teu estado?
Da onde vem o teu nome?
Ou suportas a fome
Ou estarás amaldiçoado.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Estes Humildes Versos

Observo com o olhar
De dez anos atrás
As coisas que passaram
E que vivem a me alegrar.

E enxergo o futuro
Com o mesmo otimismo
De quando conheci a vida
Esta infinita busca por paz.

Eu sei que a madrugada
Será sempre minha preferida
De todas as jornadas
Que passo nos meus dias.

Eu olho para o meu guri
E vejo nele o mesmo olhar meu
Filho da paz e da harmonia
Com o maior dos luxos: alegria.

É tarde, bem tarde, no sul
E talvez nas demais regiões
Quero a música mais bonita
Para acalmar nossos corações.

Estou escrevendo lentamente
Que é para sentir as palavras
A felicidade está nos olhos
De quem enxerga além do material.

Eu dedico estes humildes versos
Aos milhões de corações nobres
Que eu sei que vivem, talvez,
Escondidos neste mundo diferente.

Mas lhes peço que logo apareçam
Pois contamos com cada um de vocês
Para mudar a vida dos infelizes
Para afogar a dor dos culpados.

É que eu vejo no meu guri
O mesmo olhar meu, entenda
Quando é da gente, tudo muda
Tudo se engrandece.

E sei que a força está aqui,
Dentro dos nossos corações
Felicidade é saber de onde vieste
E alegria é enxergar aonde vais

Com o mesmo otimismo de quando conheceste a vida,
Esta infinita busca por paz.

domingo, 13 de novembro de 2011

Pouca Ação

É muita fé para pouca verdade
Muita promessa para pouca necessidade
São muitos os nossos sonhos
E todos esquecidos ao vermos a realidade.

É pouca fé para muita religião
Muitos assassinatos e poucos assassinos
É muito amor para pouco coração
E pouca droga para muita alucinação.

São muitos anos e pouco tempo
Para fazer tudo que temos direito
Talvez muita mentira e pouco sentimento
Quero mais paz e menos sofrimento.

São muitos caminhos e poucas direções
Poucas palavras e muitas canções
São muitos homens para poucos de verdade
E muitas brigas para poucas amizades.

São muitos pensadores e poucos pensamentos
Muitos poemas e pouco para dizer
Pouca sinceridade dentro de muitos olhares
E muita saudade para poucos lugares.

É muita politicagem e pouca saúde
Muito roubo e pouca educação
São poucas chances e todas arriscadas
Muitos desafios e também muita caminhada.

São muitos olhares para pouca ação.

sábado, 12 de novembro de 2011

Brasil E Sua Realidade

“Está tudo dominado
Ainda existem alguns perdidos
Mas o nosso morro
Tem a maioria de bandido.”
Menores andam na favela com fuzil
E garotas com pedras na mão
Esse é o retrato do Brasil
Mas o futebol verde-amarelo é campeão.

Ignorados por todos
Aqueles meninos doces
Não tiveram outra opção
Entravam para o crime e as drogas
Ou nem serviriam de prova
Quando morto, estivessem no chão.

Tem gente que não vê um porquê
Para o nascimento de novos bandidos
São aqueles que nada têm para comer
E não veem, do governo, um incentivo.
E, então, a compaixão se submete
Aos problemas do passado
E o nosso coração se perde
Ao vermos meninos armados

E ouvimos outra vez na TV:
- Uma criança foi morta...

A educação não funciona
A saúde é uma tristeza
A grana mal distribuída
E as pessoas sem saída.
Um garoto de sangue bom
Viu-se frente a frente com um bandido
Que, num primeiro momento,
Fingiu ser um novo amigo

Ajudou sua família
E todas as pessoas da sua volta
Qual o exemplo que ele vai seguir?
Aqueles que prometem e não cumprem
Os que falam e não fazem
Ou quem que fez sua mãe sorrir?

Moradias mal construídas
Armas na mão e um curto espaço de vida
As drogas, que arriscam a liberdade,
Não têm cura, Brasil e sua realidade.
A maioria dos homens que vivem assim
Morrem mais cedo
Tiro, drogas, polícia, prisão
Aqueles que ficam ilesos,
Por dentro, têm marcas no coração

Mas enquanto houver uma criança sorrindo
E tendo o que merece
Eu vou continuar acreditando
Em tudo que tu esqueces.
Quando tiver vida em algum lugar
Onde o bem ganha do que é ruim
Ainda vou acreditar e buscar
Essa força também pra mim.

Nossa realidade nos enche de dor
Mas o sorriso dos inocentes
É a prova que o verdadeiro amor
Ainda está com a gente.

Eu comprei uma armadura de ferro
Para me proteger de todo esse mal
Mas o que eu mais quero é tirá-la
E ver, finalmente, um mundo igual.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Assim, Espero

"Boa noite, meu filho, dorme com os anjos"

Vou fechar meus olhos e pensar em ti
Pois só isso eu posso fazer daqui
E rezar para que penses em mim depois
E tudo que, no passado, marcou nós dois

Tu és tão especial para mim
Que eu não posso viver longe do teu lado
A distância me lembra de todos os instante
Eu só queria que tudo fosse como antes.

O tempo nunca conseguirá apagar da memória
O que eu, sem saber o porquê, deixei de falar
As verdades, as coisas que eu sentia
Sentimentos, em mim, que não conhecias.

Tu leste a minha primeira letra
E, logo em seguida, passaste a ser minha parceira
Minha amiga, depois minha irmã
E te transformaste no meu talismã.

Quando a minha alma está cansada
E o dia vira madrugada
Eu já sei com quem sonhar.
E quando eu digo: "Mãe, tenha um ótimo dia"
Levanto-me cheio de alegria
Pois já sei com quem vou me encontrar.

E, sem medo de parecer errado,
Eu vivo para estar sempre ao teu lado
O mundo inteiro sabe o quanto eu quero
Que assim seja, pois assim vivo,

E, assim, espero.


RECICLAGEM - Versos de criança, 2009.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Hoje

Hoje, se não fossem os nossos enganos,
Seria o melhor dia do meu ano
Mas é tempo que não vai voltar.

Hoje, chove por minha culpa
Por transformar a lágrima, antes oculta,
Em pingos que sentes te tocar.

Perdoa, pois eu não tive outra opção
Sabes que sou uma boa pessoa
E entrego a ti o meu coração.
Não corro, pois o meu medo é sair do chão
E não poder te ver voar comigo
Eu nunca quis ser o teu inimigo.

Hoje, se não fossem os nossos desencontros,
Acredito que estaríamos prontos
Para qualquer situação ruim.

Hoje, não verei teus olhos brilhando
E, perceber o tempo passando,
É ter certeza que não voltarás pra mim.

Encontra, em outro sorriso, a felicidade
Que não tiveras dentre os braços meus
Eu ouço, toda noite, dizeres "Adeus."
E sejas a mais feliz possível
Mesmo que só eu saiba o quão incrível
É beijar os lábios teus.

Amanhã já vai fazer sol outra vez.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Faz Parte de Cada Anoitecer

Deixou vontade e desapareceu
Depois de um tempo quis retornar
Eu logo disse: "Sai, eu não sou teu"
E desabei, então, a chorar.

Perco o sono, pois eu nunca vi
Mulher igual àquela que voltou
Só pra curar a minha cicatriz
Mas o meu orgulho nunca deixou.

Saudade, aqui, é mato
E, num pensamento abstrato,
Choro até por quem
Não foi barato esquecer.

Verdade é que sou fraco
Mas me viro, mesmo que só
Faz parte de cada anoitecer
Sonhar com um amanhecer melhor.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

A Ciranda

Das rodas punk
Às rodas de samba
Dos versos rimados
Às danças de bamba

Dos tricolores
Aos colorados
Entre alguns temores
E apaixonados.

Há algo que atravessa fronteiras, meu bem
E nos faz sorrir e ser feliz
Aprender a gostar de alguém
É apagar, de vez, uma antiga cicatriz.

Dos solos da guitarra
Às batucadas
Das escolhas certas
Às escolhas erradas.

Dos meus amores
Aos desencantos
Do arco-íris
Ao preto e branco.

Há algo que atravessa fronteiras, meu bem
E nos faz sorrir e ser feliz
Aprender a gostar de alguém
É apagar, de vez, uma antiga cicatriz.

Do irreconhecível
Ao inapagável
Do seu sorriso
Ao meu abraço

Do impossível
Ao inseparável
Das nossas danças
Aos nossos passos

Há algo que me completa e me faz sonhar
Que o mundo e a vida vão recomeçar
Aprender a te cuidar e te amar
Foi o melhor presente que eu já recebi.

domingo, 6 de novembro de 2011

Promoção Relâmpago

Estou vendendo o meu amor
Ele é muito verdadeiro
Mesmo com preço de camelô
Alguém aí quer comprar?

São apenas seis prestações
E eu não cobrarei juros
Se comprares agora
Só começas a pagar em julho.

Então, venha logo,
A promoção vai acabar
Quando terminarem os estoques.
Estás esperando o quê?
Ainda lhe dou de brinde
Um tênis da Adidas ou da Reebok.

Estou vendendo meu coração
É difícil acreditar
Que dou 50% de desconto
E ainda embrulho pra presente.

Estamos vendendo tudo
Até coisas que não têm preço
O capitalismo nos consome
E este é apenas o começo.

Então, chega mais cedo,
Faça fila na frente da loja
Porque é tudo muito barato.
Venha, você mesmo, comprovar
Mesmo que o produto seja ruim
As ofertas jamais vão parar.

Então, venha, chegou a hora
E quanto mais olhas TV
Mais compras e mais pagas
E quanto mais eu ouço
E olho estas propagandas
Mais eu quero ir embora.

Alguém sabe qual é o avião mais barato?

sábado, 5 de novembro de 2011

Contra O Vento

Gosto mesmo é dos tempos mais difíceis
E dos sentimentos mais sacrificantes
Porque eu sei que é o que eu preciso
Para, então, também me sentir vivo.

Prefiro um abraço curto e verdadeiro
A um falso e do tamanho do universo
Aprendi a não valorizar o primeiro
Mas, sim, todos que fazem o correto.

Choro de saudade, mas odeio chorar
Por alguém que está ao meu lado
Corro contra o vento e contra quem for
Pois eu já cansei de sofrer por amor.

Prefiro a tua voz falando bobagens
A qualquer outra que diga o que preciso ouvir
E a chuva já passou, como quase tudo,
Um dia, eu sei, a dor também passará.

Eu gosto mais do violão quando tu dedilhas
E gosto mais dos dias quando te vejo
Perco a fé em alguns momentos, acontece,
Mas é só por alguns momentos, aprendi assim.

Eu te mostro, com gosto, ou como quiseres,
Que o sorriso do meu rosto é todo teu.
Até tento transparecer o oposto
Mas quando digo que te amo, não é em vão.

Às vezes, sem pensar, tento me enganar
Procuro outro alguém para ser meu
Mas sempre há algo que não me deixa partir
Acho que a minha alma só vive feliz perto de ti.

Aprendi - pois aprender está fácil -
Que o mundo é de quem grita mais alto
De quem fala primeiro,
Mas não deveria ser assim.

Eu vejo profissionais que fingem ensinar
E adolescentes que fingem aprender,
É assim que nós pretendemos crescer?

Gosto dos versos sem sentido,
Para dois ou três amores, cinco ou seis amigos.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Eu Ainda Tenho Tanto Pra Falar

Três, dois, um ...
Som! Testando, alô, um...
Dois...Ok?
Podemos começar? - sim - ok.

Boa noite para quem não sabe o que sente nesta noite.

Venho aqui, neste palco, dizer o que nunca imaginei:
Eu vou sentir falta do coração de vocês.
Eu vou sair por aquele portão
E nunca mais saberei quem eu sou.

Olho em cada semblante, sérios ou descontraídos,
E procuro uma fuga deste lugar, quero recomeçar lá em 2000
Lembro da Vânia, lembro do Heleno, da tia Fátima
E de todo aquele mundo que estou deixando para trás.

Mas a realidade está na nossa frente,
Enxugo as lágrimas que teimam em cair
E, de agora em diante, o mundo há de mudar
Porém, ainda há motivos para ser feliz.

Estamos aqui, nos despedindo, talvez para sempre
Com sonhos inalcançáveis, inacabados e alguns feitos
Tenho entendido o porquê de ser tão difícil me despedir
Pois encontro no peito uma dor que muito me fere.

Só que hoje não é um dia, de todo, triste
Eu tenho que salientar o quanto eu fui feliz
Encontrei em alguns abraços a cura das minhas feridas
Hoje, lhes digo que não há uma direção a trilhar.

Porque a trilha só é feita quando nós andamos.

Eu tenho encontrado nos meus amigos algo que eu nunca senti
A saudade dos tempos que vivi, mas que ainda não passaram
Eu sou a felicidade, que mora no peito de todos, mesmo escondida
E tenho mais meio minuto para falar, sem outra saída.

É só mais um pouco, prometo...

Eu só quero dizer que eu amo ... Ei?

Três, dois, um...
Som! Testando, alô?
Vocês já vão embora?
Por que não me ouvem mais?

Eu ainda tenho tanto pra falar.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Desabafo

O tempo mostra o que valeu a pena
Às vezes tarde demais, às vezes muito cedo
Já perdi as contas de quantas vezes chorei
Mas em todas eu voltei mais forte.

Dos meus amigos, aos poucos, me despeço
Desejo-lhes amor, sorte, paz e sucesso
Quero que, o que aqui passou, fique na memória
De cada um que, junto, vivenciou.

Estou ficando para trás
Como um CD antigo,
Como um amor não correspondido
Estou indo em paz
Com a promessa de não voltar
Mas, sempre que eu precisar,
Alegrar-me com estes momentos.

Olho para cada canto da minha infância
E em cada olhar que me acompanhou até aqui
Parece que foi ontem, eu sei, mas amanhã
Iremos, novamente, começar tudo do zero.

E, destas memórias, percebo a esperança
Tomar conta do que existe dentro de mim
Eu já percebi que tudo vai mudar, eu já mudei
Meus amigos constituem as partes do meu coração.

Estou deixando para trás
Tudo que sempre me fez feliz
Não como um CD antigo,
Que não faz mais sentido,
Estou vivendo os meus últimos dias
De dor, preocupação, mas também alegria.

Estou partindo para outra estação
Tenho muita história para contar
Dos amigos que deixei, espero sempre ajudar.

Este é o desabafo de quem não sabe aonde ir.

Nem por qual porta sair.

Estou deixando para trás
Tudo que me trouxe até aqui
Não é fácil, eu sei
Mas preciso, também, evoluir.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Felizes São Aqueles

Felizes são aqueles que,
Mesmo sendo cegos,
Enxergam um novo caminho
Uma nova ambição

Felizes são aqueles que,
Mesmo sendo surdos,
Conseguem ouvir a voz
De um pequeno coração.

Felizes são aqueles que,
Mesmo sendo mudos,
Alegram alguém ao tentar
Proferir palavras de amor.

Felizes são aqueles que,
Apesar das dificuldades,
Conseguem a felicidade
Em gestos simples.

Felizes são aqueles que,
Independente da situação,
Conseguem transformar
Tristeza em aprendizado
Saudade em vontade
Lágrimas em força
Dor em união.

Felizes são aqueles
Que veem nos outros
As qualidades que não tem.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A Manca 2.0

A manca voltou
Não sei a gravidade
Na verdade, 
Só sei do meu amor.

Perfeito foi meu fim de tarde
Com o sol se pondo
Tão frisado por sua mãe
E ela ao meu lado. 

A manca voltou 
Eu também precisei voltar
Da mesma maneira
No mesmo lugar.

Desta vez, nada espero
Vou deixar o tempo cuidar
Da guria que eu tanto quero
Que eu tanto preciso amar. 

A manca voltou
E começou tudo outra vez
Aprendi, naquele carro,
O que significa "timidez"

A manca voltou,
Mas, na verdade,
A manda nunca deixou
O meu pequeno coração. 

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Adeus

Vou perder uma grande chance de me abster
Ou calarei a boca daqueles conservadores que eu tanto odeio
Eu não faço questão de morrer, sabe?
Apenas não quero viver numa sociedade como esta
Tomada por hipócritas,
Alucinados,
Errados.

Não quero mais argumentar sobre tudo o que eu penso
Nem ter este direito tão falso de liberdade como temos
Parece que o lucro gerado nas grandes empresas
Acaba por afetar seriamente o pensamento das pessoas.

É, como eu posso explicar?
Existe no mundo alguns grandes pensadores que,
Se realmente pensassem, jamais diriam o que disseram.
Estranho mesmo é o povo aplaudir, seguir, compartilhar
Sem ao menos perceber o quão influenciável é.

Ó - como quem quer dizer "babacas" - eu moro num país
Que todos dizem ser muito democrático
- e muito patético, por sinal -
Mas o verde da nossa bandeira é proporcional a impunidade
O azul é a parte das pessoas que morrem de fome ou sede
As estrelas são as pessoas famosas, que não ajudam em nada,
E aquela faixa branca - onde está escrito "ordem e progresso" -
É proporcional aos ricos do nosso país.

Eu não quero mais viver numa sociedade onde meus pensamentos
Têm que ser julgados por alguém que não sabe da minha história
Mas as pessoas não aprendem que democracia não é
Ganhar 30 dinheiros para votar num corrupto.
As pessoas, como diz o muro pichado, não sabem "exerecer cidadânia"
E qual o problema nisso? Eu não sei.

Aprendi a entender os meus devaneios, "de momentos que eu ainda não vivi"
Espero que tu também tenhas aprendido esta valiosa lição.
És influenciado por todos os meios de comunicação.
Não há mais desculpa. Ou a gente luta, ou adeus...

Adeus, democracia. (Já foste um dia?)

Aliás, que democracia?
Aquela que aceita votos de analfabetos?
Aquela que não pune os ladrões?
Aquela que deixa o poder na mão de vagabundos?

Se for aquela, tudo bem.
Eu não tenho mais o que falar.

Cansei de viver numa sociedade em que eu preciso, em tudo, argumentar.
Cansei de viver nesta realidade, tão medíocre, que não me deixa sonhar.

"Aprendi a esperar, mas não tenho mais certeza,
Agora que estou bem, tão pouca coisa me interessa."

E isto, que vou lhe dizer, eu nunca ouvi de algum poeta,
Mas sei que muitos políticos pensam assim:
"Menos vale a consciência limpa do que dinheiro na cueca."

Esta é a nossa linda democracia.
Que tanta gente aprecia
E que eu tanto tenho nojo.

domingo, 23 de outubro de 2011

Despedida

Acho, sim, que chegou a hora da partida
E, como tudo na vida, isso acarreta em mudanças
Não vou julgar aqueles que me deixaram passar
Só levo comigo os bons momentos e esperança.

Não quero cair na ilusão de que lá melhorará
Nem que tudo é ruim nestes lados que estou
Pois aqui aprendi a escutar, a sofrer e a amar
Mas os amores, que aqui vivenciei, morreram.

É difícil caminhar e deixar amigos para trás
Andar por cada esquina e ver o mesmo olhar
É por isso que eu morri para esta cidade
É por isso que estou aqui me despedindo.

Eu sei que meu pai vai estar no mesmo lugar
E que minha mãe seguirá a sua caminhada
Também sei que eles vão estar esperando-me voltar
Mas o que seria da vida, se todos soubessem viver?

Acredito que, sim, estes são os últimos dias
Aprendi a chorar e a me fortalecer também
Perdi, nesta cidade, o que esta cidade proporcionou-me
Então, chegou a hora de partir para outros braços.

Não quero que alguém chore por mim, de verdade,
Aprendi que a saudade é para sempre, sempre será
A viagem vai ser eternamente, deixei de sonhar
Os últimos dias da minha vida estão chegando.

Conheci meu amor no inverno, e nele me despedi
Agora, espero que o sol me traga a paz eterna
Eu cansei de viver em um mundo que nunca foi meu
Aprendi a perdoar, mas eu nunca mereci o amor teu.

Se eu não me despedi da tua pessoa, meu amor,
É porque não tive coragem de te dar adeus
Nasci para ser o que sou, nem mais nem menos,
Mas aprendi que, contigo, eu era mais do que pensava.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Simples

Perdi as chaves da nossa casa
E a Ramona não para de chorar
Nós ainda estamos de mudança
E tive um dia cansativo no serviço.

Mas encontrei meu amor na sala
E vi a minha paz, enfim, voltar
Temos a alegria da nossa criança
E, com fé, correremos nenhum risco.

É simples:
Quando o amor nos encontra,
A vida nos encanta.

Recebi uma carta de cobrança
A grana é curta, eu percebi
O pneu do caminhão furou
E a rádio não quer sintonizar.

Mas eu vejo a família, vem esperança
E, enfim, volto a sorrir.
Penso, então:"É lindo o amor"
A chave certa para eu me alegrar.

É simples:
Quando o amor nos encontra,
Tudo nos encanta.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Aprendi, Mana

Aprendi, nesta escola chamada vida,
Que a sorte pode cruzar conosco
Até num corredor de sala de aula
Mas nós temos que fazer a sorte permanecer.

Se o destino nos traz algo
Este algo nunca será por acaso
Ele será, no mínimo, um aprendizado
Aprendi: aprendi a gostar de ti, mana.

Deixa eu me perder no azul dos teus olhos
Que eu te mostro fidelidade no escuro dos meus
Quando eu te abraço, percebo que aprendi.
Aprendi que sou todo teu, mana.

Irmãos não precisam estar sempre juntos
Irmãos têm um ao outro no coração
Por isso, quando a saudade aperta
É naquele local que dói mais.

Aprendi, sendo irmão mais velho,
Que o teu sorriso é como se fosse de um filho
Percebi que eu tenho que cuidar de ti
Como se fosse a coisa mais valiosa da minha vida.

(E por que não ser?)

Estranho, eu sei, mas aprendi a ficar feliz
Apenas por estar ao teu lado
Reconheço que sou despreparado para ser irmão
Mas prometo passar por todas estas barreiras.

Aprendi, enfim, que o teu sorriso me faz sorrir
Que as tuas brincadeiras me alegram
Que os teus problemas também são meus.
Só não quero, nunca mesmo, aprender a dizer "Adeus".

                                                           Com carinho e de coração,
                                                                  Para a mana mais linda deste mundo.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Martes - 04

Eu peço, pelo bem de tudo,
Que seja tão bom quanto foi
Que o coração, enfim, sorria
Sem precisar sofrer depois.

Por todas as noites mal dormidas
Pelas tardes de livros mal lidos
Não posso mais esperar por ti
Eu, agora, vou viver para mim.

Então, guria, me escuta
Prezei pelo nosso amor
Agora, minha alma luta
Pra te arrancar de mim.

Em vão, eu sei, eu peço
Se for pelo bem de tudo
Eu juro que te confesso:
"Não sei sorrir longe de ti"

Aprendi a ser o que queria
Mas deixei de gostar de mim
Troquei a paz pelas palavras
E, admito, tou mais feliz assim.

E sempre perco o meu tempo
Esperando que nossos horários batam
Que nos batamos, então, nas ruas
Isso nunca ocorre, nunca me socorres.

Então, guria, me leia
Fui feito para suportar
E aprendi a perdoar
Quando me disseste não.

Então, guria, estou
Sempre no mesmo lugar
Aprendi a te amar
Quando me disseste não.

Em vão.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Risos

Eu espero notas
Aplausos e críticas
Eu prezo pela forma
E não pela imprecisão.

Amanheci sorrindo
E adormeci quieto
Perdi a categoria
Tou de braços cruzados.

Não podemos
Dar-nos ao luxo
De aprender apenas
Com os nossos erros.

Esqueci a tua dor
E lembrei-te o amor
Cansado, forçado
Amargo, inexistente.

Eu sorrio com meus
Olhos fechados
Que é pra não ver
Meu sonho julgado.

Acreditas na fé?
Eu ouço Paralamas
E pergunto: fé no quê?
Eu aprendi a viver.

Isso vai incomodar
Muita gente, eu sei
Perdi a vergonha
Agora eu sou...

Vão me oprimir
Calarão a minha voz
Serão o meu algoz,
Mas agora eu sou...

Seu.

(Risos)

domingo, 2 de outubro de 2011

A Rede

É estranho te ver passar
Com um novo corte de cabelo
Com outros tantos pensamentos
Mas com o mesmo olhar.

"Talvez no próximo verão"

O verão chegou e passou.
Nada mudou.

Ontem, ao tocar teus cabelos,
Lembrei de quando nos conhecemos

Voltei, enfim, a ter um sonho bom.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

"Amém!"

Nós, após algum tempo, perdemos
Aquela sinceridade no toque da mão
Aquele velho brilho no olhar
E talvez percamos a nossa fidelidade

Nós, caminhando contra o vento, sabemos
O quão difícil é consertar um coração
O dia nasceu e tu vais mergulhar
Num universo único, chamado "saudade"

Mas, por favor, tenha calma
Tens no seu rosto
O sorriso que me acalma.
E, se não for pedir demais,
Não demora, meu moço,
Porque trazes a minha paz.

Eu ouço os velhos sinos da igreja
Querendo manipular as pessoas
Perdi o meu amor, mas não a esperança
Algum dia a verdade será esclarecida.

Eu vejo os cegos da escravização
E as horas que passam na solidão
Tive mil motivos para me despedir
Mas troquei-os por um novo coração.

Então, se não for pedir demais,
Não me perca, seu moço
Não me deixe para trás.
E, por favor, não vás embora
Tens no seu sorriso
O que eu preciso agora

E para sempre, "Amém!”

A história me absolverá.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

20h25

Amor,
Traga de volta o ar
Perdido ao tragar
Eu consumi histórias
Só para te ver voltar.

Amor,
Olha os meus pulsos
Sente o coração avulso
Guarde as memórias
E, enfim, vamos acordar.

Eu quero que sejas
A minha coberta, no frio,
Para aquecer até
As noites mais incertas

Eu quero que sejas o mar
Para desaguar o meu rio
Traga-me a fé
Devolvo-te o brilho do olhar

Amor,
Rimo o seu nome
Com qualquer sonho bom
Sonho com a tua voz
Sem mesmo saber do tom.

Amor,
Aumento o volume
Quando nossa música toca
Lembro do teu perfume
E o quanto faz falta.

Eu quero que sejas
A minha coberta, no frio,
Para aquecer até
As noites mais incertas

Eu quero que sejas o mar
Para desaguar o meu rio
Traga-me a fé
Devolvo-te o brilho do olhar

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Santa Cecília

Somos a semente plantada num solo infértil
Somos testemunhas de um amor inerte
A verdade inventada por quem mentiu primeiro

Somos homens com muita fé
Ajoelhados, mesmo sem poder ficar de pé
Procurando a fuga, a paz e amor verdadeiro.

Mas um dia veremos que o mundo muda
Conforme a necessidade das pessoas.
Então enxerguemos naquele que padece
A vontade de viver que também nos fortalece.

Paz vencendo a guerra
Luz vencendo a escuridão
Cantem todos que querem salvar a terra.
E preencham com amor as rachaduras do coração.

Somos os benfeitores das nossas vidas
Somos os donos dos nossos dias
As doenças curadas, a simplicidade do mundo.

Somos um povo, somos o individual.
Temos um dom, temos um ideal.
Faça você sua sorte, aproveite cada segundo.

Pois um dia tudo volta ao seu lugar
Conforme a vontade de todos.
Vamos crescer, amar mais um pouco.
E veremos o mundo melhorar.

Paz vencendo a guerra
Luz vencendo a escuridão
Cantem todos que querem salvar a terra.
E preencham com amor as rachaduras do coração.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Outros Cantos

Eu só quero saber
Onde vais estar 
Para me acalmar
Quando escurecer. 

Eu só quero poder
Contar com tua alma
Pra trazer a calma
E depois chover.

E, enfim, transformar
Minha dor em choro
Para eu levantar
E tentar de novo.

E, assim, me preparar
Para outros prantos
Fazendo outros cantos
Para alguém escutar. 

E compartilhar
E também chorar.

Eu só preciso entender
Porque tu vais
E porque voltas
Sempre querendo mais. 

Eu só preciso esconder
Sentimentos secretos
Mas quando acordas
Deixas meu coração aberto.

E, enfim, transformas
Minha dor em choro
Eu vou levantar
E tentar de novo.

E, assim, me preparas
Para outros prantos
Eu faço outros cantos
Para alguém escutar.

E compartilhar
E também chorar.

Eu só quero saber
Se, além de te amar,
Posso em ti confiar.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Sorrir

Hoje eu vou atravessar a fronteira
Pensar mais um pouco
Sobre as coisas que eu penso
A vida inteira.

Esse tempo nublado
Vem despoluir
Um alguém conturbado
Com tudo que já vivi.

Sair da cidade
A destruição me atormenta
E voltar a uma vida simples
Enquanto isso prometa:

Que quando eu voltar
Vais estar me esperando
Para nos encontrarmos
E andarmos por aí

Prometa
Que tudo vai melhorar
E que todas as vezes
Que eu precisar
Você vai estar aqui.

Pois eu prometo
Que vou voltar
Todas as vezes
Que seu coração chamar
E precisar sorrir.

sábado, 10 de setembro de 2011

V

                   Eu digo: - “Bom dia!” – e sigo por este mundo tomado por ideias e desejos. Enquanto o coração ainda cura suas feridas, a alma segue indestrutível, levando o corpo até aonde devo ir para voltar aos meus melhores dias. Abro, enfim, um sorriso no meu rosto, mostro que aos poucos eu consigo levantar, e que ninguém pode me parar. É a paz que eu encontro em cada sonho bom. 

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Sou Todo Torpor


            Não é um adeus, necessariamente, mas pode ser. Às vezes nos vemos, até conversamos, e outras tantas apenas nos olhamos. É simples assim. Somos duas daquelas pessoas que temem demais a opinião dos outros, por isso não vamos em frente.

            Não sinto saudade, fico à vontade para falar isso, eu sempre fui muito bom em enganar, não vai ser diferente dessa vez. A diferença está na rigidez dessa mentira, e o quanto ela me afeta e desmorona meu orgulho.

            Não podemos recuperar o tempo perdido, nem atar os nós outra vez. Só quero deixar claro, nada mudou depois que foste embora, nem quando voltaste, a vida continua igual, apenas o rótulo é outro.

            Não quero te deixar de lado. Às vezes o coração fica apertado, ele esperava um pouco mais de ti, mas ele não sabia - ó pobre coração - que por trás da tua canção existiam outras melodias.
           
            Não tenho muita coisa, mas me satisfaço com o que sobrou. Eu preciso de um novo amor, não de novas pessoas. E vivo na imensidão desse mundo como se fosse ao escuro do meu quarto: fazendo o que quero, não o que os outros fazem.

            Não temos amor, temos egoísmo. E a minha resposta está na primeira palavra de cada parágrafo.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Os Nós


Anjo,
Onde a gente se encontra?
Tens que pagar a conta
Que ficou pendente
Desde o último beijo.

Anjo,
Não me quebres outra vez
É um caso raro de confiança
Divididas entre muito amor
E um pouco de esperança.

Anjo,
Temi o teu desaparecer
E vi meu mundo escurecer
Mal sabes como é acordar
Longe de cada amanhecer.

Anjo,
Não sabes quanto eu menti
Mas hoje tu estás aqui
Eu prometo tentar recordar
O amor que eu esqueci.

Anjo,
Eu tenho a minha chance
E faço tudo que for preciso
Para ver o teu sorriso
E reviver este romance.

Anjo,
Quanto deste amor
Ainda podes demonstrar?
Eu cheguei até aqui
Sem saber até aonde ele vai.

Anjo,
Se te fiz sentir dor
Eu prometo que vou curar
Acho que o pesadelo acabou
Chegou a hora de acordar

Então, deixa que o tempo vai cicatrizar.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Falando Nisso


Eu sou os escritos que deixaste de lado
Resignado com o fim dos ciclos
Dói quando eu lembro meu passado
Mas é no aprender que eu acredito.

Eu sou o roteiro mal acabado
Das palavras que deixaste pra trás
Procuro levantar a cabeça
E buscar forças pra viver em paz.

Um beijo de gratidão
Para quem me deixou na mão
Aprendi que jamais
Podemos viver em vão. 

domingo, 28 de agosto de 2011

II


Os meus sonhos estão sendo libertados
E a minha revolução já está caminhando
Não necessariamente como o planejado
Eu sigo lutando por este mundo errado

Não aprendi a conviver com a dúvida
E tento admitir a sua falta de confiança
Enquanto a sua hora não chega
Eu te protejo com doses de esperança.

Hoje ela move o nosso planeta
Na direção equivocada do leste
Sua vida vale mais que sua morte
Mesmo se não souber o que acontece

Tu ris por eu seguir errante e sem força
Mas já calaste quando pudera mudar
Eu tenho muito mais que a tua fé
Eu tenho um lugar secreto para me abrigar.

Dê a mão para o próximo, envenenando-o
Cantem juntos para esquecer o pecado
Mas no fundo sabes que ele está em ti
E não te largarás até a tua alma ser quebrada

Aprenda enquanto somos vivos
Porque depois da morte tudo é imprevisível
Eu te mostro como fugir da solidão
E tu tatuas teu nome nas minhas feridas

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Fortalecer e Valorizar


Só aprende a perder
Quem um dia soube amar
Quem mais luta?
De quem é a culpa?
Isso não mais importa
Seja forte e capaz
De abrir outras portas.

Pra pegar o rumo certo
Entra em mil ruas erradas
Para achar o amor verdadeiro
Te acaba por outros falsos
E quebra mil amizades
Mas aprende a valorizar
E fortalecer quem está do lado.

Eu aprendi a perder
E aprendi que o amor
Não é tão eterno assim
Aprendi que ele vai e vem
Mas sinceramente o que quero
É um amor feito só pra mim.

Fortalecer e valorizar quem te quer bem.

domingo, 21 de agosto de 2011

Rascunho.


Todos têm o direito de se defender
O mundo descobre os malefícios de saber
Que amanhã o amante é o amor
E o amor se tornará traição.

O ônibus mágico perdeu o encanto
A direção não é mais para oeste
Eu cansei das minhas preces
Quero alguém para poder recordar.

Viagens, desgastes e mudanças
Amor, paz e esperanças
Eu não quero nada disso
Eu não quero nada além da verdade.

Pecado é pecar com consciência
Escrever pela vontade de iludir
Eu não quero depender de Cristo
Eu quero ser a voz da minha saudade.

Então me diga onde começa o amor
Porque eu já sei como ele acaba
Tenho muito a percorrer nessa jornada
E tu não estarás ao meu lado.

E me avises quando acabares comigo
Que eu quero também poder me acabar
Você diz que tem grandes amigos
Mas eu posso confiar em mim mesmo.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Câncer 2.0


O meu avô morreu de câncer
Não fume, então, por modismo
Vamos lutar por alguma saída
Deste mundo de comodismo

Porque as tuas atitudes
Transformam muitas vidas
Eu preciso da tua mão
Ela tem que estar ao meu alcance.

Eu quero a paz de espírito
E o que vier de coração
Eu preciso dos teus sonhos
Não dá tua resignação.

Te baterão,
Te chamarão de louco
Terão preconceito.
Mas, se há esperança
E vontade de fazer,
Eu acho que é muito cedo pra desistir.

O meu avô morreu de câncer
Eu não quero viver sem você
Se a sorte não te olhou
É porque ainda tens que crescer
Pra não jogar fora o que ganhou

E há de estar pronto
Para as batalhas dos dias
E há para quem pedir socorro
Quando o teu coração é ferida.

Porque, há muito tempo,
Estou lutando pra te salvar
E se a chuva caiu ontem
É para hoje poder clarear.

Às vezes o guarda chuva é teu escudo
Mas sempre tua vontade é tua espada
Eu tenho amor às nossas risadas
E em tudo existe saída

Se não morreres de câncer, assim como meu avô.

Obrigado por ser tão especial
E ser grande parte do que sou
Se me iludo, deixe confidencial
Assim como foram vários dias deste amor.

Te baterão,
Te chamarão de louco
Terão preconceito.
Mas, se há esperança
E vontade de fazer,
Eu acho que é muito cedo pra desistir.

domingo, 31 de julho de 2011

Velho Buduca

Eu queria poder sair daqui
Com a certeza da tua vida
Mas o meu coração aflito
Sabe que talvez não seja assim.

Eu vi a força da tua luta
A coragem do teu olhar
E, enquanto a chuva cai,
Eu rezo para você ficar bem.

Aqui, ou em outro lugar
Aonde o destino te levar
Eu fico com a memória
Dos melhores momentos.

E voltaremos a nos encontrar
Quem sabe em algum dia
Alguna esquina, talvez
Alguma outra vida.

Eu não te mato dentro de mim
Porque, quando não estiveres aqui,
Serás a estrela mais brilhante
Serás a voz mais gritante

Estarás me iluminando
Durante a minha caminhada
Vá com os anjos
Cada um segue a sua estrada.

E nos encontraremos em alguma outra bifurcação.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Aqui

Nós até combinamos,
Ouvimos os mesmos cantos
Rezamos para os mesmos santos
Mas chegou a hora de decolar.

Eu para a minha velha casa
Você para um novo lar
Estamos esperando o amor
Desaparecer ou voltar?

Pelo menos aqui,
Em Porto Alegre,
A vida segue
Longe do teu olhar.

E eu,
Que nasci pra você,
Tento entender,
Porque não flutuar.

Nós vamos e voltamos,
Juntos, brigamos e sonhamos
O destino nos deu asas
Mas não nos deixam voar.

Eu para a minha velha casa
Você para um novo lar
Estamos esperando o amor
Desaparecer ou voltar?

Pelo menos aqui,
Em Porto Alegre,
A vida segue
Longe do teu olhar.

E eu,
Que nasci pra você,
Tento entender,
Porque não flutuar.

domingo, 24 de julho de 2011

Na Frente do Foro

Eu e meu calzone quatro queijos
Observando a chuva que caía
Debaixo de uma cobertura
Do conhecido boteco da esquina.
 
Relembrando os antigos beijos
Daquela que não é mais a mesma guria
Que, de igual, só tem a baixa estatura
E, com inspiração, algumas boas rimas.
 
É que eu não costumo pedir às pessoas
Algo que eu também não posso oferecer
E fica difícil fazer acreditarem em mim,
Porque eu tenho as marcas do mau do amor.
 
Mesmo que fiquem apenas lembranças boas
Eu, geralmente, não consigo perceber
Que tudo que começa, um dia tem um fim
E, o que antes era paz, passar a ser dor.

sábado, 23 de julho de 2011

Ana Carolina

No teu sorriso
Reside a minha fé
A minha esperança
Em viver melhor.

No teu abraço
Os dedos delicados
Que me tocam
Desatam os nós.

A dor passa longe
Do lugar que você
Esconde a minha paz.
E deixa guardada num
Canto secreto da sala
Que é pra ninguém roubar.

Os maus pensamentos
Ficam do outro lado
Do nosso quarto.
Eu deixo você mostrar
Que podemos ser
Aquilo que sonhamos.

O sentido
De toda essa vida
Está na vontade de fazer
Do sonho realidade.

Nos teus braços
Eu curo meu passado
Contigo, a tristeza
Eu deixo de lado.

A dor passa longe
Do lugar que você 
Esconde a minha paz.
E deixa guardada num 
Canto secreto da sala
Que é pra ninguém roubar.

Os maus pensamentos
Ficam do outro lado
Do nosso quarto.
Eu deixo você mostrar
Que podemos ser
Aquilo que sonhamos.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Outra Falsa Promessa de Amor

Olho para trás
Porque já andei
Por estas estradas
Esburacadas da vida.

Sinto ser capaz
Porque já passei
Por várias enrascadas
Que diziam sem saída.

E sigo...
Sem sentir amor
Vendo gente com fome
Sem conhecer ninguém
Que ore por meu nome.

E vivo...
Sucumbido na dor
Sempre com pressa
Ouvindo de alguém
Outra falsa promessa.

Hoje vivo em paz
Escrevendo e sonhando
Sempre em frente
Esperando o dia clarear.

Porque já sofri demais
Perdendo e me machucando
Agora sobra pra gente
Conquistar o nosso lugar.

Seguindo...
Sem sentir amor
Vendo gente com fome
Sem conhecer ninguém
Que ore por nosso nome.

Vivendo...
Sucumbido na dor
Sempre com pressa
Ouvindo de alguém
Outra falsa promessa de amor.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Uma Alma Armada

Na calada da noite,
Onde as estrelas vivem
E atormentam os meus sentidos,
Eu sinto o estranho gosto
De olhar para trás
E ver a noite sem as estrelas.

Na hora da dor,
Quando todos ficam fora
Do meu coração partido,
Eu vejo o quão tosco
É tentar viver em paz
Neste mundo de problemas.

No amanhecer de cada dia,
Cada vez mais cinza,
Mais triste, sem vida,
Eu entendo o pensar oposto
Dessas pessoas normais,
Mas acho que não vale a pena.

Eu quero viver num mundo
Longe dessa gente como eu,
Que ouço minha mãe cantar do céu
Trazendo a esperança em ficar
E a vontade de partir
Para perto dela, para longe de ti.

Quero morrer com orgulho de meu pai
Estampado nas lições que me deu
Quero meus olhos cheios de sangue
Transformados em diamantes
E vendidos a um preço estabelecido
Como um caráter perdido.

Não posso sucumbir à pressão
Eu sei que amanhã será igual
Dentro de cada alma amaldiçoada
Mas tenho certeza de um dia melhor
Quando acabar a minha jornada
Eu conheço minhas páginas viradas.

E dedico meus versos a uma só pessoa,
Capaz de me levar do céu ao inferno
Isso vai mudar, eu pelo menos espero,
Que, quando a chuva passar,
Eu não precise lutar contra ninguém
Mas, caso necessário, eu tenho alma armada

De dor, tristezas e decepções.

domingo, 10 de julho de 2011

Estou Por Ti

Eu posso até perder
A vontade de continuar
Eu posso até esconder
Tudo que eu escrevia.

Eu posso até mentir
Mas eu sempre vou lembrar
Por quem bate meu coração
E será assim até o fim.

Porque, ontem, tudo mudou
E tudo que eu acreditava acabou
Eu sei no que errei,
Você sabe no que errou
Vamos recomeçar?

E, talvez, seja mais fácil
Acreditar que é normal
Mas eu estou aqui,
E estou por ti
Vamos recomeçar?

Eu lembro do seu sorriso
E da falta que ele faz
Lembro, também, de quando
Eu tinha uma alma em paz.

Eu costumo dar abrigo
A quem não merece mais
Eu vivo esperando
A hora certa de te reencontrar.

Porque, ontem, tudo mudou
E tudo que eu acreditava acabou
Eu sei no que errei,
Você sabe no que errou
Vamos recomeçar?

E, talvez, seja mais fácil
Acreditar que é normal
Mas eu estou aqui,
E estou por ti
Vamos recomeçar?