quarta-feira, 28 de março de 2012

Atenção, Senhores Passageiros: Este É o Último Voo, É a Última Chamada...

Não me diga que o tempo
Tem mesmo o poder de curar
Nos meus piores momentos
Era apenas tu a me salvar.

A água, que por aqui evaporou,
Foi chover em algum outro lugar
E a lágrima, quando aí chorou,
Veio aqui embaçar o meu olhar.

Troque um "adeus" por um "boa tarde"
E, de verdade, já fico contente
Não espero uma boa solução pra gente
Só quero vencer essa saudade.

Porque, antes de te ver comigo,
Eu gosto é de te ver sorrindo
E, se estás feliz com outrem,
Sinto-me alegre também.

Eu só digo que o cadeado quebrou
E não há mais sentido esconder
Algo que a gente nunca deixou
Nunca fizemos questão de acontecer.

E nenhuma vontade me sobrou
De passar madrugadas a escrever
Sobre aquilo que passou,
Acabou e não vai mais nascer.

Troque um "adeus" pelo silêncio
Que daqui eu não te firo mais
Minhas palavras cessaram fogo
O cadeado vai descansar em paz.

E fico chorando a morte do meu peito
Mesmo sem saber do que ele é capaz
Foi um prazer, sem defeitos,
Tirar um pouco da tua paz.

A primeira, a última e algumas outras vezes são inesquecíveis.

domingo, 25 de março de 2012

Um Dia Ideal, Eu Acho

Um dia lindo, como os teus olhos
Como a cor do teu cabelo
Independente do jeito que deixas

Um dia lindo, como as lembranças
São elas que ainda me dão esperança
De voltar a sorrir, enquanto te queixas

Algo, antes, banal, normal...
Hoje, parece surreal.

Um dia ideal para perceberes, eu acho,
Que tudo só acabou para uma pessoa
E essa pessoa não sou eu.

Um dia ideal para dizer, eu acho,
Que só tu me fazes ser mais do que sou,
Ser mais do que sempre sonhei.

E, longe de ti, também não sou eu
Longe de ti, sou ninguém.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Por Enquanto

Se andássemos na velocidade da luz,
Se soubéssemos dar valor aos segundos
Talvez no fundo do poço, do túnel,
Encontrássemos a única luz no mundo.

Se tivéssemos mais uma chance
Para poder fazer diferente
Quem sabe um novo romance
Com um final inexistente.

Mas, por enquanto, ...

Eu não quero que tu penses
Que eu estou indo embora
Eu já fui há muito tempo
Mas eu não fui para sempre.

Eu espero que tu não deixes
Toda a tua memória lá fora
Porque, em algum contratempo,
Podes lembrar da gente.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Sou Como Cigarros Acesos Jogados ao Chão

Trocado por um outro coração
Espancado pela realidade
Eu busco, em outra direção,
Menos fé e mais verdade.

Ter um motivo claro pra viver
E não ficar apenas com a saudade
Queria apenas poder te dizer
Que, vivendo nesta cidade,

Sou como cigarros acesos
Jogados ao chão
Esperando que o tempo
Apague.

É fácil dar uma opinião
Vivendo em outra pele qualquer
Difícil é escutar outra canção
E só pensar na mesma mulher.

Ter outros mil motivos pra escrever
E não tentar nenhum, sequer
É mais fácil calar-se a dizer
O que ninguém escutar quer.

Sou como cigarros acesos
Jogados ao chão
Esperando que o tempo
Apague.

Pena que memórias não são
Fáceis de apagar,
Como cigarros acesos
Jogados ao chão.

É melhor acreditar
Que os ventos podem te fazer lembrar.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Eu Encontrei o Meu Lugar

Eu tenho estado cheio de afazeres
Eu tenho frequentado outras cidades
Eu tenho procurado em alguns prazeres
Tudo o que já esteve ao meu lado.

Eu tenho estudado na faculdade
E às vezes vou ao colégio para te ver
Percebo, toda vez, a realidade:
Tu sabes, melhor que eu, esquecer.

Eu tenho frequentado Porto Alegre
E o teu quarto, que um foi meu, também
Eu tenho te sentido tão longe, meu bem
Que meu coração já bate mais fraco.

E tu me falas que a vida segue
Pra quem segue querendo crescer
Eu cresci e preciso te dizer:
Às vezes, andar pra trás é o melhor passo.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Nem Um Oitavo da Metade

O mundo ensina,
E aprender nunca é tarde,
Que tudo que a gente sabe
Não é nem um oitavo da metade.

O ser humano é um ser
Que usa toda a sua vida
Para, aos poucos, fazer-se
E encontrar suas saídas.

Às vezes, é melhor não ser lido
Do que ser mal interpretado.

Às vezes...

terça-feira, 13 de março de 2012

Dominação ≠ Poder

Não pense que eu estou
Apenas me fortificando, amor
Estou lutando por nós dois
E pelo direito das pessoas.

Dizer que todos são iguais
É ir contra a tradição
De um costume que não vale mais
Pois o importante é a intenção.

Não a cor, o sexo ou a religião.

Os reis serão mais fortes
Que todas as pessoas
Somente até o dia
Que unirem-se todas.

Meus Planos Têm, No Mínimo, Onze Andares

Vida nova, a partir de agora,
Vida nova na velha Porto Alegre
Os tempos de criança vão embora
Vida nova, vida que segue.

Vida nova, que começa solitária
Ou, pensando bem, nada disso
Um velho cusco como companhia
E uma nova Supercombo nos ouvidos.

Na lixeira que vive ao meu lado
Deixei todos os problemas do passado
Disseram-me que é uma vida nova, então
Só me resta aprender com cada ocasião.

Os prédios são grandes por aqui
Talvez estejam na altura dos meus planos
Começa, agora, a aventura mais louca que vivi
E que sejam alegres estes próximos anos.

O acaso já me levou longe demais
Começo a caminhar com minhas próprias pernas
Tenho certeza que eu serei capaz
De passar pela fase da vida mais incerta.

Porto Alegre é o meu destino
Estou ansioso e muito feliz
Agradeço aos meus grandes amigos
Eles nunca morrerão dentro de mim.

sábado, 10 de março de 2012

De Braços Abertos

Eu já quis que fosse pra sempre
Eu já quis nunca ter te conhecido
Eu já quis tentar me afastar
Eu já quis chegar mais perto...

A verdade é que eu já quis tudo, em algum momento,
Mas, em todos os momentos, eu sempre te quis
E, pelo visto, não importará a nossa idade,
Será sempre minha felicidade, se estiveres feliz.

E talvez seja a saudade mais doída
E talvez seja isso que eu queira sentir
E talvez sejas a mais bonita
De todos os amores que eu já vivi.

Eu só quero que saibas: aqui tudo é real,
Nada de Cristo de concreto
Eu te espero de braços abertos
Para te acolher após o temporal.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Domingo de Futebol

Acordo cedo no domingo,
Fila pra comprar ingresso
Ver o jogo com os amigos
Pela divisão de acesso.

Nosso time joga pouco
E perde com um gol roubado
Juizão mete a mão de novo
E quando penso em ficar estressado...

A noite vem,
Pego o ukulele
Agradeço a Deus
Pelo dia que se foi
E pelo que vai nascer.

Tiro o meu chapéu
O céu negro sempre lindo
E, na porta dos sorrisos,
Longe de todo o mal
Somos sempre bem-vindos.

Segunda, a repercussão será grande
O adversário era um time de grife
Comentários do jornal de esporte
Até as nossas rodas de pife.

O treinador está para cair
E eu me pergunto onde tu estás
Dias assim, pra me fazer sorrir,
Só quando vens para trazer a paz.

Perdemos três pontos, eu sei
Bola pra frente, acabou
Domingo que vem
A vitória será certa
Mas era certa hoje também...

sexta-feira, 2 de março de 2012

Às Vezes

Às vezes, acredito ser o culpado
Das coisas ao meu redor não darem certo
Penso, também às vezes, ser amaldiçoado
Por um Deus que, às vezes, duvido existir.

Vivo num mundo injusto para os justos
E solidário aos injustos,
Tenho coração solitário, alma de concreto
Tudo que, quase sempre, não me deixa sorrir.

É que eu costumo acreditar em pouca coisa
E acredito que pouca coisa não me satisfaz
Queria ter, nem que fosse apenas uma ilusão,
Algo para me apegar nas noites mais tristes.

E, das que passam, acredito na história de todas
Mas em todas as histórias tenho um pé atrás
Seria ingenuidade cegar-me por uma paixão
E ingênuo sou por, às vezes, acreditar demais.

Às vezes, acredito ser o culpado
O injustiçado, o acabado, o roubado.

Ou apenas condenado;
Por um Deus que, às vezes, duvido existir.