quinta-feira, 28 de junho de 2012

Ela Não Morreu... Em Mim.


Sabe quando se quer muito falar algo
E nenhuma palavra consegue expressar
Realmente o que se quer dizer?
É pra isso que existem beijos e abraços
Mas estamos tão distantes...

Sabe quando se quer o momento logo
E depois querer voltar atrás
Por vergonha do que se fez?
Depois que cortamos os laços
Nada mais foi como antes...

Eu sonhei que ela morreu
Mas, na vida real, ela sobreviveu.

Páginas: já virei e voltei
Umas mil vezes, talvez,
E olha que eu já tentei
Ir embora de vez...

Mas eu nunca consegui.

Eu sonhei que ela morreu
Mas, na vida real, ela só desapareceu...
De mim.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Nem Tudo É Real


Pra se machucar um coração
Há de se ferir antes olhos e ouvidos
Pra que se encontre na solidão
Alguma coisa que faça sentido.

E que descrevam a morte na condição
De jamais apagar o que foi escrito
Quero as manchas da minha maldição
Espalhadas, sem dó, pelo infinito.

Que os dias vão mudar
Todos nós sabemos
Mas quando é, mesmo,
Que nós mudaremos?

“O tempo vai curar”
Todos nós dissemos
Mas quando é, mesmo,
Que o medo vai nos deixar?

Seguimos com toda pressa do mundo
Para chegar a lugar nenhum no final
Esperando algum momento ou segundo
Que comprove o quanto tudo é real.

Que as pessoas vão sonhar
Todos nós sabemos
Mas quando é, mesmo,
Que elas vão acordar?

Que as pessoas não vão crescer
Todos nós sabemos
Mas até onde iremos
Com arrogância pra dar e vender?

sábado, 16 de junho de 2012

Tengo Muchas Alas

Hoje; resolvi ver a chuva atuar
E ficar até o sol renascer
Ter algo para me inspirar
E, ao mesmo tempo, me sentir vivo.

Escutar um pouco de Maná
Quando o dia começar a escurecer
E ter coragem para te falar
Que, contigo, não corro perigo.

Eu vejo os mortos tão distantes
Impossíveis até de visualizar
Mas, quando penso em não tentar,
Ouço algo que me faz continuar:
“Tengo muchas alas para llegar al cielo
Tengo muchas alas para llegar al sol”

(Tenho muitas asas para voar e lhes encontrar.)

Hoje; preferi ser o melhor pra mim
Sem medo de te ver me esquecer
Aprendi: é mais difícil se achar
Do que simplesmente se perder.

Escrever eternamente que te esqueci
E, depois, ao te ver partir,
Tentar te segurar com minhas palavras
Isso, eu percebi, não vai mudar nada.

E sofrer novamente por ti
Descobrir que tentei mentir pra mim
E que a minha mente sempre falhava
Pois era contigo que eu sempre sonhava....

Eu vejo os deuses tão distantes
Impossíveis até de visualizar
Mas, quando penso em não tentar,
Ouço algo que me faz continuar:
“Tengo muchas alas para llegar al cielo
Tengo muchas alas para llegar al sol”

(Tenho muitas asas para voar e lhes encontrar.)

terça-feira, 12 de junho de 2012

Não Querer, Mas Precisar Mudar

Faz tempo que vejo a vida distante
Dos lugares e pessoas que amei
Ainda estou tentando me contentar
Em viver num lugar tão diferente de mim.

Aqui, onde todos querem ser gigantes,
Eu acho que ainda não me encontrei
E, talvez por não querer mudar,
Avanço a passos largos para o fim.

No mundo dos vivos;
Só os mortos não correm perigo
Do meu amor, fui abduzido
Estou perdido...

E cedo eu tive que aprender
Que não bastaria ser mais um
E que é importante correr atrás
De todas as coisas que fazem bem.

Mas eu nunca pude te dizer
Que eu não guardo rancor nenhum
Guardo até carinho demais
Desse nosso vai e vem.

No mundo dos vivos;
Só os mortos não correm perigo
Do meu amor, fui abduzido
Estou perdido...

Ou será que, finalmente, me encontrei?

domingo, 10 de junho de 2012

Surrealismo

A neve evapora no ar
Trazendo consigo a paz no lugar
Mais gelado, mais sem salvação
O mais perto possível do meu coração.

E há tempos eu quis te avisar
Que o inverno traz milagres bonitos
E que não há nada que possa parar
A esperança de um sonho infinito.

O nosso amor é uma raridade
É como nevar em Porto Alegre
É uma ou duas vezes, que sabe,
É sorte de quem pode lembrar.

O nosso amor é escasso por vaidade
Mas a vida, eu lembro, segue
É lutar para curar a saudade
E sonhar alto, muito alto,

Vá que um dia neve em Porto Alegre...

Pela terceira vez.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Tanto Faz

Vamos fingir que está tudo bem
Que memórias apagam da noite pro dia
E apenas brindar esta noite sem fim
Enquanto o sol ainda demora...

Vamos reclamar da falta de alguém
Do nosso coração sem sintonia
E, quando encontrarmos, enfim
Deixá-lo, sem perceber, ir embora...

Agora; tanto faz
Depois de tudo que fiz
E pra sempre lembrar
Sou eterno aprendiz.

Agora; deixar passar
Já sei como se deve agir
Eu, de tanto acreditar,
Aprendi a mentir.

Vamos erguer as mãos para o céu
E aqui na Terra não fazer nada
Esperar a solidão bater à porta
Para nos fazer uma companhia.

Escrever histórias num pedaço de papel
E atirá-las à beira de uma estrada
Apoiar em algo que nos conforta
Durante as noites mais frias.

Agora; tanto faz
Depois de tudo que fiz
E pra sempre lembrar
Sou eterna cicatriz.

Agora; deixar passar
Já sei como se deve agir
Eu, de tanto amar,
Aprendi a desistir.

sábado, 2 de junho de 2012

Por Aí

Ando por aí procurando um sentido pra viver,
Algo pelo qual valha a pena até morrer
Algo pelo qual valha levantar a cada dia
E jamais desacreditar do que tenho como verdade.

Ando por aí encontrando motivos para escrever
E apenas os dias poderão me dizer
Se vale a pena encarar cada agonia
Na esperança de reviver o que dá saudade.

Ando por aí, que é por aí que se aprende
A respeitar os nossos semelhantes
E se apaixonar pelos diferentes
E quando eu digo que é pra sempre
Nem que sejam só por alguns instantes
É exatamente o que eu vejo na gente.

Ando por aí saldando a morte e a vida
Que experimento em cada nova ferida
A solidão dos dias cheios vai me impedindo
De lutar por coisas que não valem tanto assim.

Ando por aí observando a volta e a ida
E percebendo que em tudo há saída
A escuridão vai e o sol chega sorrindo
Mostrando que a estrada está longe do fim.

Ando por aí por ter um porquê viver
Ou por lutar por um porquê
Dentro do que é possível e real
Ando e, logo, tenho história pra escrever
Eu sei que um novo dia vai nascer
Antes mesmo do fim do temporal.