quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Te Fiz Uns Versos, Melissa

Doce Mel,
Garota dos olhos claros
Sorrisos tímidos e algo raro
Que eu tento descobrir.

É como o céu,
Que mesmo longe de mim,
Chovendo ou fazendo sol,
Consegue me deixar feliz.

Mas, pequena Mel, chora não.

Apesar de amar dias de chuva
Quero que na tua alma
Nasçam apenas dias de verão.

Pego um pincel
E rabisco um mundo bom pra ti
É que teu sorriso me cativa
É o que minha alma precisa.

Olho, então, pela janela
E vejo que o sol está por vir
Será que seu sorriso também?
Eu espero que sim.

Então, pequena Mel, chora não.
Apesar de amar dias de chuva
Quero que na tua alma
Nasçam apenas dias de verão.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Viva

Tenha uma boa sorte
Faça alguém feliz
Mira a tua estrada
E siga em frente.

Seja sempre forte
Esqueça a cicatriz
Chama a gurizada
Comemora com a gente.

Junta os teus cacos
E siga sempre com fé
Em quem te ajuda
A ficar de pé.

Faça de cada passo
Um grande aprendizado
Te espelha em quem luta
Com sorriso na cara.

Aprenda com os erros
Supere as adversidades
Mude de cidade
Mas nunca de caráter.

Não confie no primeiro
Entenda a saudade
Valorize a amizade
Que as portas se abrem.

Pega o teu conhecimento
E age como manda o coração
Sinta o pensamento flutuar
Sem precisar sair do chão.

E viva cada momento
Sabendo que ele não volta
Que terminem os ciclos
Mas deixe abertas as portas.

É o que eu tento seguir,
Mesmo às vezes tendo que fugir.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Castanhos

Estou aqui, com meus pertences,
Buscando outra direção
Atrás de novos sonhos e ideias,
Quem sabe de um novo coração.

Peço desculpas a quem briguei
Mas até disso sentirei saudade
É imensa a vontade de voltar
No tempo que tanto me fez feliz.

Mas estou aqui, onde tudo é estranho,
Onde não vejo teus olhos castanhos
Muito menos o teu sorriso.
Estou aqui, para qualquer coisa,
Qualquer conversa à toa,
Estou para te dar abrigo.

Peço para escutar minha voz à noite,
E para me trazer bons pensamentos
Eu levo comigo as emoções de cada momento
Para não caírem no esquecimento.

Implorei para não precisar ir
Mas não existe outra saída
É voltar a sorrir após cada ferida
Estou, confesso, cansado
De tudo que ainda está por vir
É que eu não me vejo longe daqui.

Longe dos teus olhos castanhos
Onde percebo que tudo é estranho.

domingo, 27 de novembro de 2011

Pra Vocês

Hoje não foi um dia para chorar
E também não de me despedir
Eu resolvi deixar tudo pra lá
Deixar o tempo se encarregar
De fazer com que tudo aconteça
Naturalmente.

Hoje eu resolvi acreditar
Que os dias são presentes sagrados
E que não aproveitá-los
É um erro que não podemos cometer
Hoje, enfim, eu acordei
Felizmente.

Eu deixo o amanhã para amanhã
E esqueço tudo de ruim
Que passou pela minha vida
Faço das lembranças
Uma biblioteca de boas histórias
Pra sempre.

Eu conheci muita gente que virou essencial
Que fez deste ano o meu melhor
Eu cresci como pessoa
Batalhei, chorei, sofri, perdi
Mas o mais importante:
Sempre tive a quem pedir ajuda.

Pode até ser que amanhã seja triste
E que a dor chegue ao meu coração
Mas aos que viveram comigo
Indiferente de qualquer problema,
Só existem dois sentimentos:
Amor e gratidão.

Que o futuro sempre seja um pouco melhor
E o passado sempre um pouco pior
Posso até estar enganado,
Mas acho que encontrei pessoas
Daquelas para sempre
Espero que seja verdade.

Não é pedir demais,
Mas se vier saudade
Eu espero olhar pra trás
E ver na minha biblioteca
As lembranças dos dias difíceis ou alegres
Enfim, de guerra ou paz.

Mas sempre com vocês.
E essa é pra vocês.

sábado, 26 de novembro de 2011

Não Ouça Conselhos

Eu quero
Tu amor
Ele solta
Nós fortes
Vós que ouço
Eles que cantam.

Não deixe de cantar
Para os mortos.
Meu nome é marcado
Na porta e no telhado.
Não deixe de amar
Os rótulos.
Teu nome é passado
Teu sangue é pecado.

Não deixo de escrever
Para que morreu pra mim.
Meu nome é amado
Pelos meus pais e só.
E aprendo a viver
Da minha forma, sim.
Teu nome é escutado
Em cada garganta do meu nó.

Se correr,
Correremos juntos.
Se crescer,
Cresceremos juntos.
Se morrer,
Morreremos juntos.
E, se chover,
Bom, choveremos juntos.

Assim:
Quando há vida,
Há também saída.
Enfim:
Se queres um conselho,
Não ouça conselho.

É como se dizia
Lá pelas bandas
Da América Latina:

"Soy yerbatero!"

Mas não confie de cara
Para não quebrar a cara
Eu até compraria, cara
Se a roupa não fosse tão cara.

Enfim:
Se queres um conselho,
Não ouça conselho.

Tóis

Eu já acabei o meu almoço
E nem pudeste aparecer
Ainda disseste "Meu bom moço,
Tenho muita coisa a fazer"

Sei que lembras da minha massa
Também gostas do meu feijão
Te divertes com minhas graças
Que te fazem sair do chão.

E, mesmo em um passado distante,
Eu sei que todos os instantes
Te trazem a mesma alegria
Eu vou usar o meu montante
Que é pra cuidar da nossa vida
E proteger as nossas feridas.

A tele-entrega do jantar chegou
E o meu telefone nem tocou
Parece que comerei sozinho
Enquanto fazes o teu caminho.

Mas na hora de cair na cama
Eu te peço para voltar pra mim
E quase que no mesmo momento
Ouço gritos no meu portão

Estás voltando de outra estação.

É que, mesmo numa galáxia distante,
Sem precisar de auto-falantes,
Sei que vais me escutar
Podes até me deixar no almoço
E não comparecer no jantar
Pois na minha mente sempre vais estar.

Eu aprendi que errar
É nunca ter tentado
Enfim, isso já é passado.
Vamos comemorar!

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Um "N" Pra Me Completar

Durante dois anos, eu fiquei
Deixando pra semana que vem
Pois eu tinha medo de tentar,
E ouvir um doloroso "Não"

E, nesse tempo, eu carreguei
Aquela esperança que todos têm
Mas eu tive medo de arriscar
E quebrar, outra vez, meu coração.

É que na semana que vem
Eu estarei te dando "Adeus"
Sem nunca ter dito "Olá"
E tudo acabará perdendo a razão.

É que depois da semana que vem
Não poderei ver os olhos teus
E mesmo que eu queira dizer "Olá"
Estarei longe do teu coração.

E tudo, então, perde a razão.

É que eu aprendi a voar contigo,
Mas sem a tua presença, minha Amada,
Eu nunca pude sair do chão.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Quem São Vocês?

Eu me pergunto: Quem são vocês?
Por que querem julgar?
Não sabem das histórias,
Não sofreram nos desastres
Nem sorriram nas glórias,
E ainda querem controlar?

Eu me pergunto: Quem são vocês?
Que perderam a razão
Que sabem só parte da Bíblia
E que acreditam serem Deuses
Mas que, na verdade, não têm saída
Vocês não têm nem coração.

É que, se eu sentisse
Metade do que eu escrevo,
Talvez eu estivesse morto
Talvez eu estivesse vivo.

Eu me pergunto: Quem são vocês?
Para fazer justiça com as mãos
Sem saber o que há em outro coração
Eu só queria saber o porquê do preconceito
Dessa gente suja e sem respeito
Que se definem como melhores.

Eu só queria saber
Quem és pra dizer o que sou
Eu só queria saber
O que fazes para me julgar
Eu só queria saber
Se já tiveras uma dor
Eu só queria saber, se és tão Deus,
Como podes me curar.

É que, se eu escrevesse
Metade do que eu omito,
Talvez eu estivesse morto
Talvez eu estivesse vivo.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Dois

Eu sentia que precisaria te ver voltar
Pois sonhava com os teus sorrisos
Mas vejo, enfim, que não faz diferença
Eras apenas mais um dos meus vícios

Às vezes, até sonhava em te encontrar
Para poder dizer tudo que sentia
Mas vejo, enfim, que não faz diferença
Mesmo que minha alma esteja vazia.

Eu bem que poderia esquecer o que passou
Partir para uma nova, mudar de rota
Mas eu só me conheci, de verdade,
Quando eu te perdi, quando tu mudaste.

Eu bem que poderia esquecer o que acabou
Mudar a minha vida, driblar a rotina,
Mas parece que tudo o que sobrou
Ainda deixa marcas tuas dentro de mim.

Porém, mesmo que eu sinta a tua falta,
Vejo a solidão quando tu estás perto
Parece que, em todas as vezes que voltas,
Me deixas com o coração aberto.

Eu sempre precisei da tua ajuda,
Mas sei o quão sustentável eu sou
Em todas as vezes que tu mudas,
Vai um pouco mais do meu amor.

Um dia, talvez, ele cruze com outro alguém.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

"N"

Ele nunca foi capaz
De ter uma garota só dele
E, ao olhar pra trás,
Sentiu a dor na própria pele.

Mas viveu em paz
Até conhecer uma com "N"
Que transformou a sua vida
Que, até então, era leve.

Vou provar
Que me arrisquei
Eu sou da tua tribo
Eu te dou abrigo
E sigo a tua lei

Vou mostrar
O quanto eu sei
Se corres perigo
Venha comigo,
Eu corro também.

Eu nunca fui capaz
De ter uma garota só pra mim
E, ao olhar pra trás,
Sinto que a dor ficou aqui.

Mas eu vivi em paz
Até conhecer uma com "N"
Que transformou minha vida
E reabriu a ferida.

Assim, amamos
A mesma pessoa
E perdemos a guerra
Para um terceiro
Maior guerreiro da terra.

Quero te mostrar,
O quanto podemos
Se não somos ou não temos
Peço perdão por tentar
Somos novos neste lugar.

domingo, 20 de novembro de 2011

Rasgou

Será estranho te ver passar
Com um novo corte de cabelo
Com outra nova pessoa
Falando sobre o mesmo sentimento.

Não neste, nem em qualquer próximo verão.

Já prometeste.
Acreditei, chorei.
Nada mudou.

Ontem, ao saber dos teus beijos,
Lembrei de quando a promessa foi feita.

E, enfim, o pesadelo voltou.

Rasgou.
Sabes bem.
Melhor que eu, talvez.

sábado, 19 de novembro de 2011

Quatro Estações

Estou aqui, outra vez,
Para tentar reconciliar
Ou, pelo menos, desabafar
Sobre tudo que aconteceu.

A tortura de cada mês,
Não me deixa seguir em paz
Eu finjo que tanto faz
Mas eu queria notícias tuas.

É que já se passaram
Tantos invernos e tantos verões,
Tantas noites congelantes
E dias de completo calor
E eu sigo, em todos essas datas,
Te declarando, em versos, o meu amor.

Meu coração pulsa mais forte
Quando te encontro na rua
Mesmo que eu não tenha mais
As mesmas ideias tuas.

Se um dia dei sorte, foi bom
Mas acabou, quero agora é descansar
Eu sei, cada pessoa, uma hora, tem
O amor que, bem ou mal, pode dar.

É que já se passaram
Tantos outonos e tantas primaveras,
Tantas folhas caíram
E outras tantas surgiram
E eu sigo, sem saber o porquê,
Aquela máxima: quem ama, se preocupa.

A menina dos cabelos dourados
Não pode fazer parte, apenas, do meu passado:

É que já se passaram
Vários meses e alguns anos
E tanta gente segue mentindo
E todo mundo segue errando
Que hoje, finalmente, percebi
Que te amar nunca foi um engano.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Eu Vivo do Lado de Cá

Eu gosto mesmo é da noite
E da saudade que eu sinto
Do meu passado escuro
E dos meus sonhos ocultos.

Eu gosto mesmo é do sangue
Que toca o fio da navalha.

É que eu aparento ser bom moço
Mas sou só um esboço de pessoa
Tenho o coração enterrado
E o espírito amaldiçoado.

Eu vou amar mesmo a minha morte
Que não tardará a me encontrar
Desejo, desde já, muita sorte
Para aqueles que vão continuar.

Eu amo mesmo é o meu sangue
Que toca o fio da navalha.

É que eu aparento ser bom moço
Mas sou só um esboço de pessoa
Tenho o coração enterrado
E o espírito amaldiçoado.

É que eu aparento estar muito bem
Mas eu nem tenho onde ficar
Se tenho estes pensamentos,
É porque eu já tentei mudar.

É o triste fim de alguém que vive do lado de cá.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Aroma

Quem tem boca
Não vai à Roma
Quem tem boca, entenda,
Vaia Roma!

E quem tiver que vaiar.

Quem tem boca, apenas,
Vai a nenhum lugar
Mas sem a boca,
Não há história pra contar.

E haja história!

Quem tem sangue
Não morre em vão
Quem tem sangue, aprenda,
Vive para ser feliz.

E não para chorar.

Quem tem sobrenome,
Tem tradições a defender
Quem tem sobrenome,
Há de lutar pelo nome dos mortos.

Que estão a enxergar.

Só não peça a paz
Os deuses não querem mais
O que poderia estar escrito
Naquele rosto ficou para trás.

Eu sinto o coração pulsar
Quando olho para a minha Ramona
Eu sempre a vejo acordar
E meu dia começa com um doce aroma.

Adiante, à Roma!

Com essa força,
Não há o que não dê para conquistar.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

A Guerra

A guerra segue na cidade
Acorda todas as manhãs
Matando gente atrás de gente
Ensinando o que ninguém aprende.

E os leves toques na mão
Deixam de ter o seu valor
A guerra continua em casa
E às vezes nem pára na madrugada.

As armas são sempre novas
A tecnologia de ontem é ultrapassada
A guerra deixa cicatrizes
Em pessoas com alma envenenada.

Qual é o teu lado?
Da onde vem o teu sangue?
É nobre, como diamante
Ou pobre, como teu coração?

A cidade segue no processo
De montagem dos seus robôs
Eu não vejo a vida real
Eu só vejo atriz e ator.

A cidade segue em guerra
Por novos lotes de nossa terra
Eu só vejo humanos competindo
Palavras apenas agredindo.

E jovens sem perspectivas
Lutando, apenas, nesta vida
Pois a guerra há de continuar
Vence aquele que não precisa lutar.

Qual é o teu estado?
Da onde vem o teu nome?
Ou suportas a fome
Ou estarás amaldiçoado.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Estes Humildes Versos

Observo com o olhar
De dez anos atrás
As coisas que passaram
E que vivem a me alegrar.

E enxergo o futuro
Com o mesmo otimismo
De quando conheci a vida
Esta infinita busca por paz.

Eu sei que a madrugada
Será sempre minha preferida
De todas as jornadas
Que passo nos meus dias.

Eu olho para o meu guri
E vejo nele o mesmo olhar meu
Filho da paz e da harmonia
Com o maior dos luxos: alegria.

É tarde, bem tarde, no sul
E talvez nas demais regiões
Quero a música mais bonita
Para acalmar nossos corações.

Estou escrevendo lentamente
Que é para sentir as palavras
A felicidade está nos olhos
De quem enxerga além do material.

Eu dedico estes humildes versos
Aos milhões de corações nobres
Que eu sei que vivem, talvez,
Escondidos neste mundo diferente.

Mas lhes peço que logo apareçam
Pois contamos com cada um de vocês
Para mudar a vida dos infelizes
Para afogar a dor dos culpados.

É que eu vejo no meu guri
O mesmo olhar meu, entenda
Quando é da gente, tudo muda
Tudo se engrandece.

E sei que a força está aqui,
Dentro dos nossos corações
Felicidade é saber de onde vieste
E alegria é enxergar aonde vais

Com o mesmo otimismo de quando conheceste a vida,
Esta infinita busca por paz.

domingo, 13 de novembro de 2011

Pouca Ação

É muita fé para pouca verdade
Muita promessa para pouca necessidade
São muitos os nossos sonhos
E todos esquecidos ao vermos a realidade.

É pouca fé para muita religião
Muitos assassinatos e poucos assassinos
É muito amor para pouco coração
E pouca droga para muita alucinação.

São muitos anos e pouco tempo
Para fazer tudo que temos direito
Talvez muita mentira e pouco sentimento
Quero mais paz e menos sofrimento.

São muitos caminhos e poucas direções
Poucas palavras e muitas canções
São muitos homens para poucos de verdade
E muitas brigas para poucas amizades.

São muitos pensadores e poucos pensamentos
Muitos poemas e pouco para dizer
Pouca sinceridade dentro de muitos olhares
E muita saudade para poucos lugares.

É muita politicagem e pouca saúde
Muito roubo e pouca educação
São poucas chances e todas arriscadas
Muitos desafios e também muita caminhada.

São muitos olhares para pouca ação.

sábado, 12 de novembro de 2011

Brasil E Sua Realidade

“Está tudo dominado
Ainda existem alguns perdidos
Mas o nosso morro
Tem a maioria de bandido.”
Menores andam na favela com fuzil
E garotas com pedras na mão
Esse é o retrato do Brasil
Mas o futebol verde-amarelo é campeão.

Ignorados por todos
Aqueles meninos doces
Não tiveram outra opção
Entravam para o crime e as drogas
Ou nem serviriam de prova
Quando morto, estivessem no chão.

Tem gente que não vê um porquê
Para o nascimento de novos bandidos
São aqueles que nada têm para comer
E não veem, do governo, um incentivo.
E, então, a compaixão se submete
Aos problemas do passado
E o nosso coração se perde
Ao vermos meninos armados

E ouvimos outra vez na TV:
- Uma criança foi morta...

A educação não funciona
A saúde é uma tristeza
A grana mal distribuída
E as pessoas sem saída.
Um garoto de sangue bom
Viu-se frente a frente com um bandido
Que, num primeiro momento,
Fingiu ser um novo amigo

Ajudou sua família
E todas as pessoas da sua volta
Qual o exemplo que ele vai seguir?
Aqueles que prometem e não cumprem
Os que falam e não fazem
Ou quem que fez sua mãe sorrir?

Moradias mal construídas
Armas na mão e um curto espaço de vida
As drogas, que arriscam a liberdade,
Não têm cura, Brasil e sua realidade.
A maioria dos homens que vivem assim
Morrem mais cedo
Tiro, drogas, polícia, prisão
Aqueles que ficam ilesos,
Por dentro, têm marcas no coração

Mas enquanto houver uma criança sorrindo
E tendo o que merece
Eu vou continuar acreditando
Em tudo que tu esqueces.
Quando tiver vida em algum lugar
Onde o bem ganha do que é ruim
Ainda vou acreditar e buscar
Essa força também pra mim.

Nossa realidade nos enche de dor
Mas o sorriso dos inocentes
É a prova que o verdadeiro amor
Ainda está com a gente.

Eu comprei uma armadura de ferro
Para me proteger de todo esse mal
Mas o que eu mais quero é tirá-la
E ver, finalmente, um mundo igual.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Assim, Espero

"Boa noite, meu filho, dorme com os anjos"

Vou fechar meus olhos e pensar em ti
Pois só isso eu posso fazer daqui
E rezar para que penses em mim depois
E tudo que, no passado, marcou nós dois

Tu és tão especial para mim
Que eu não posso viver longe do teu lado
A distância me lembra de todos os instante
Eu só queria que tudo fosse como antes.

O tempo nunca conseguirá apagar da memória
O que eu, sem saber o porquê, deixei de falar
As verdades, as coisas que eu sentia
Sentimentos, em mim, que não conhecias.

Tu leste a minha primeira letra
E, logo em seguida, passaste a ser minha parceira
Minha amiga, depois minha irmã
E te transformaste no meu talismã.

Quando a minha alma está cansada
E o dia vira madrugada
Eu já sei com quem sonhar.
E quando eu digo: "Mãe, tenha um ótimo dia"
Levanto-me cheio de alegria
Pois já sei com quem vou me encontrar.

E, sem medo de parecer errado,
Eu vivo para estar sempre ao teu lado
O mundo inteiro sabe o quanto eu quero
Que assim seja, pois assim vivo,

E, assim, espero.


RECICLAGEM - Versos de criança, 2009.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Hoje

Hoje, se não fossem os nossos enganos,
Seria o melhor dia do meu ano
Mas é tempo que não vai voltar.

Hoje, chove por minha culpa
Por transformar a lágrima, antes oculta,
Em pingos que sentes te tocar.

Perdoa, pois eu não tive outra opção
Sabes que sou uma boa pessoa
E entrego a ti o meu coração.
Não corro, pois o meu medo é sair do chão
E não poder te ver voar comigo
Eu nunca quis ser o teu inimigo.

Hoje, se não fossem os nossos desencontros,
Acredito que estaríamos prontos
Para qualquer situação ruim.

Hoje, não verei teus olhos brilhando
E, perceber o tempo passando,
É ter certeza que não voltarás pra mim.

Encontra, em outro sorriso, a felicidade
Que não tiveras dentre os braços meus
Eu ouço, toda noite, dizeres "Adeus."
E sejas a mais feliz possível
Mesmo que só eu saiba o quão incrível
É beijar os lábios teus.

Amanhã já vai fazer sol outra vez.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Faz Parte de Cada Anoitecer

Deixou vontade e desapareceu
Depois de um tempo quis retornar
Eu logo disse: "Sai, eu não sou teu"
E desabei, então, a chorar.

Perco o sono, pois eu nunca vi
Mulher igual àquela que voltou
Só pra curar a minha cicatriz
Mas o meu orgulho nunca deixou.

Saudade, aqui, é mato
E, num pensamento abstrato,
Choro até por quem
Não foi barato esquecer.

Verdade é que sou fraco
Mas me viro, mesmo que só
Faz parte de cada anoitecer
Sonhar com um amanhecer melhor.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

A Ciranda

Das rodas punk
Às rodas de samba
Dos versos rimados
Às danças de bamba

Dos tricolores
Aos colorados
Entre alguns temores
E apaixonados.

Há algo que atravessa fronteiras, meu bem
E nos faz sorrir e ser feliz
Aprender a gostar de alguém
É apagar, de vez, uma antiga cicatriz.

Dos solos da guitarra
Às batucadas
Das escolhas certas
Às escolhas erradas.

Dos meus amores
Aos desencantos
Do arco-íris
Ao preto e branco.

Há algo que atravessa fronteiras, meu bem
E nos faz sorrir e ser feliz
Aprender a gostar de alguém
É apagar, de vez, uma antiga cicatriz.

Do irreconhecível
Ao inapagável
Do seu sorriso
Ao meu abraço

Do impossível
Ao inseparável
Das nossas danças
Aos nossos passos

Há algo que me completa e me faz sonhar
Que o mundo e a vida vão recomeçar
Aprender a te cuidar e te amar
Foi o melhor presente que eu já recebi.

domingo, 6 de novembro de 2011

Promoção Relâmpago

Estou vendendo o meu amor
Ele é muito verdadeiro
Mesmo com preço de camelô
Alguém aí quer comprar?

São apenas seis prestações
E eu não cobrarei juros
Se comprares agora
Só começas a pagar em julho.

Então, venha logo,
A promoção vai acabar
Quando terminarem os estoques.
Estás esperando o quê?
Ainda lhe dou de brinde
Um tênis da Adidas ou da Reebok.

Estou vendendo meu coração
É difícil acreditar
Que dou 50% de desconto
E ainda embrulho pra presente.

Estamos vendendo tudo
Até coisas que não têm preço
O capitalismo nos consome
E este é apenas o começo.

Então, chega mais cedo,
Faça fila na frente da loja
Porque é tudo muito barato.
Venha, você mesmo, comprovar
Mesmo que o produto seja ruim
As ofertas jamais vão parar.

Então, venha, chegou a hora
E quanto mais olhas TV
Mais compras e mais pagas
E quanto mais eu ouço
E olho estas propagandas
Mais eu quero ir embora.

Alguém sabe qual é o avião mais barato?

sábado, 5 de novembro de 2011

Contra O Vento

Gosto mesmo é dos tempos mais difíceis
E dos sentimentos mais sacrificantes
Porque eu sei que é o que eu preciso
Para, então, também me sentir vivo.

Prefiro um abraço curto e verdadeiro
A um falso e do tamanho do universo
Aprendi a não valorizar o primeiro
Mas, sim, todos que fazem o correto.

Choro de saudade, mas odeio chorar
Por alguém que está ao meu lado
Corro contra o vento e contra quem for
Pois eu já cansei de sofrer por amor.

Prefiro a tua voz falando bobagens
A qualquer outra que diga o que preciso ouvir
E a chuva já passou, como quase tudo,
Um dia, eu sei, a dor também passará.

Eu gosto mais do violão quando tu dedilhas
E gosto mais dos dias quando te vejo
Perco a fé em alguns momentos, acontece,
Mas é só por alguns momentos, aprendi assim.

Eu te mostro, com gosto, ou como quiseres,
Que o sorriso do meu rosto é todo teu.
Até tento transparecer o oposto
Mas quando digo que te amo, não é em vão.

Às vezes, sem pensar, tento me enganar
Procuro outro alguém para ser meu
Mas sempre há algo que não me deixa partir
Acho que a minha alma só vive feliz perto de ti.

Aprendi - pois aprender está fácil -
Que o mundo é de quem grita mais alto
De quem fala primeiro,
Mas não deveria ser assim.

Eu vejo profissionais que fingem ensinar
E adolescentes que fingem aprender,
É assim que nós pretendemos crescer?

Gosto dos versos sem sentido,
Para dois ou três amores, cinco ou seis amigos.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Eu Ainda Tenho Tanto Pra Falar

Três, dois, um ...
Som! Testando, alô, um...
Dois...Ok?
Podemos começar? - sim - ok.

Boa noite para quem não sabe o que sente nesta noite.

Venho aqui, neste palco, dizer o que nunca imaginei:
Eu vou sentir falta do coração de vocês.
Eu vou sair por aquele portão
E nunca mais saberei quem eu sou.

Olho em cada semblante, sérios ou descontraídos,
E procuro uma fuga deste lugar, quero recomeçar lá em 2000
Lembro da Vânia, lembro do Heleno, da tia Fátima
E de todo aquele mundo que estou deixando para trás.

Mas a realidade está na nossa frente,
Enxugo as lágrimas que teimam em cair
E, de agora em diante, o mundo há de mudar
Porém, ainda há motivos para ser feliz.

Estamos aqui, nos despedindo, talvez para sempre
Com sonhos inalcançáveis, inacabados e alguns feitos
Tenho entendido o porquê de ser tão difícil me despedir
Pois encontro no peito uma dor que muito me fere.

Só que hoje não é um dia, de todo, triste
Eu tenho que salientar o quanto eu fui feliz
Encontrei em alguns abraços a cura das minhas feridas
Hoje, lhes digo que não há uma direção a trilhar.

Porque a trilha só é feita quando nós andamos.

Eu tenho encontrado nos meus amigos algo que eu nunca senti
A saudade dos tempos que vivi, mas que ainda não passaram
Eu sou a felicidade, que mora no peito de todos, mesmo escondida
E tenho mais meio minuto para falar, sem outra saída.

É só mais um pouco, prometo...

Eu só quero dizer que eu amo ... Ei?

Três, dois, um...
Som! Testando, alô?
Vocês já vão embora?
Por que não me ouvem mais?

Eu ainda tenho tanto pra falar.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Desabafo

O tempo mostra o que valeu a pena
Às vezes tarde demais, às vezes muito cedo
Já perdi as contas de quantas vezes chorei
Mas em todas eu voltei mais forte.

Dos meus amigos, aos poucos, me despeço
Desejo-lhes amor, sorte, paz e sucesso
Quero que, o que aqui passou, fique na memória
De cada um que, junto, vivenciou.

Estou ficando para trás
Como um CD antigo,
Como um amor não correspondido
Estou indo em paz
Com a promessa de não voltar
Mas, sempre que eu precisar,
Alegrar-me com estes momentos.

Olho para cada canto da minha infância
E em cada olhar que me acompanhou até aqui
Parece que foi ontem, eu sei, mas amanhã
Iremos, novamente, começar tudo do zero.

E, destas memórias, percebo a esperança
Tomar conta do que existe dentro de mim
Eu já percebi que tudo vai mudar, eu já mudei
Meus amigos constituem as partes do meu coração.

Estou deixando para trás
Tudo que sempre me fez feliz
Não como um CD antigo,
Que não faz mais sentido,
Estou vivendo os meus últimos dias
De dor, preocupação, mas também alegria.

Estou partindo para outra estação
Tenho muita história para contar
Dos amigos que deixei, espero sempre ajudar.

Este é o desabafo de quem não sabe aonde ir.

Nem por qual porta sair.

Estou deixando para trás
Tudo que me trouxe até aqui
Não é fácil, eu sei
Mas preciso, também, evoluir.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Felizes São Aqueles

Felizes são aqueles que,
Mesmo sendo cegos,
Enxergam um novo caminho
Uma nova ambição

Felizes são aqueles que,
Mesmo sendo surdos,
Conseguem ouvir a voz
De um pequeno coração.

Felizes são aqueles que,
Mesmo sendo mudos,
Alegram alguém ao tentar
Proferir palavras de amor.

Felizes são aqueles que,
Apesar das dificuldades,
Conseguem a felicidade
Em gestos simples.

Felizes são aqueles que,
Independente da situação,
Conseguem transformar
Tristeza em aprendizado
Saudade em vontade
Lágrimas em força
Dor em união.

Felizes são aqueles
Que veem nos outros
As qualidades que não tem.